"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

26.12.07

Assembleia aprova orçamento de 17 milhões

A Assembleia Municipal de Vila Nova de Foz Côa aprovou o orçamento, para 2008, num valor superior a 17,67 milhões de euros, a investir sobretudo nas áreas de Educação, Turismo e Acção Social.

O orçamento aprovado representa um aumento de mais três milhões de euros referentes ao orçamento do ano em curso. Os documentos aprovados, em que se incluíram o Plano Plurianual de Investimentos e Plano de Actividades Municipais, receberam os votos favoráveis dos 19 eleitos do Partido Socialista (PS) e de dois do Partido Social Democrata (PSD) e ainda sete votos contra e quatro abstenções.
Esta reunião da Assembleia Municipal de Vila Nova de Foz Côa foi a primeira após a derrota de uma moção de censura ao executivo municipal, apresentada pelos sociais-democratas, tendo sido "notada a ausência de cinco membros do PSD e registado três substituições".
O líder do Grupo Municipal do PS na assembleia municipal, Bruno Navarro, considera este "um facto político que poderá, eventualmente, estar relacionado com os acontecimentos da última sessão da assembleia municipal extraordinária, que culminou com o abandono da bancada do PSD daquele reunião". Bruno Navarro fez também notar a "ausência de qualquer intervenção política que procurasse recuperar os temas polémicos lançados na referida moção de censura" que ocorreu após a denúncia pelo vereador social-democrata, Gustavo Duarte, de despesas efectuadas pelo presidente da câmara, Emílio Mesquita e por membros do seu executivo e gabinete que foram contestadas pelo PSD argumentando "despesismo" e de irregularidades no pagamento de ajudas de custo e deslocações ao serviço da autarquia.

Moção de censura
a vereador do PSD
Na reunião do executivo, o PS fez aprovar, por seu turno, uma outra moção de censura dirigida ao vereador Gustavo Duarte que a considerou ilegal argumentado que a votação deveria ter sido secreta por estar em causa "o comportamento de determinada pessoa".
Na altura, o eleito do PSD disse que "o ridículo tomou conta desta câmara municipal e é com actos como este que se pode medir o grau de prepotência e arrogância com que esta autarquia está a ser gerida", questionando mesmo "qual é o papel do vereador na oposição, se não é fiscalizar, chamar a atenção, reagir, votar em discordância quando o deva fazer, denunciar quando há coisas graves que devem ser conhecidas do público em geral e das autoridades competentes, em particular".
A isto, a Comissão Política do PSD veio acrescentar, em comunicado, que a moção "pretendia significar discordância, de forma inequívoca, sobre o modo como Emílio Mesquita vem gerindo este município, avalizando os comportamentos, por actos e omissões, do presidente da câmara".
Por seu turno, Vítor Magalhães, presidente do PS fozcoense, em declarações ao Pinhel Falcão, comentou não estranhar a tomada de posição dos sociais-democratas, "uma vez que o PSD de Foz Côa sente que as coisas estão a mudar" e que "o PS vê neste executivo uma grande atitude e uma grande política de desenvolvimento deste concelho".

in Diário As Beiras

20.12.07

Novos Julgados de Paz já em 2008

O ministro Alberto Costa assina esta terça-feira no Ministério da Justiça, em Lisboa, os protocolos de criação de quatro novos Julgados de Paz, elevando para 20 esta rede nacional de meios alternativos aos tribunais comuns, na sequência da apresentação do Plano de Desenvolvimento da Rede dos Julgados de Paz em Julho.

Os Julgados de Paz resultam de parcerias entre o Ministério da Justiça e as autarquias locais, tendo como objectivo «proporcionar aos cidadãos um mecanismo mais rápido, mais barato e mais simples de resolverem os seus litígios», realça o MJ.

Segundo a agência Lusa, os novos quatro Julgados de Paz, que serão instalados em 2008, são: Julgado de Paz do Agrupamento dos Concelhos de Aguiar da Beira, Penalva do Castelo, Sátão, Trancoso e Vila Nova de Paiva, Julgado de Paz do Agrupamento de Concelhos de Aljustrel, Almodôvar, Castro Verde, Mértola e Ourique, Julgado de Paz do Concelho de Odivelas e Julgado de Paz do Agrupamento dos Concelhos de Palmela e Setúbal.

