"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

20.10.10

Meio milhão de funcionários públicos devem perder emprego no Reino Unido

Quase meio milhão de funcionários públicos deverão perder o emprego devido ao plano de redução da despesa pública que o governo britânico vai apresentar hoje, quarta-feira, no Parlamento.

O número foi captado na véspera pelas lentes dos fotógrafos nos papéis que o secretário de Estado das Finanças, Danny Alexander, lia dentro do carro.

Ampliadas as imagens, o texto diz que o governo admite que a previsão, feita em Junho pelo Gabinete de Responsabilidade pelo Orçamento, não deverá ser alterada pelo programa de medidas de austeridade.

Este valor coincide com a estimativa de um estudo recente da PricewaterhouseCoopers (PwC), que prevê um milhão de desempregados na sequência das medidas, metade dos quais no sector privado.

O governo britânico apresenta hoje, quarta-feira, em detalhe os cortes para a quase total eliminação do défice, visando poupar 83 mil milhões de libras (95 mil milhões de euros) em cinco anos.

O objectivo do ministro das Finanças, George Osborne, que apresenta as medidas no Parlamento ao fim da manhã, é fazer o défice cair rapidamente de 11% do PIB em 2009/10 para apenas 2% em 2015.

Só a saúde e cooperação internacional estão protegidas de cortes nos vários ministérios que rondam, em média, os 25%.

Na terça-feira foram confirmadas medidas em algumas áreas, como a defesa, cujo orçamento cairá 8% nos próximos quatro anos.

Ao todo deverão ser eliminados 42 mil postos de trabalho, entre militares e civis, além de abandonado o uso de barcos e aviões.

Na imprensa há rumores de que o custo da taxa de televisão será congelado por seis anos e que a BBC irá tomar a seu cargo o financiamento do Serviço Mundial de rádio, até agora pago pelo ministério dos Negócios Estrangeiros.

O "Times" avança que o direito vitalício a habitação social vai desaparecer e nem a polícia, os tribunais e postos diplomáticos serão poupados às medidas de austeridade.

Pelo contrário, revela o "Guardian", o financiamento da ciência foi protegido à última da hora devido à sua importância para o crescimento económico

O "Daily Telegraph" noticia que a segurança social vai sofrer uma queda substancial, o que implicará retirar subsídios a milhares de pessoas e exigir novos testes que provem a incapacidade para trabalhar.

Os gastos nesta área já tinham sido cortados no orçamento de emergência, em Junho, mas o governo prepara-se para reformar a forma de funcionamento dos apoios sociais.

O ministro das Finanças prometeu recentemente sanções para os burlões e acabar com o subsídio de família para os agregados com rendimentos mais altos a partir de 2013.

in JN

19.10.10

os politicos podem ser pros crocodilos

O novo estádio da cidade de Al-Kahder, nos arredores de Belém, na Cisjordânia, cuja construção foi financiada por Portugal, através do Instituto Português de Cooperação para o Desenvolvimento, vai ser inaugurado na próxima segunda-feira.
O recinto custou dois milhões de dólares, tem capacidade para seis mil espectadores, é certificado pela FIFA e dispõe de piso sintético e iluminação. A cerimónia de inauguração abrirá com uma marcha de escuteiros locais, conduzindo as bandeiras de Portugal e da Palestina, e a execução dos respectivos hinos nacionais.

Já fechámos urgências, maternidades, centros de saúde e escolas primárias, mas oferecemos um estádio à Palestina. Devíamos fechar o Hospital de Santa Maria e oferecer um pavilhão multiusos ao Afeganistão. A seguir fechávamos a cidade universitária e oferecíamos um complexo olímpico (também com estádio) à Somália e por último fechávamos a Assembleia da República e oferecíamos os nossos políticos aos crocodilos do Nilo.

