"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

12.8.15

Férias na Campagne

Uma parte significativa das moradias na nossa região pertencem a famílias emigradas.
Chegam por estes dias às vilas e aldeias, cantam e dançam melodias que o território já esqueceu.
Tal como aqueles que partem para o litoral, idealizam um campo parado no tempo e as cidades no auge da modernidade.

Não sei se é um problema de Educação ou da sua ausência.
As cidades lutam pela melhoria da qualidade dos seus recursos, tão básicos como o ar que se respira.
Promovem as hortas de varanda, orientadas para as avenidas do carbono.
Procuram a descida dos custos de vida e a eficiência nos transportes.
Em termos práticos, as cidades ambicionam ser campo.

E isto acontece porque o modelo de cidade que conhecemos ultrapassou a barreira da sua sustentabilidade.
Na Europa, o campo é para quem pode.

O atraso destes territórios reside nas suas políticas.
Depois da desindustrialização, retomamos o mesmo caminho sem nada aprender.
Negócios baseados em salários mínimos estarão condenados no tempo. E enquanto o pau vai e vem, somos ultrapassados por aqueles que instalam os negócios certos nos locais com essa vocação.
Mas isso obrigaria os eleitos a conhecer a vocação dos seus territórios, e a ler as milhares de páginas dos estudos contratados e pagos para as estratégias territoriais.
É pedir muito.
Mas esta é a discussão que é compreendida por poucos. Por isso, cantemos.