Com estes novos Julgados de Paz, o número de concelhos abrangidos passa de 32 para 43 e o universo de habitantes servidos pelos Julgados de Paz aumenta de cerca de 2.300.000 para 2.750.000, segundo o gabinete do ministro da Justiça, Alberto Costa.

in Portugal Diário

14.12.07

Câmaras com dívida em excesso já são 16

Presidente de Trancoso ameaça processar Estado se houver corte de verbas
As câmaras de Mangualde, Nazaré, Santa Comba Dão e Trancoso receberão menos 10% das transferências do Fundo de Equilíbrio Financeiro (do Orçamento do Estado) em 2008, por terem ultrapassado o limite ao endividamento em 2006.

Estas quatro autarquias, cujas contas foram consolidadas pelo Ministério das Finanças na última sexta-feira, juntam-se a outras 12 em situação idêntica: Ansião, Castelo de Paiva, Fornos de Algodres, Guarda, Lisboa, Lourinhã, Mondim de Basto, Ourique, Santarém, São Pedro do Sul, Vila Nova de Gaia e Vouzela, que também ficarão com verbas retidas até estar liquidado o montante do endividamento excessivo.

Subsistem dúvidas quanto às contas das câmaras de Carrazeda de Ansiães, Torres Novas e V. N. de Poiares, autarquias que contestaram as contas do Ministério das Finanças e cujos argumentos no âmbito do contraditório ainda estão a ser analisados.


A Câmara de Mangualde excedeu o limite em 1,2 milhões de euros e durante 26 meses ficará sujeita a retenções de 50 mil euros. Nazaré ultrapassou o limite em 449 mil euros, ficando com 23 mil euros cativos por 19 meses. O excesso em Santa Comba Dão foi de 1,9 milhões, o que equivale a 64 retenções de 30 mil euros.

Durante dois meses, Trancoso ficará sem 50 mil euros para pagar um excesso de 96 mil euros. Mas o presidente desta última câmara já manifestou a intenção de processar o Governo se for efectivada qualquer retenção de verbas.

in Sapo

Sida!

13.12.07

“Temos que ser nós a resolver os nossos próprios problemas”

António Realinho é economista de formação e especialista em desenvolvimento regional, área em que se encontra doutorado. Possui ainda duas pós graduações feitas em França (Universidade de Poitier) e em Inglaterra (Universidade de Oxford). Nesta entrevista, fala-nos das vantagens e das últimas oportunidades que o Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) e o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) representam para o País e para a nossa região.

Kaminhos - Neste momento temos o PDR e o QREN já em pleno arranque. Gostaria que me explicasse o impacto que estes instrumentos irão ter para a nossa região.

António Realinho (AR) – Neste momento estão numa fase inicial estes dois grandes instrumentos de intervenção comunitária no País. Por um lado o Plano de Desenvolvimento Rural (PDR).
Este programa aparece neste período de 2007-2013 num novo contexto da política agrícola comum dado que após a reforma de 2003 houve uma mudança de modelo na União Europeia, onde o antigo modelo muito assente na maior intervenção reguladora da actividade agrícola, está a dar lugar a um novo modelo mais ligado para o mercado e para uma agricultura mais ligava ao mercado global e para os factores de competitividade que o próprio mercado tem. Daí este PDR assenta em três grandes áreas ou eixos.

Um primeiro que tem por finalidade o aumento da competitividade da agricultura e da silvicultura, a melhoria do ambiente através do apoio à gestão do espaço rural e um último eixo de promoção da qualidade de vida nas zonas rurais e da diversificação das actividades económicas.

Ka –Mas, isto não acontecia já anteriormente?

AR – Acontecia em parte. A grande diferença deste quadro é que foram definidos áreas estratégicas de intervenção e fileiras estratégicas de actuação dos apoios e das apostas que o sector agrícola tem que fazer. No anterior quadro havia uma maior regulamentação e intervenção nos apoios agrícolas. Agora, o que se pretende é diminuir o nível de apoios e vocacionar mais a agricultura para o mercado.

