"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

31.1.11

"Não há dinheiro" para obras públicas de proximidade

A ex-presidente do PSD defendeu hoje que é tarde para Portugal apostar nas obras públicas de proximidade, porque já não há dinheiro.

"Tal como um tratamento de um doente que, ou bem que vai a tempo, ou bem que é tarde, neste momento, do meu ponto de vista, isso é absolutamente tarde, não funciona. E não funciona por um motivo simples: não há dinheiro", declarou a deputada social-democrata, durante as jornadas parlamentares do PSD, em Braga.

Manuela Ferreira Leite assumiu esta posição em reacção à intervenção do presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, Reis Campos, que num debate sobre crescimento económico apontou este sector como estratégico, defendendo uma aposta na requalificação urbana.

A anterior presidente do PSD pediu a palavra para discordar de Reis Campos: "Eu compreendo perfeitamente o que disse, mas, neste momento, do meu ponto de vista, está fora de tempo."

"Eu acho que haveria um grande engano se disséssemos que íamos, afinal, apostar novamente em bens não transaccionáveis. Nós temos de apostar nos transaccionáveis e um dos motivos pelos quais nós perdemos competitividade ao longo dos anos teve a ver com a aposta forte nos não transaccionáveis. Portanto, nós agora ao querermos inverter a situação irmos outra vez para o mesmo penso que seria desajustado", acrescentou.

Manuela Ferreira Leite recordou que "há dois anos e tal", em campanha eleitoral como presidente do PSD, "no eclodir da crise", defendeu "uma redução de impostos para as pequenas e médias empresas" e "uma aposta no investimento de proximidade, nomeadamente a reabilitação urbana".

"Neste momento, é tarde para tomar determinadas medidas que são essenciais e que foram essenciais e que podiam ter sido feitas a tempo", considerou.

A antiga ministra das Finanças referiu que "as famílias estão endividas, as empresas estão endividadas, o Estado não tem hipótese de fazer" investimentos, "para que necessitam de crédito e precisavam de não estar endividados". "É evidente que não é exequível", reforçou.

Manuela Ferreira Leite assinalou que "talvez há mais de dez anos" vem dizendo que o sector das obras públicas tem de se reorganizar, "porque as obras públicas vão ter um limite e esse limite está atingido porque não há crédito, não há dinheiro".

Reis Campos respondeu que apenas defende para o sector que representa "as obras públicas de que o país necessite e que sejam rentáveis" e que seria preferível canalizar o dinheiro gasto com os desempregados deste sector "para a reabilitação urbana".

in Diário Económico

28.1.11

Repórter TVI: «Abutres» retrata a corrupção no seio do Estado

O Estado perdeu 104 milhões de euros com as empresas da holding PARPÚBLICA no primeiro semestre de 2010. Reportagem de investigação de Rui Araújo, Rui Pereira e Carlos Lopes
Em tempo de crise económica, financeira e de valores, o debate sobre a criminalização do enriquecimento ilícito está na ordem do dia.

A moralização da vida pública é cada vez mais uma necessidade que ninguém contesta. A corrupção, a fraude, o branqueamento, o tráfico de influências e a gestão danosa no seio do sector público minam qualquer estado de direito. E criam, por outro lado, pobreza e desde logo mais desigualdade.

«Abutres» é uma reportagem de investigação de Rui Araújo, Rui Pereira e Carlos Lopes, que retrata o caos vigente no seio de algumas empresas do Estado. No final, quem paga a factura é sempre o contribuinte.

O Estado perdeu 104 milhões de euros com as empresas da holding PARPÚBLICA no primeiro semestre de 2010.

25.1.11

Baixo auto-controlo na infância resulta em pobreza, menos saúde e criminalidade

As crianças com baixo auto-controlo têm tendência a serem adultos mais pobres, com menos saúde e maior propensão para cometer crimes e consumirem substâncias que causam dependência. O estudo publicado hoje na edição online da revista Proceedings of the National Academy of Sciences analisou mil pessoas durante mais de 30 anos.

A equipa de Terrie Moffitt e Avshalom Caspi, da Universidade de Duke, em Durham, na Inglaterra, analisou o auto-controlo de 1037 indivíduos nascidos em 1972 e1973 em Dunedin, na Nova Zelândia quando tinham entre três e cinco anos. Os dados foram recolhidos a partir de observações junto de professores, pais e cientistas. Depois, os investigadores voltaram a verificar os comportamentos daquelas 1037 pessoas já durante a adolescência e vida adulta, quando tinham 32 anos.

“O nosso estudo, mostra pela primeira vez, que a força de vontade que se tem quando se é uma criança influencia as probabilidades de se ser saudável e rico durante a vida adulta”, disse, citada pela Reuters, Terrie Moffit, primeira autora.

Segundo o artigo, as crianças com pouco auto-controlo tinham mais tendência a ter problemas de saúde durante a vida adulta (27 por cento contra as crianças com mais auto-controlo que tinham só onze por cento), como pressão arterial elevada, obesidade, problemas de respiração ou doenças sexualmente transmitidas. Além disso, era mais provável serem dependentes de substâncias (dez por cento contra três por cento) como o tabaco, o álcool e as drogas, tornarem-se pais solteiros (58 por cento contra 26 por cento), terem dificuldade em gerir dinheiro e terem um registo criminal aos 32 anos (43 por cento contra 13 por cento).