in GSMIN.COM

18.10.10

Como o Estado Gasta o Nosso Dinheiro


 o nosso dinheiro. São os nossos impostos.
Saiba como o Estado os tem vindo a gastar.
Todos os dias entregamos ao Estado uma parte substancial dos nossos rendimentos sob a forma de impostos. E acreditamos que o Estado vai gerir esse dinheiro de forma conscienciosa, em obediência aos critérios da boa gestão financeira. Não é, porém, o que acontece. Mais vezes do que seria aceitável, o capital que tanto nos custou amealhar é usado em negócios ruinosos com o sector privado; ou desperdiçado em obras públicas que se eternizam ou não fazem sentido económico ou financeiro.
Não só pagamos os impostos, como a factura da sua má gestão. Ao gastar alegremente mais do que tem, o Estado acumula uma dívida. E quem tem de a assumir somos nós, os contribuintes, que pagamos o descontrolo das finanças estatais com novos impostos, e ainda mais sacrifícios.
É um ciclo vicioso chocante, consequência de um festim de maus gastos públicos sem fim à vista. E uma realidade que Carlos Moreno acompanhou de perto enquanto Juiz Conselheiro do Tribunal de Contas. Ao longo de 15 anos assinou mais de 100 relatórios de auditoria, passou a pente fino os gastos com a Expo 98, com as famigeradas SCUT, os Estádios do Euro 2004, o célebre IPE, a Casa da Música, o Túnel do Rossio, o terminal de contentores de Alcântara.
A lista não cabe nesta obra. Cabem os casos mais emblemáticos, a frieza dos números, a análise rigorosa, objectiva e implacável do que foi gasto. E porque muito poderia ter sido feito para evitar o gritante desperdício dos nossos impostos, o autor reserva para o fim uma nota de esperança: tanto nós como os nossos governantes temos o poder de fazer mais e melhor para pôr as finanças públicas na ordem.

Carlos Moreno defende sanções para os responsáveis por má gestão do dinheiro público

16.10.10

Autarquias endividadas e regiões autónomas impedidas de contratar pessoal

As autarquias em situação de desequilíbrio financeiro estrutural ou em endividamento excessivo estão impedidas de contratar pessoal, segundo a proposta do Orçamento do Estado para 2011 hoje divulgada.
O Governo entende que as autarquias «devem estar alinhadas com o esforço" de contenção de despesa da administração central nas admissões de funcionários.
Assim, os municípios em situação de ruptura financeira, desequilíbrio ou endividamento excessivo «devem respeitar a regra da impossibilidade de abertura de procedimentos concursais».
Abrangidas por este congelamento das admissões ficam também as autarquias que, mesmo sem declaração de desequilíbrio financeiro estrutural ou ruptura financeira, se encontrem numa situação de endividamento líquido superior ao limite legal de endividamento em 2010.
Fica aberta a possibilidade de casos excepcionais fundamentados, que terão sempre de ser sujeitos à apreciação e autorização por parte do Ministério das Finanças.
As mesmas regras vão ser aplicadas ao recrutamento de trabalhadores nas administrações das regiões autónomas.
Para o Governo acompanhar o cumprimento desta medida, as regiões autónomas devem remeter todos os trimestres ao Ministério das Finanças informação sobre o número e despesa com admissões de pessoas a qualquer título.
Caso não cumpram este envio de informação, a proposta de Orçamento do Estado prevê a retenção de 10 por cento do duodécimo das transferências do Estado, podendo ascender aos 20 por cento depois do primeiro trimestre de incumprimento.

in TSF

11.10.10

«O Governo merecia uma sapatada»


Economista diz que o Ministério das Finanças já não é credível e parece «uma barraca de farturas»

O economista Medina Carreira não está pelos ajustes com o actual Governo. Em entrevista ao «Diário de Notícias», diz que o primeiro-ministro «já não tem crédito» e que o executivo «merecia uma sapatada».

«Há uns dois anos que não acredito naquilo que o Ministério das Finanças», por isso, acha que faz todo o sentido uma agência independente para controlar as contas públicas, como sugere o Banco de Portugal. «O Ministério das Finanças não merece crédito! Aquilo já é considerado uma barraca de farturas».

Acredita que o Governo foi «coagido» a tomar as mais recentes medidas de austeridade. «Nós temos, no chamado Estado social, qualquer coisa como seis milhões de portugueses. Tocar em salários, pensões, subsídios de doença ou de desemprego é uma tragédia, porque são seis milhões de portugueses que se põem de pé. Este último pacote... Não sei de quem foi exigência, se da senhora Merkel ou não, mas o Governo terá agido também sob uma pressão muito forte, senão não teria ido aos salários».