Ka – Qual é que será o impacto destas novas medidas na nossa agricultura?

AR – A abordagem que faço é construtiva. Entendo que este PDR tem pontos fortes que temos que ser capazes de agarrar nomeadamente nas fileiras estratégicas que passam pelo azeite e olival, aposta na fileira do vinho e da vinha, nos produtos tradicionais de qualidade e na fileira da floresta e ambiente. A outra grande aposta que temos que valorizar é a diversidade das actividades não agrícolas no espaço rural. Isto passa por vocacionar algumas explorações para o turismo em espaço rural, passa por criar condições para que algumas explorações aumentem a sua actividade nomeadamente na valorização de algumas produções tradicionais. Tem que haver aqui uma aposta clara em determinados produtos nomeadamente na fileira das agro-industrias. Tem que se apostar nos produtos de qualidade.

Ka – Quando se aposta nestas fileiras do olival, vinha, produtos tradicionais, tudo isto tem a ver com a nossa região. Esta será a ultima oportunidade para a nossa agricultura e para os agricultores?

AR – Eu entendo que é uma boa oportunidade para os nossos agricultores e nós temos aqui bons agricultores. Temos que apostar aqui em nichos de mercado onde poderemos ter vantagens competitivas.

Ka – Diga-me então em que nichos se pode apostar aqui na nossa região?

AR – Podemos e devemos apostar na floresta, nos produtos biológicos e produtos certificados, na fruticultura, uma área em que podemos apostar fortemente. Isto são algumas das áreas em que aqui na região podemos apostar. A área das agro-industrias, nomeadamente, do queijo e dos enchidos tradicionais certificados, é outra das áreas em que ainda podemos apostar. Outro ponto importante passa pela promoção do território. Este pode ser promovido através dos produtos tradicionais, do turismo, do património.

Vendendo e promovendo o território, estamos a promover os nossos produtos dando-lhes um bilhete de identidade muito próprio criando por sua vez um nicho de mercado muito particular que é a melhor forma de criar espaço no âmbito da concorrência global. Porque queijo de Castelo Branco, por exemplo, só há aqui.

Ka – Quer com isto dizer que a nossa grande oportunidade passa pela aposta desses nichos de mercado?

AR – O caminho aqui é este, precisamente. Temos aqui vantagens positivas para trabalhar. A outra grande área no que diz respeito ao PDR é encontrar nas zonas rurais novas actividades que sejam inovadoras. Isto pode passar pelo desenvolvimento de um modelo de turismo local, reabilitação do património existente nas zonas rurais, criação de rotas turísticas, uma aposta forte na gastronomia. E, atendendo a nossa boa localização geográfica e com a A-23, devemos e podemos captar novas competências.

Ka – Diga-me uma coisa há apoios concretos para estas apostas?

AR – os três eixos principais que estão inscritos no PDR são os grandes objectivos que estão em convergência com as orientações estratégicas da União Europeia. O Nosso PDR tecnicamente está articulado com as políticas de orientação estratégica comunitária. Do ponto de vista económico esta deve ser a ultima oportunidade. Portanto tem que haver aqui uma acção construtiva e também uma grande convergência entre todos os interesses em jogo. Hoje o mundo rural tem também aquilo que se chama a economia social que passa pelos lares e misericórdias. Para concluir.

O PDR aparece numa altura em que há uma mudança de modelo. O modelo mais intervencionista para um mais virado para a competitividade. Tudo isto se prende com a globalização da economia. Este novo modelo vai ser sustentado pelo novo PDR em tres grandes eixos que já definimos. Aqui na região, temos condições e potencialidades para aproveitar e valorizar as actividades, aproveitando ao máximo os recursos disponibilizados pelo PDR. Temos que ser criativos e saber captar estes recursos.

Ka – Como é que se vai processar toda esta disponibilização de meios? Como é que poderão ser captados os recursos disponíveis?

AR – A partir de agora os programas serão disponibilizados e depois irão estar ligados através do Ministério da Agricultura, através das direcções regionais e também das próprias associações de agricultores que terão certamente um papel muito importante em todo este processo.

Ka- Em relação ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Falou-se muito dos supostos atrasos verificados. Isto é verdade ou estamos a falar de uma falsa questão?

