"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

19.11.06

Autarquia endurece luta contra o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente

Para além de avançar com uma providência cautelar contra o encerramento, anunciado para 4 de Dezembro, do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), a Câmara de Trancoso anunciou ontem ao PÚBLICO que pretende vir a responsabilizar o Ministério da Saúde, pelas eventuais consequências da medida para os doentes do concelho."Cada vez mais, quem ocupa os lugares políticos tem de ser responsabilizado pelas decisões", sustenta o autarca social-democrata Júlio Sarmento, assegurando, desde já, que a autarquia será "implacável". Nesse sentido, o município vai "notificar judicialmente o ministro da Saúde, Correia de Campos, o presidente do Conselho de Administração Regional de Saúde do Centro, Fernando Regateiro, e a subcoordenadora de Saúde da Guarda, Isabel Coelho", avisando-os de que, se algum cidadão do concelho vier a falecer ou sofrer danos duradouros devido ao encerramento das urgências de Trancoso e à falta de meios de socorro, "a câmara patrocinará processos judiciais do ponto de vista da responsabilização civil e criminal pela decisão tomada" pelo Governo.Júlio Sarmento informou ainda que já convocou para a próxima quarta-feira uma reunião com todos os presidentes de junta de freguesia do concelho. Do encontro poderá sair a decisão de serem promovidas manifestações de protesto contra "uma política economicista que esquece as pessoas". O autarca sublinha que "a câmara irá até às últimas consequências para travar o processo de encerramento das urgências" e mostra-se convicto de que a providência cautelar, redigida pelo advogado Castanheira Neves, terá força suficiente: Júlio Sarmento argumenta que "os serviços do Ministério da Saúde querem fazer mudanças e encerramentos ainda antes de ter acabado a consulta pública do relatório da comissão técnica para a reforma da rede de urgências, sem que ainda haja um parecer final e sem o próprio ministro ter tomado uma decisão política".
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In Público

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