«O Governo não tem estratégia nenhuma na cabeça»

Não tem dúvidas de que «não há estratégia nenhuma! O primeiro-ministro não tem estratégia nenhuma na cabeça senão andar a fazer espectáculo e ir conciliando as circunstâncias para ver se vai durando. Aliás, este primeiro-ministro foi realmente uma desgraça para o País: nem tocou nos aspectos financeiros, nem tocou nos aspectos económicos».

Ainda assim, admite, não há outro remédio senão deixar passar o Orçamento do Estado (OE) para 2011, para acalmar os mercados. Passos Coelho deve abster-se explicando as razões ao País.

Pacotes de austeridade: ainda vêm aí mais

O ex-ministro das Finanças de Mário Soares ganhou notoriedade pública mais recentemente, fazendo a denúncia do crescente endividamento do País. Durante muito tempo foi apontado como um «catastrofista», mas o tempo deu-lhe razão.

Medina Carreira acredita que virão aí ainda mais pacotes de austeridade. «Quando chegarmos a 2013, saem as Scut e começam a entrar as parcerias público-privadas no Orçamento. Mil milhões, mil e seiscentos milhões, mil e quinhentos milhões todos os anos! Depois de termos isto arrumado, aparece a desarrumação. Nessa altura, é quase com certeza necessário outras medidas».

Cortar nas piscinas e redondéis a direito

Uma das áreas em que o economista diz ser preciso corar o quanto antes é na despesa das autarquias. «Por exemplo, o mapa autárquico de mil oitocentos e tal não presta. Temos 30% de municípios com menos de dez mil habitantes... O que pagam de impostos não dá para o presidente da câmara, o chauffeur e a secretária! Tem de se reorganizar o mapa autárquico. 4.500 freguesias é um disparate! E, no mapa autárquico, sabe porque não se mexe? Porque há presidentes de câmara que têm de ir tratar da vida para outro sítio. Não se faz nada que mexa em interesses!», diz.

Nas empresas municipais, a palavra de ordem é «suprimir a eito». «A gente viveu sem elas até há cinco anos! O que houve foi um esperto que descobriu que aquilo era maneira de fugir com o dinheiro às contas. Endividam-se pelas empresas municipais, e não se endividam pelas câmaras. Se estivesse nas finanças, no dia em que aparecesse a primeira, não deixava andar nem mais uma! Acabar com piscinas, redondéis, coisas onde se gasta dinheiro. Dizem: "Mas isso fez parte do meu programa." "Ai fez? E ganhou? Vá pedir aos seus votantes que lhe dêem dinheiro para fazer isso!" Porque eles querem cumprir os programas assumindo dinheiros que não têm».

Medina Carreira não quer falar em corte de apoios sociais, mas «há coisas que deve ser o ministro das Finanças a autorizar. Os carros devem ser modelo médio para ministros, e têm de durar cinco ou seis anos. Quando fui ministro, tinha um carro recuperado da sucata da alfândega de Lisboa».

Responsáveis querem esforço colectivo para criar museus pólos de atracção turístico e de riqueza

A falta de associativismo na museologia esteve hoje em destaque no primeiro dia de um debate sobre políticas museológicas em Portugal e o papel das autarquias, com alguns representantes da área a apelar à união e trabalho colectivo.

Na sessão de abertura do colóquio sobre Câmaras Municipais e Políticas Museológicas, a decorrer na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, a directora do espaço, Helena de Freitas, recordou Fernando Pernes, o primeiro director artístico da Fundação de Serralves, que morreu há uma semana, como exemplo de “amor à arte”.

“Ele foi brilhante na perceção da força e da comunidade, permitindo preparar o futuro. Por isso, em nome dele, digo que se todos nos dispusermos a um trabalho colectivo, a um trabalho em comunidade, com o apoio das autarquias locais, temos a alavanca para tornar os museus num centro poderoso de atracção turística e riqueza e, assim, todos poderemos ser mais fortes”, sustentou.