AR – Julgo que se trata de uma falsa questão. O QREN é um quadro para 2007-2013, para sete anos, com uma nova abordagem. Atendendo ás grandes mudanças e ao alargamento da própria União Europeia para 27 membros, isto veio também complicar de alguma forma a gestão da aprovação dos programas quadro. Julgo que está dentro dos timmings aceitáveis.

Ka– Quais são as grandes diferenças entre o anterior quadro comunitário de apoio e o QREN?

AR – A grande diferença desde logo passa pela aposta em força na questão do potencial humano, na qualificação das pessoas. E esta qualificação entendida não só na aprendizagem ao longo da vida como cidadãos mas também como interventores na vida económica e social. Esta questão do potencial humano é fundamental. A outra grande diferença tem a ver com os factores dinâmicos de competitividade que se pretendem imprimir para a economia portuguesa. E aqui há uma grande aposta na inovação e na incorporação tecnológica nas nossas produções. Aposta-se ainda na internacionalização da economia portuguesa e no enquadramento da nossa economia na economia global. Isto tudo passa por um aumento da investigação, não só nas universidades como também nas próprias empresas e também na valorização das actuais produções.

Outra grande aposta passa pela criação de um clima que propicie o empreendorismo de uma forma generalizada, isto é, deixarmos o modelo em que se apoiava a industria tradicional cujo objectivo era criar postos de trabalho e ter industrias menos qualificadas com mais mão de obra intensiva e partir para outro modelo em que se aposta mais na tecnologia na inovação e na ligação efectiva entre as empresas e a universidade.
Por outro lado, pretende-se valorizar as infra-estruturas territoriais como elementos valorativos neste quadro concorrencial. Ou seja estes equipamentos existentes valorizam e aumentam a competitividade das próprias produções regionais.

Ka – Em relação às pequenas e médias empresas (PME). Há ou não uma aposta clara nestas empresas no QREN?

AR – este QREN tem uma aposta clara nas PME. Principalmente, através de um programa operacional para factores de competitividade que pretende apoiar todos os tipos de projecto em qualquer área de intervenção. O QREN assenta em três grandes agendas operacionais. A agenda operacional para o potencial humano, a agenda operacional para os factores de competitividade e a agenda operacional para a valorização do território.
Estas agendas ou melhor este formato de agenda operacional pretende criar um clima de gestão e implementação do QREN mais operacional. Vai reduzir-se muito a burocracia. Há uma grande articulação também entre as agendas. Neste momento estão já operacionais o sistema de incentivos à investigação e desenvolvimento tecnológico, o sistema de incentivos a inovação e o sistema de incentivos à qualificação e internacionalização de PME’s.

Ka – Esta era uma questão essencial, a aposta nas PME? Pela primeira vez vai haver uma aposta clara nestas empresas que são o grosso da nossa economia?

AR – Há uma aposta muito clara nessa direcção e também nas questões tecnológicas e de inovação. Isto como factores estratégicos de competitividade. Só introduzindo estes dois factores nas nossas PME’s é que temos competitividade para o mercado internacional e para a internacionalização. Com um tecido destes estamos a criar espaços para integrar novas competências, ou seja, novos quadros qualificados e uma empregabilidade sustentada.
A implementação correcta destes dois instrumentos, O PDR e o QREN, virão criar um bom ambiente para o aparecimento e novos projectos e iniciativas e consequentemente haverá uma valorização da própria região.

Ka – Quanto ao QREN também se pode dizer que este será a última grande oportunidade para o País e consequentemente para a região?