“Conseguir ter auto-controlo e gerir os impulsos é uma das exigências que as sociedades pedem mais cedo às crianças”, explicou a cientista.

Os cientistas confirmaram ainda estes resultados com a análise de comportamento entre 500 gémeos ingleses em que compararam a evolução do irmão com menos auto-controlo. Os resultados confirmaram o que se tinha achado com o estudo neozelandês.

Em ambos os casos, os comportamentos eram independentes do nível de QI. O comportamento de cada indivíduo reflectiu-se na adolescência. As crianças com menos auto-controlo tinham uma maior tendência para cometer actos com um risco potencial maior.

“A tentativa e o erro são uma parte saudável da vida quando se é adolescente”, explicou a cientista à Time. “Mas os adolescentes com um bom auto-controlo fazem tentativas e erros estrategicamente, e apreciam a diferença entre uma experiência com uma aprendizagem útil e um perigo real. Estou convencida que os adolescentes podem ser ajudados para fazerem esta distinção.”

in Público

20.1.11

Luís Vaz de Camões

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

11.1.11

Enriquecimento ilícito: Leia a petição CM


"O titular de cargo político ou equiparado que, durante o período de exercício das suas funções ou nos três anos seguintes à respectiva cessação, adquirir, por si ou por interposta pessoa, quaisquer bens cujo valor esteja em manifesta desproporção com o seu rendimento declarado para efeitos de liquidação do imposto sobre o rendimento de pessoas singulares e com os bens e seu rendimento constantes da declaração, aditamentos e renovações, apresentados no Tribunal Constitucional, nos termos e prazos legalmente estabelecidos, é punido com pena de prisão de 1 a 5 anos. O infractor será isento de pena se for feita prova da proveniência lícita do meio de aquisição dos bens e de que a omissão da sua comunicação ao Tribunal Constitucional se deveu a negligência."

ASSINAR ONLINE

Assinatura Presencial:

Correio da Manhã, Delegação Viseu
Rua Formosa 50, 2º andar
Viseu (Junto à Câmara Municipal)
Horário: 9:30 às 13:00 e 14:00 às 17:30
Telefone: 232 415 170

Cada português pagará 4512€ para financiar todas as PPP


(clique na imagem)

8.1.11

Carreiras, favores sexuais & educação

Estávamos em meados dos anos 80 quando veio a público o caso de um professor universitário que fazia orais e anais a alunas no seu escritório de arquitectura.

Enquanto isso, nos organismo públicos proliferavam as equipas-harem onde a meia idade do seu lider contrastava com a tenra idade das suas assistentes que se prestavam a favores sexuais a troco de lugares bem remunerados na Função Pública.

A sociedade convive pacatamente com tudo isto: os detentores de poder, em particular de influência, usam e abusam do seu estatuto a favor daqueles que se submetem aos seus fetiches.

Lamentavelmente este tema só ganha atenção quando o abusador fica no papel de vítima. E nunca quando este assume a sua atitude habitual de cretino.

5.1.11

Maria José Morgado: "Corrupção tornou o país mais pobre"

Mostrando-se favorável à criminalização do enriquecimento ilícito, a directora do DIAP salienta que a corrupção tornou o país mais pobre nos últimos 25 anos, além de ter enfraquecido o Estado.

A directora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, Maria José Morgado, acredita que a corrupção empobreceu Portugal “nos últimos 25 anos”. “Tornou o País mais pobre, aumentou os custos dos serviços públicos, enfraqueceu o Estado”, analisou, em declarações ao “Correio da Manhã” a propósito de uma petição lançada pelo jornal.

De acordo com a magistrada, é necessário “maior rigor no controlo da riqueza dos titulares de cargos políticos e no controlo das contas públicas”, o que poderá ser obtido através da criminalização do enriquecimento ilícito. O diário do grupo Cofina lançou uma petição e espera reunir as 4.000 assinaturas necessárias para que a criação deste crime seja debatido em plenário, no Parlamento.

Maria José Morgado sublinha que é preciso o País decidir se quer “ter maior capacidade de ataque à corrupção”, ou antes “um combate mais fraco”, sendo que a criminalização do enriquecimento ilícito poderá permitir “o confisco dos bens ilegitimamente adquiridos”, mas também “criar mecanismos que facilitem a prova de aquisição por interposta pessoa, tendo em conta a camuflagem que é oferecida pela quantidade de off-shores que existem”.

As off-shores são, aliás, um dos principais problemas associados à corrupção. “É um muro em que batemos se não soubermos obter a cooperação internacional. E é preciso ter atenção que muitas vezes os off-shores estão no nosso País. São meras caixas postais, em Lisboa ou arredores”, explica.

in Negócios

2.1.11

Gastar o dinheiro dos outros é viciante

Gastar o dinheiro dos outros é viciante. Não há nada mais fácil do que gastar o dinheiro dos outros. Mas ele depois esgota-se e é preciso pedir mais.

in ReWork, Ed Lua de Papel