Também João Brigola, director do Instituto dos Museus e Conservação (IMC), lamentou a fraca audiência, um sinal de que “a crise do associativismo atravessa também o mundo da museologia”. “Há uma memória de colóquios em que estavam sempre com uma imensa plateia, não havia lugares para toda a gente. Isto suscita-nos um ponto de reflexão”, afirmou o responsável, expressando o desejo de que “o associativismo cultural, em específico da museologia, volte a ser aquilo que já foi um dia”.

O colóquio, que tem como objectivos identificar a problemática geral dos museus municipais, analisar o respectivo papel no desenvolvimento das comunidades locais, avaliar o contributo da Rede Portuguesa de Museus para a inovação dos museus municipais e, por fim, debater propostas para que estejam em rede, termina terça-feira com a presença do secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle.

7.10.10

Foi importante ser ministro, se foi

A discussão fica interessante quando percebemos o logro das energias renováveis.

À saída do número cosmopolita que foi a conferência do nosso Primeiro na Universidade de Columbia, NY, sobre renováveis e variáveis, o ex-ministro Manuel Pinho, à saída da primeira fila, deu uma mini-entrevista à Lusa; foi reproduzida no "Público" e no "DN". Prefiro atribuir a pieguice e puerilidade da notícia a um subtexto irónico de jornalista de agência, caso contrário tratar-se-ia de jornalismo grotesco. Dá-nos conta de como "foi importante ser ministro cinco anos mas agora estou a adorar a minha vida em Nova Iorque". E continua por aí: o gabinete na Universidade de Columbia, onde é professor visitante, ou visiting professor em inglês técnico, tem uma ótima vista do oitavo andar sobre a zona norte de Manhattan. Os americanos são muito frugais nos hábitos e existe igualdade de tratamento social, ao contrário dos países da Europa do sul ("are you talking to me?"). Uma garrafa de vinho decente custa menos de 20 dólares. Levanta-se às 5 da matina para preparar as aulas. E teve a surpresa de ser convidado para ser docente do mestrado de renováveis pelo reitor da Universidade de Columbia, que lhe telefonou sem mais nem ontem no dia dos anos. Quer vir para NY? E foi. Uma vida adorável. Único problema: "Alguém tinha posto o seu telemóvel pessoal no silêncio e não encontrava uma forma de sair desta opção para pôr um toque bem audível no aparelho, numa altura em que já contabilizava seis chamadas não atendidas" (fim de citação).

Como este país do sul da Europa não é constituído por parolos e como uma boa parte desses espertalhões também adorasse viver em NY, o ex-ministro Pinho recebeu uma carrada de comentários online: jocosos, odiosos e sérios com algumas verdades à mistura, devidamente noticiadas e que eu, como tantos parolos sulistas, não li. Juro que acreditei que o ex-ministro tinha mesmo sido convidado dada a sua proverbial esperteza em renováveis. E de renováveis também não percebo nada, pago-as, com o resto dos parolos, na fatura da EDP. De resto, toda a gente acha que são muito boas para a saúde e o ambiente. O pior é que, curiosa de uns tantos comentários, fui pesquisar na net, e pesquisando fui parar a uns blogues onde a discussão sobre renováveis e o seu custo me pareceu cientificamente descrita por gente que percebia do assunto; e onde fiquei a saber como é que o ex-ministro foi parar a NY. A EDP pagou. No "Jornal de Negócios online", uma notícia assinada por Helena Garrido deu-nos conta disso, a 13 de agosto de 2010. A EDP fez uma doação de montante desconhecido à SIPA (School of International and Public Affairs) de Columbia, e criou um mestrado, um semestre em NY, uma cidade adorável, e um semestre no ISCTE em Lisboa, menos adorável, mas encantadora para estrangeiros e com vinho a menos de 20 dólares já que falamos nisso.