AR – Claramente. Não se deve deixar passar esta oportunidade. Temos que ser nós a resolver os nosso problemas. Temos que encontrar as soluções para os nossos problemas. Esta é a ideia central.

in Kaminhos

12.12.07

Associação Comercial da Guarda quer ligar comerciantes e população

Cerca de 600 crianças das escolas de oito concelhos do distrito são as protagonistas da campanha de Natal 2007, organizada pela Associação de Comércio e Serviços do Distrito da Guarda (ACG). “Natal com Arte” vai reunir, a partir de sexta-feira e até dia 24, trabalhos de desenho, redacção, ilustração e poesia de crianças e jovens de 40 escolas, desde o ensino pré-escolar ao secundário, numa campanha onde serão premiados os melhores e os mais votados.
Os trabalhos serão expostos em molduras de acrílico, em 350 lojas do comércio tradicional dos concelhos da Guarda, Sabugal, Celorico da Beira, Almeida, Pinhel, Fornos de Algodres, Figueira de Castelo Rodrigo e Manteigas. A ideia é fazer com que as crianças levem pais e amigos a percorrer as várias lojas de comércio tradicional em busca dos seus trabalhos, de forma a serem votados, através de um boletim, e saiam vencedores. Segundo o presidente da ACG, Paulo Manuel, a campanha “tem a missão clara de estimular as compras neste período de natal, no comércio de rua, que sabemos que passa por momentos de grande dificuldade. Este é um projecto que serve para estimular e acarinhar um pouco a dinâmica que se pretende que exista junto dos empresários do comércio”.
Segundo Aristides Moreira, colaborador da ACG e gestor urbano de Fornos de Algodres, “isso faz com que as pessoas se desloquem ao comércio tradicional, conheçam os trabalhos dos jovens e, ao mesmo tempo, conheçam o comércio e haja uma interacção muito grande entre lojistas e população, num clima de Natal”. O responsável afirma que não se pretendeu “dar o cunho de concurso”. “O prémio é mesmo moral, mas a ACG preparará uma surpresa no dia da entrega dos prémios”, referiu, acrescentando: “É um concurso simplesmente no sentido de estimular os trabalhos artístico e escolar”.
A campanha é apoiada através de uma candidatura da ACG ao programa Modcom – Medida C e pela parceria dos gestores urbanos dos concelhos de Fornos de Algodres, Almeida e Manteigas.

in Diário XXI, Susana Margarido

Serra da Estrela tem «que se afirmar pela diferença»

No colóquio “Perspectivas de Desenvolvimento do Interior Serrano”, organizado pelo jornal Porta da Estrela no âmbito da comemoração dos 30 anos da sua publicação, os conferencistas Joaquim Luís Alcoforado, João Luís Fernandes e Pedro Carvalho, todos professores da Universidade de Coimbra (UC), conjugaram a sua perspectiva pessoal sobre o tema com as estratégias e programas de acção previstos no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). O debate teve lugar no auditório da Escola Profissional da Serra da Estrela, em Seia, no passado dia 1 de Dezembro, e acolheu uma vasta plateia de participantes muito interessada em reflectir sobre o desenvolvimento do Concelho e da Região.

