Moreira de Rei luta por atractivos que fixem os habitantes, está a 9 quilómetros de Trancoso. Tem menos de 50 habitantes, entre eles uma única criança. Como tantas outras, luta contra a desertificação. O seu maior motivo de orgulho é o valioso património histórico, que urge recuperar.
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Com um valioso património histórico, Moreira de Rei, antiga vila medieval do concelho de Trancoso, luta para conseguir atractivos que permitam fixar habitantes combater a desertificação. A igreja românica de Santa Maria, edifício em granito datado do século XII, é um dos elementos mais importantes do património histórico da freguesia, que tem cerca de 400 habitantes dispersos pela sede e pelas nove aldeias anexas, vivendo todas elas, o mesmo drama da desertificação”, referiu à agência Lusa o presidente da junta, José Dias Pena.Moreira de Rei dista cerca de 9 quilómetros da sede de concelho, tem menos de 50 habitantes “e uma única criança que não está em idade escolar”, apontou o autarca da aldeia onde a escola primária “fechou há mais de 20 anos”. Actualmente, a freguesia é servida pela escola do 1º ciclo da povoação de Zabro, onde também funciona uma creche, disse o presidente da junta, que atribui a desertificação da sua freguesia ao facto de “não existirem condições para as pessoas se fixarem”. “Os jovens optaram por ir embora. Uns emigraram e outros foram para Lisboa e para Trancoso, à procura de melhor vida, porque aqui não há empregos”, afirmou o autarca que se mostra bastante preocupado com a onda de desertificação que atinge a freguesia que se orgulha do seu passado histórico.Passado de reis...
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Moreira de Rei foi vila e sede de concelho até 1855. O seu nome – antigamente chamava-se apenas Moreira – está associado à passagem do rei D. Sancho II pela localidade quando seguia a caminho do exílio de Toledo (1247). Foi nesta pequena aldeia da Beira Alta que decorreram as negociações para a retirada do exército estrangeiro do território português, tendo o monarca ficado albergado na casa de D. Fernão de Soveral, um ilustre nobre da vila. A aldeia possui um elevado número de sepulturas escavadas no granito (associadas aos primeiros tempos do cristianismo peninsular), que rodeiam a velha igreja de Santa Maria, um edifício românico em granito datado do século XII. Para além das ruínas do castelo construído no topo de um afloramento granítico (atribuído ao tempo dos lusitanos ou à presença romana), do seu património histórico fazem ainda parte a igreja matriz, o pelourinho de estilo manuelino e os antigos edifícios da câmara e do tribunal.
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Obras precisam-se: Recuperação do património.
Moreira de Rei teve foral atribuído pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, em data desconhecida, depois confirmado por D. Afonso II, em 1217. Em 1512, D. Manuel I atribui-lhe o foral novo. Com tão importante passado, a localidade não foi incluída em programas de recuperação do património histórico, admitindo o presidente da Junta de Freguesia que, se tal acontecesse, “era bom porque algum do património precisa de ser recuperado”. O autarca fala em concreto da igreja datada do século XII, que precisa de obras, mas como está classificada como Monumento Nacional a autarquia não pode realizá-las.
Moreira de Rei teve foral atribuído pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, em data desconhecida, depois confirmado por D. Afonso II, em 1217. Em 1512, D. Manuel I atribui-lhe o foral novo. Com tão importante passado, a localidade não foi incluída em programas de recuperação do património histórico, admitindo o presidente da Junta de Freguesia que, se tal acontecesse, “era bom porque algum do património precisa de ser recuperado”. O autarca fala em concreto da igreja datada do século XII, que precisa de obras, mas como está classificada como Monumento Nacional a autarquia não pode realizá-las.
in "António Sá Rodrigues - Primeiro de Janeiro"