Longe de mim comparar o meu desconhecimento do tema das renováveis com o know-how de Pinho nesta súbita especialidade sua, mas fiquei a saber, ao cabo de horas de pesquisa, que a fatura desta nova forma de energia nos custa agora 700 milhões de euros. A ERSE, Entidade Reguladora Serviços Energéticos, descobriu uma coisa chamado défice tarifário, mais de 2000 milhões de euros, que tem de ser abatido em 2010 em 129 milhões de euros (notícia da TSF online). Neste défice tarifário, que ninguém sabe o que é exatamente, incluem-se os "custos das renováveis". E como vamos pagar o défice? Mais um euro nas nossas faturas em 2010; multiplicado por milhões é adorável. O preço do petróleo diminuiu e continuamos a pagar a eletricidade cara. O consumo também diminuiu, adivinhem porquê: não há dinheiro dos parolos para pagar a fatura.

A discussão fica interessante quando percebemos o logro das renováveis. Não como conceito mas modo de aplicação em Portugal. Descobri que a EDP Renováveis vende à EDP com lucro fabuloso e a EDP vende ao consumidor com mais lucro. Descobri que essa energia custa três a seis cêntimos a ser produzida e nós pagamos 17 cêntimos. Descobri que a EDP ultrapassou o máximo razoável de potência eólica instalada e que a exportação rendeu menos do que o custo; e descobri que o sr. primeiro-ministro, outro especialista de renováveis, instalou em S. Bento uma T. Urban, turbina eólica do INETI, que desde novembro de 2007 teria produzido 8 KW por hora, o que daria para alimentar uma lâmpada de poupança. Verdade ou mentira? A discussão é científica e mereceria ser investigada. Para sabermos quem são e o que são a chamada "máfia do vento" (promotores das eólicas, governantes, autarcas que recebem uma comissão) como lhes chama um bloguer com formação na área e que é a favor das eólicas.

Vou argumentar à Durão Barroso (não haverá aeroporto enquanto houver uma criança com fome): enquanto houver um velho que morra de frio no inverno, não deveria haver mestrados em NY nem Sócrates em inglês técnico. Temos de ter hábitos frugais. E cortar no vinho.

in Expresso, Clara Ferreira Alves

Dicas práticas para reduzir custos operativos

Câmara Municipal de Elvas
Gabinete de Apoio ao Empresário

Dicas práticas para reduzir custos operativos

1. Como reduzir custos gerais
2. Como reduzir custos com o pessoal
3. Como reduzir custos na área comercial
4. Como reduzir custos na área financeira
5. Como reduzir custos na área administrativa


A gestão financeira das empresas está a sofrer uma grande pressão por parte dos accionistas no sentido da redução das despesas gerais de funcionamento. Neste contexto, os executivos sabem que controlar este tipo de custos apenas quando o negócio está com problemas não é a estratégia adequada. Impõe-se uma nova estratégia baseada na procura constante de pequenas poupanças que conduzirão gradualmente à redução das despesas de maior envergadura. Eis alguns conselhos práticos para controlar os seus custos operacionais nos vários departamentos da sua empresa:

Como reduzir custos gerais

São pequenas despesas que somadas podem representar um custo não negligenciável para a sua empresa. Eis algumas áreas administrativas da sua empresa a que deve estar particularmente atento:

Contratação de serviços e reparação de equipamentos: Se no seu negócio possuir contratos caros, no que diz respeito à manutenção e reparação de equipamentos de escritório, mantenha apenas aqueles que forem absolutamente necessários. Faça uma prospecção de mercado e negoceie detalhadamente os contratos. Em certos casos, como por exemplo ao nível dos equipamentos informáticos, poderá ser mais fácil e menos dispendioso formar alguns empregados da sua empresa para que eles possam fazer essas reparações.

Custos do economato de escritório: Elabore um sistema simples de controlo das aquisições e fornecimentos. Procure marcas agressivas e produtos de marca registada. Escolha o fornecedor certo e compare regularmente as suas condições com os dos concorrentes. Veja se é realmente necessário comprar produtos novos. Nesse caso, procure combinar e agrupar as aquisições e aproveitar as promoções e os descontos de quantidade. Tenha em atenção os custos de transportes e resista à tentação de comprar produtos de luxo.
Outros cortes nos custos de pequenas coisas: Não fotocopie nem imprima um grande volume de documentos e seleccione os que podem ser reutilizados. Crie uma cultura avessa ao desperdício na sua empresa. Para todas as compras, use e abuse da Internet para procurar os melhores fornecedores e a melhor relação entre qualidade e preço. Hoje, já existem motores de busca especializados na comparação de preços.