Joaquim Luís Alcoforado, docente da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UC, que desempenhou as funções de Delegado do IEFP do Centro entre 2003 e 2005, abriu a sessão tratando o tema “Educação e Recursos Humanos”. Começou por convidar o público a pensar sobre «a encruzilhada em que nos situamos neste momento no que respeita à Educação e Formação», acrescentando: «Se calhar, a encruzilhada iniciou-se mais ou menos nestes termos: em 2000 Portugal presidia também à União Europeia e realizou-se em Lisboa uma conferência que foi particularmente dirigida a estas questões da Educação e dos Recursos Humanos. Na altura, foram definidas algumas metas e algumas finalidades ambiciosas. Disse-se que a União Europeia (UE) ambicionava ter uma economia baseada no conhecimento e isso só se conseguia se investíssemos de forma integrada, concertada e continuada na educação e na formação de recursos humanos».
As metas impostas pela UE eram então as de que «85 por cento dos jovens europeus tivessem uma formação de nível secundário até ao ano de 2010. Depois, era fundamental investir na qualificação dos recursos humanos dos trabalhadores europeus. E aí começavam os problemas para Portugal, que tinha cerca de 45 por cento dos jovens (dados do Censos de 2001) a abandonar o sistema educativo sem concluir o secundário», referiu o docente da UC, que sublinhou ainda que «as qualificações se baseavam essencialmente em dois grandes pilares: sistemas educativos e de formação que pudessem permitir às pessoas ter um diploma e convenções colectivas de trabalho que dessem uma dimensão social ou socioprofissional a estes diplomas».
Luís Alcoforado disse também que Portugal «esteve sempre muito limitado nos sistemas educativos que pudessem contribuir para a obtenção de diplomas profissionais. Por outro lado, nós nunca tivemos sérias convenções colectivas». Assim sendo, «continuávamos com problemas estruturais e não tínhamos qualificações que se comparassem minimamente com os nossos parceiros. Tínhamos níveis de escolaridade baixíssimos e tínhamos principalmente índices de produtividade que eram muito mais baixos que os dos nossos parceiros, na altura a 15. Hoje, a 27, estamos um pouco mais acima, mas estamos a dois terços da média comunitária», frisou.
No que respeita ao QREN, referiu que «será mais uma grande oportunidade para nós transformarmos as pessoas e os sistemas produtivos, mas também para transformarmos as empresas, e criarmos cidades, vilas e aldeias educadoras; e se criarmos em simultâneo desenvolvimento cultural, social e económico». Disse também que este instrumento financeiro, que vai estar disponível até 2013, do ponto de vista da formação «estabelece dois grandes objectivos: uma formação de dupla certificação, que leve um milhão de activos portugueses a aumentar o seu nível de escolaridade em simultâneo com o seu nível de qualificação profissional; o segundo objectivo tem em vista aproximar a formação dos contextos de trabalho».


