"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

17.7.08

Empresas: Competitividade transmontana está nos nichos e não nos grandes investimentos

Bragança, 16 Jul (Lusa) - O IAPMEI apelou hoje aos empresários transmontanos para aproveitarem os apoios disponíveis para explorar as potencialidades locais como as energias renováveis, apontadas como a oportunidade do momento para as empresas desta região se tornarem competitivas.
"No momento, a oportunidade não é para grandes investimentos, mas está na exploração de nichos, pequenas iniciativas que sejam tanto ou mais úteis do que as grandes", defendeu hoje em Bragança João Neves, vogal do Conselho Directivo do IAPMEI, o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas.

O instituto disponibilizou-se para ser parceiro na definição de uma estratégia que começou hoje, em Bragança, na primeira sessão de trabalho com empresas do Alto de Trás-os-Montes, no âmbito da iniciativa "Encontros para a Competitividade".

Numa região com um fraco tecido empresarial, constituído essencialmente por pequenas empresas, João Neves entende que "no momento actual, as oportunidades residem na diversidade".

"Procurar encontrar em cada região os factores que a diferenciam das outras. Trás-os-Montes tem muitos, até tem mais do que às vezes as pessoas que aqui vivem todos os dias julgam que tem", considerou.

Segundo aquele responsável, "é possível encontrar em factores locais possibilidades que do outro lado do mundo podem ser muito valorizadas".

"Factores novos" que na opinião de João Neves têm a ver que com produtos agrícolas, nomeadamente os produtos regionais certificados, com a indústria extractiva, em que se incluem as pedreiras, ou com as energias renováveis como a eólica, entre outras.

Com uma procura cada vez maior por aquilo que é diferente, o vogal do conselho directivo do IAPMEI entende que a competitividade das empresas transmontanas "está nestes nichos, que permitem fazer a diferença e afirmação destas empresas".

João Neves afirmou também ser necessária, por parte dos empresários, iniciativa e alguns dos apoios existentes, nomeadamente uma linha de crédito de 750 milhões de euros que vai ser lançada para as pequenas e médias empresas.

Considerou, porém, que os apoios financeiros "são úteis mas não bastam".

Parcerias e cooperação são a estratégia, também defendida por Rui Vaz, o presidente da Associação Empresarial do Distrito de Bragança, o Nerba.

"Temos de nos habituar a este conceito: cooperar, senão não vamos a lado nenhum", afirmou, defendendo mais cooperação com a vizinha Espanha e parcerias nacionais.

HFI.
in RTP

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