Como reduzir custos com o pessoal

Na sociedade do conhecimento em que vivemos os custos com o pessoal representam uma fatia cada vez maior da estrutura de custos das empresas. Eis algumas ideias para reduzir esses gastos sem que isso afecte a motivação dos seus colaboradores:

Caixa de sugestões: Deixar que os seus empregados lhe indiquem o melhor caminho é um estratagema de diminuição de custos barato e ao qual poucos prestam a devida atenção. A sua aplicação poupa anualmente muito dinheiro às empresas. Só que muitas vezes os benefícios desta medida só surgirão a médio prazo. Crie um prémio atractivo e eleja mensalmente a melhor sugestão de redução de custos.

Força de trabalho flexível: Antes de admitir um novo profissional para os quadros da empresa veja se essa função não pode ser realizada por colaboradores externos. Veja se é possível criar programas de trabalho em part-time e de teletrabalho. A forma de pagamento de salários é outra das áreas onde é possível cortar despesas. Prefira pagar aos seus empregados via transferência bancária, libertando-se de papelada inútil. Considere a opção de subcontratar esta tarefa a uma empresa especializada e recorra a peritos para se aconselhar em termos jurídicos e fiscais. Procure delegar as tarefas de menor valor acrescentado às pessoas com salários mais baixos.
Contratação e despedimentos: Submeta os candidatos a testes rigorosos antes de os contratar, evitando confiar na sorte. Uma má contratação representa para a empresa um custo elevadíssimo. Considere a hipótese de entregar fora a primeira triagem de candidatos, sendo a selecção final feita internamente. Desta forma estará a reduzir a sua margem de erro. Quando proceder a despedimentos é necessário que esteja ao corrente dos trâmites legais de forma a evitar conflitos e despesas desnecessárias.



Como reduzir custos na área comercial

O mais importante do que o custo global dos esforços de marketing será verificar se o seu nível de eficácia. Nem sempre gastar muito dinheiro significa obter bons resultados. Eis algumas sugestões de poupança:

Publicidade: Pode poupar dinheiro em publicidade ao posicionar o seu anúncio num local estratégico das Páginas Amarelas, ao aproveitar os anúncios grátis dos jornais e desistindo das campanhas publicitárias que não estão comprovadamente a aumentar a notoriedade da sua empresa. Recorra sempre que possível aos meios mais focalizados e menos dispendiosos como o marketing directo. Inclua uma pequena e discreta mensagem publicitária nos e-mails que forem enviados da sua empresa para o exterior.

Marketing: Não deve começar uma estratégia de marketing sem conceber anteriormente um plano integrado de comunicação e de segmentação do mercado adequado para o seu negócio. Pode reduzir os custos de envio de informações sobre a empresa através da actualização das suas bases de dados e restringir-se à divulgação das novidades. Se precisar dos serviços de uma agência de publicidade, faça uma prospecção de mercado. Não deixe de contactar as empresas mais pequenas, que oferecem óptimos serviços, por preços mais reduzidos do que as de grande prestígio. Faça estudos de mercado para perceber qual foi a eficácia dos seus esforços de marketing.
Como reduzir custos na área financeira

Gerir as relações com os clientes, os fornecedores e os prestadores de serviços financeiros são os três pilares essenciais de uma gestão financeira eficaz. Eis algumas dicas práticas para cortar custos sem prejudicar o desempenho da empresa:

Serviços financeiros: Como os bancos estão a ser forçados a competir agressivamente pela conquista de novos clientes, são inúmeros os serviços e as condições especiais que oferecem. Faça regularmente auscultações do mercado para verificar se está a usufruir dos melhores preços. Utilize o mesmo raciocínio para outros serviços ligados à área seguradora. Sempre que tal justifique prefira o leasing à compra de equipamentos (como, por exemplo, ao nível dos escritórios, dos sistemas informáticos, do mobiliário ou da sua frota automóvel). Se tem problemas crónicos ao nível das cobranças o factoring pode ser uma alternativa a equacionar.