João Fernandes considera a água um valor estratégico e ambiental decisivo

João Luís Fernandes, geógrafo e professor da Faculdade de Letras da UC, considera o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) «um dos mais carismáticos à escala nacional e até mesmo internacional», por ter uma «imagem muito forte», sendo, por isso, uma área muito procurada, não apenas por turistas que procuram a neve, mas também, por exemplo, por geógrafos, geólogos ou por especialistas do território, «que vêem na Serra da Estrela aquilo que não encontram noutros lugares». O investigador referia-se concretamente à geomorfologia glaciar, cujos traços «estão bem marcados neste espaço; e é preciso acarinhá-la, sublinhando de forma muito forte esta qualidade».
Intervindo no âmbito painel “Ambiente e Desenvolvimento Territorial”, João Luís Fernandes adiantou que desde 1986 – ano em que Portugal aderiu à Comunidade Económica Europeia (CEE) – «a grande aposta tem sido a rede das rodovias, o que tem levado a uma reorganização do mapa de Portugal». Considerou que o desenvolvimento não ocorreu ao longo dos eixos mas «nos pontos de intersecção» dos IC’s, IP’s e auto-estradas «e que é no Interior que encontramos algumas situações de maior depressão socioeconómica, que de certa forma nos tem conduzido a um discurso da valorização pela diferença». «Como não estamos nestes eixos estruturantes, não somos um desses nós importantes de concentração das densidades de poder político, de poder económico, que estão muito próximos um do outro. Temos, pois, que nos afirmar pela diferença», referiu o investigador, que destacou o património, a paisagem e o ambiente, «que nos é apresentado quase como uma “national equity” vendável; mas temos que encarar o problema de outra forma», alertou.
João Fernandes aproveitou também a ocasião para apresentar pela primeira vez em público alguns elementos de um estudo que uma equipa constituída por investigadores da sua Faculdade e de outras Universidades realizou em Loriga, freguesia do nosso Concelho, estudo esse elaborado junto dos mais jovens. «Mostra-nos que o ambiente, antes de ser uma mercadoria vendável para o exterior, deve ser uma mais-valia para quem aqui vive».
Um dos resultados desse inquérito, que foi realizado junto de 100 alunos da Escola Básica do 2º e 3º Ciclos Dr. Reis Leitão, «é extremamente significativo», porque quando foram questionados sobre onde queriam desenvolver o seu futuro, «80 por cento dos jovens disseram-nos que pretendem sair e desenvolver as suas actividades fora desta região», algo que passa, afinal, por «reconstituir ciclos migratórios que já estão constituídos». Outro dado preocupante é o de que esses jovens que pretendem partir, nomeadamente para a Área Metropolitana de Lisboa, onde têm familiares, apontam como principais motivações da sua decisão o emprego e o lazer.
Curiosamente houve uma resposta que não surpreendeu os investigadores. Cinquenta por cento respondeu que não gosta das paisagens ardidas, adiantando que os incêndios «são uma violência para a nossa identidade e para a imagem do lugar onde nós habitamos». «Portanto, antes de pensarmos num ambiente para viver, temos que o fazer é bem, pois há que pensar também no ambiente para as populações residentes, porque é nelas que reside o futuro destas regiões». Por outro lado, o estudo mostra que os jovens são també, extremamente sensíveis à água como valor estratégico e decisivo para o século XXI.
Não estranhando o comportamento demográfico de Loriga, até porque «acompanhou, em termos relativos, a dinâmica demográfica do território continental até aos anos 40/50», alertou, contudo para o seguinte facto: «Desde aí tem sido um afastamento progressivo que tem a ver com toda a crise industrial». E João Fernandes refere que no seu entender a “salvação” e a confiança da região passam pelo Turismo. Contudo, sublinha que este discurso de «solução para todos os problemas não pode ser assim se não mudarem algumas questões estruturais», nomeadamente no que toca à gestão do PNSE.
«Um dos problemas de despovoamento do Interior Serrano tem a ver com a perda de actores e de agentes de desenvolvimento. E é aqui, com muita pena minha e garantidamente de todos, que uma instituição que poderia, de facto, ser um vector de desenvolvimento, como o é em muitos países, acaba por ser neste quadro legal uma oportunidade que não se tem. O que falta aqui nesta Serra da Estrela é a união de peças geográficas que têm problemas comuns e o que lamentamos é que existem instituições que poderiam fazê-lo, e que unem de facto este território serrano, e por modos de funcionamento do Estado não tem efectivado esse papel», critica.
O investigador aproveitou para apresentar um exemplo de sucesso de parques naturais regionais franceses, «que são um vector de desenvolvimento local, um vector de afirmação de economias locais, de fixação de população, parques esses cuja gestão não tem rigorosamente nada a ver com o das áreas protegidas em Portugal». Nos parques franceses «tudo parte de uma Carta do Território de longo prazo que é um Plano Estratégico consensual, trabalhado por empresas turísticas, pelas entidades políticas locais e por representantes dos residentes».
A outra questão que preocupa João Fernandes tem a ver com a gestão dos parques naturais e com a nova lei orgânica do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, porque «os parques naturais vão ser geridos menos à escala local e mais à escala regional». Recorde-se que o PNSE já está a ser gerido com as áreas protegidas do Centro e do Norte do Alentejo, «o que é um afastamento» em relação ao modelo francês.


