Os meus filhos têm parcas memórias do tempo de Lisboa, sua terra natal.
Encantei-me com a qualidade do ar, com as paisagens e com o calor dos humildes.
Um dos meus filhos sofria de problemas respiratórios graves até à data da nossa migração. Nunca mais teve problemas!
A falta de trabalho da região não me afectou. Continuei a trabalhar para as mesmas empresas. Mas agora à distância.
Adaptei-me a quase tudo. Menos ao caciquismo.
As pessoas têm medo do lider que elegem. E por sua vez, o lider aproveita-se disso.
Foi no semanário “O Interior” que encontrei as primeiras vozes contra-corrente. Pessoas que não engavetam as suas opiniões.
E para quem não sabe, a diversidade é mais importante para o desenvolvimento de um território que os fundos estruturais nas mãos erradas.
Os consensos musculados são os melhores promotores de miséria social.
O tempo da Ditadura está na história para o provar.
Para mim, O Interior foi um facilitador da minha integração. Foi o quebra-gelo de um território isolado mas sem orgulho.
Aprender a viver com a diversidade é o desafio para a nossa região. Respeitar quem pensa diferente.
Felicito O Interior pelo seu 13º aniversário.
in O INTERIOR