Política de financiamento: Coloque-se no lugar da entidade financeira quando quiser pedir um empréstimo. Veja até que ponto os juros dos empréstimos ou os prazos acordados de reembolso estão a prejudicar a performance da sua empresa. Sempre que for possível ou favorável amortize ou liquide o capital a pagar, ou peça um refinanciamento da dívida. Não olhe apenas para as taxas, veja também os detalhes dos contratos, em particular, a parte relativa às comissões. Siga atentamente a evolução das taxas de juro e de câmbio e veja até que ponto o seu banco as actualiza quando a diferença não lhe é favorável. Procure formas alternativas de financiamento como, por exemplo, o mercado de capitais ou o capital de risco.

Relações com fornecedores: Encare o departamento de compras como uma fonte de lucros potencial e não de despesas. Reduza o número de fornecedores de modo a aumentar o seu poder negocial perante eles. Prefira negociar contratos de aquisição a longo prazo dado que, em regra, poderá beneficiar de melhores condições. Fixe previamente os preços e os prazos de pagamento e tente obter descontos de quantidade. Acautele no contrato as garantias de reembolso no caso de haver atrasos ou ineficácias no fornecimento. Use os mercados de business to business como a plataforma ideal para fazer negócios com os fornecedores.
Relações com os clientes: Estabeleça uma política geral de crédito e organize o sistema de recebimentos e garantia de pagamentos. Verifique previamente o crédito do seu cliente. Ordene a sua base de clientes de acordo com o histórico das transacções e com o grau de risco. Seja condescendente com atrasos nos pagamentos por parte dos clientes mais valiosos ou antigos. Mas seja implacável com os que têm um longo cadastro de incumprimentos injustificados. Nestes casos, é preferível não voltar a vender até que todas as facturas passadas estejam liquidadas. Utilize modalidades contratuais que encorajem o pagamento rápido e total.


Como reduzir custos na área administrativa

Este é a área funcional onde poderá obter mais dividendos se seguir uma política rigorosa de prevenção e controlo de custos. Eis algumas das rubricas para as quais deverá estar particularmente atento:

Política de viagens: O primeiro passo para controlar as despesas com deslocações consiste em estipular normas específicas que deverão ser seguidas exemplarmente pelos empregados. Esta política deverá incluir posições claras de controlo dos custos, tais como: evitar reservas de última hora e adiantamentos em dinheiro (a não ser nos casos urgentes e inadiáveis); exigir a entrega de recibos comprovativos de despesas e promover a utilização das alternativas de transporte menos dispendiosas. Outro ponto de extrema importância consiste em trabalhar com apenas uma agência de viagens, válida para toda a empresa. Por último, procure controlar a utilização de carros de serviço para uso pessoal bem como as respectivas despesas de combustível, estacionamento, lavagens e portagens.

Negociação de preços: Independentemente da dimensão da sua empresa, é sempre possível negociar reduções de tarifas com as companhias aéreas, com os hotéis, com as empresas de aluguer de automóveis e com as agências de viagem. Na Internet encontrará, por certo, melhores preços do que os que lhe são debitados ao telefone. Por falar em telefones, aproveite a guerra em curso entre as operadoras para obter os melhores preços ao nível das comunicações fixas e móveis. Por falar em preços não esqueça que todas as companhias aéreas têm campanhas de fidelização. O leasing de viaturas (com contrato de manutenção e seguros incluídos), os cartões de gasolina, os cupões de desconto em transportadoras é meros exemplos das poupanças que poderá fazer a este nível.
Política de segurança: A melhor forma de evitar roubos no local de trabalho é empregar profissionais especializados que controlem as entradas e saídas de pessoas e equipamentos e façam vistorias regulares. Adicionar músculos ao seu sistema de segurança pode valer a pena. Outra regra de ouro é a de proibir qualquer tipo de aquisição que não tenha sido solicitada por alguém devidamente autorizado. Ao nível do pessoal, tenha o cuidado de verificar as referências do candidato antes da contratação. Seja especialmente cauteloso com quem recruta para a área informática. Não poupe nos alarmes (que alertem imediatamente a polícia em caso de roubo), nem nos seguros. Muito menos no software antivírus.


Glossário

E-mail - Correio electrónico

Factoring - São instituições financeiras especializadas na cobrança de dívidas, que disponibilizam de imediato o dinheiro às empresas que lhe transferiram os créditos, tornando-se responsáveis pela execução das dívidas, na respectiva data de vencimento, em troca de uma comissão.

Leasing - Também designado por locação financeira define-se como um contrato de aluguer temporário de equipamento. É utilizado como uma forma das empresas evitarem suportar os custos fixos inerentes à compra de imobilizado e tem a vantagem da possibilidade de substituição desses equipamentos no final da sua vida útil, o que elimina o risco de se tornarem obsoletos.

Marketing Directo - O mais curto canal de distribuição e comunicação que liga directamente produtor (ou intermediário) e consumidor final. Os principais meios de marketing directo são o telefone (telemarketing), o mailing ou direct-mail (via postal) e o e-mail (correio electrónico).

Mercados de business to business - Também chamados simplesmente de B2B são mercados de negociação e comercialização de produtos e serviços entre empresas que usam a Internet como plataforma tecnológica.

Teletrabalho - Modelo que prevê o desempenho da actividade do trabalhador a partir de sua casa e em que a ligação à empresa é feita através do telefone, fax ou Internet. É uma opção cada vez mais popular em alguns tipos de negócios, nomeadamente os ligados às actividades criativas que não exigem uma presença física dos empregados, pois permite às empresas poupar custos de instalações.
Bibliografia

Doyle, David; Controlo de custos; 1999, Edições Cetop
Guiny, Jean; Como reduzir custos comerciais; 1998, Edições Cetop
Shank, John e Govindarajan, Vijay; A Revolução dos custos; 1997, Editora Campus
Keher, Daniel; Save Your Business a Bundle; 1994, Simon & Schuster
Autor: Portal Executivo

in http://www.cm-elvas.pt/gae

6.10.10

Frei Fernando Ventura sobre a situação do País

Misericórdias podem cortar com Igreja

A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) admite cortar relações com a Igreja católica. Esta é uma das conclusões possíveis para a reunião de amanhã do Conselho Nacional da UMP, que irá discutir qual a melhor forma de contestação ao decreto da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) aprovado pelo Vaticano em Junho, mas que só foi tornado público em Setembro.
"Tudo é possível, até o corte de relações com a Igreja. Neste momento, antes da reunião do Conselho Nacional, todas as hipóteses são possíveis", admitiu Cardoso Ferreira, presidente do Conselho Nacional da UMP, dando conta de que "no encontro estarão pessoas com muita experiência na gestão das instituições, com experiência de vida e com a ponderação necessária para decidir sobre o assunto".
Os artigos que estão a gerar mais polémica dizem respeito à gestão do património das Misericórdias. No ponto 4 é possível ler-se: "Autogovernam-se livremente, sob a direcção superior da autoridade eclesiástica, a cuja vigilância se encontram submetidas e podendo por ela ser visitadas." No ponto seguinte, a CEP determina: "[as Misericórdias] Administram os próprios bens, que são eclesiásticos, sob a direcção superior da autoridade eclesiástica."
Para Cardoso Ferreira, é necessária uma análise muito objectiva ao documento. "Começa logo com a definição dos bens como eclesiásticos, pois estamos a falar de hospitais, clínicas, lares e edifícios deixados em heranças. Se até agora uma Misericórdia podia vender património sem interferências, agora tem de pedir autorização ao bispo", afirma, apontando o dedo ao que considera ser contradição: "Por um lado, dizem que somos autónomos, mas, por outro, ressalvam que é sob a direcção superior. Ou seja, somos autónomos para fazermos tudo o que a Igreja quiser."
O CM tentou contactar o padre Manuel Morujão, porta-voz da CEP, mas até ao fecho desta edição não foi possível.

in Correio da Manhã