Defender a marca Serra da Estrela

O geógrafo e professor da Universidade de Coimbra criticou também o facto de a marca Serra da Estrela poder vir a ser integrada na Região de Turismo do Centro (RTC). «Não é admissível que se dilua uma imagem como a da Serra da Estrela numa hipotética RTC», até porque a Estrela é «um território com uma imagem muito forte e esta imagem não pode ser diluída em áreas sem identidade».
Sublinhou que a «única ligação» que Coimbra tem à Serra da Estrela é o Mondego. Nesse sentido, sendo a Serra um dos destinos turísticos mais procurados no País e onde nascem os dois mais importantes rios portugueses – Mondego e Zêzere, com este a abastecer a população de Lisboa –, propôs que seja criado um “cluster” da água, pelo facto de a Serra possuir este «grande recurso do século XXI». «Uma das maiores riquezas da Estrela é a água, que tem um dos maiores reservatórios hídricos da Península Ibérica. Estamos a falar de uma Serra onde nascem os dois principais rios portugueses e cuja qualidade da água pode ser controlada por nós; e não acontece o mesmo com o Guadiana, com o Tejo ou com o Douro», evidenciou.


Pedro Carvalho apela no sentido de que se execute uma maior e melhor preservação do património cultural

O arqueólogo Pedro Carvalho entende o património cultural como «um vector de desenvolvimento local». Ou seja, «não é uma panaceia, não é uma solução que resolve tudo, mas pode ajudar, sobretudo em regiões do Interior como a nossa, com perda preocupante de população».
Este professor da Faculdade de Letras das UC, que falava no âmbito do painel “Património e Cultura”, salientou que o QREN define para a valorização económica dos territórios menos competitivos a «aposta dos recursos endógenos com mais potencialidade de exploração», nomeadamente o património histórico, cultural, natural e arquitectónico «considerado de grande valia susceptível de alicerçar dinâmicas económicas e de valorização do território e em torno do qual faça sentido construir uma estratégia de desenvolvimento de médio e longo prazo», destacando também os investimentos a realizar no domínio da Cultura, particularmente os relativos à salvaguarda e valorização do património cultural e às redes de equipamento culturais.
O investigador sublinhou que a força desta região «é o património natural diversificado com qualidade paisagística e valia ambiental, articulado com o património histórico e arquitectónico, com a identidade cultural e os produtos regionais com tradição e qualidade». Como fraquezas, o QREN diagnostica a fraca acessibilidade intra-regional, isolando o Interior e, no seu entender, «a dificuldade em estabelecer parcerias, quer sejam intermunicipais ou entre o público e o privado».
Ao apresentar várias imagens da Serra, referiu que os concelhos serranos poderiam explorar «a marca dos Lusitanos, algo mítico que está relacionado com a nossa nacionalidade, com as nossas raízes, mas é uma marca que não tem sido tratada e explorada nesta perspectiva. Aliás, arriscamo-nos a perder aquilo que ainda resiste destes nossos antepassados se não adoptarmos atempadamente medidas que protejam os povoados que ainda subsistem nas encostas da Serra e que poderão ter sido ocupados por estes povos há mais de dois mil anos». Pedro Carvalho fazia referência às antas, às covas e caixões da Moura, às estradas romanas, «património muitas vezes esquecido e que podiam ser factores de desenvolvimento».


Debate animado

Depois das intervenções destes especialistas, e sob moderação de Albano Figueiredo, director do PE, foram vários os presentes que retomaram alguns dos principais aspectos trazidos à discussão, num debate muito empenhado e que, no seu conjunto, ocupou cerca de 2 horas e 30 minutos.
Preocupações com o desenvolvimento económico do Interior serrano e com a defesa do património histórico e ambiental foram os elementos mais focados por uma plateia onde se encontravam variadíssimos senenses, nomeadamente políticos, professores, advogados, engenheiros, operários e técnicos especializados, entre outros, todos leitores assíduos do nosso jornal.

in Porta da Estrela

9.12.07

O caminho do precipício


Portugal é conhecido por se colocar na parte cimeira das listas dos países onde existe mais corrupção. Possivelmente a corrupção em Portugal não é tanto a da compra de grandes favores, mas é sem dúvida a que resulta do pequeno favor, do compadrio, do afilhado, da cunha, da pequena influência. O caciquismo do final da monarquia e do início da República não desapareceu, só se refinou e adaptou às novas realidades.
Nós não abandonámos há tanto tempo como se pensa uma sociedade de servos e senhores. Uma boa parte da população portuguesa continua a manter intactos alguns hábitos da sociedade servil. É isso que explica que muita gente do povo se não sinta bem se não oferecer umas garrafas de tinto, o whisky velho, o cabrito, a perdiz… ao médico que se limitou a tratá-lo com profissionalismo e respeito. As professoras e os professores, sobretudo os do primeiro ciclo a trabalhar em aldeias, conhecem bem esta realidade. Quanta quinquilharia pavorosa não têm os educadores e professores de aceitar com um sorriso de embaraço e simpatia.
Na sociedade portuguesa a corrupção é particularmente pesada na esfera do emprego. Uma boa parte dos portugueses têm empregos adquiridos através do favor, da cunha, do amigo, do familiar, da pequena influência. Estudar a natureza das relações entre os trabalhadores dependentes de uma Câmara Municipal, por exemplo, ajuda a perceber o que somos e o que vai por aí. Somos bombeiros, maqueiros da ambulância, árbitros de futebol ou trabalhamos num centro de saúde porque temos um parente ou um amigalhaço bem colocado no meio.
A direita passa o tempo a pregar a bondade do mercado e a lisura das relações de trabalho no sector privado. Dizem que o mercado é exigente e não contemporiza com os favores. Ou se é bom e singra-se na carreira ou o mercado elimina. Nada de mais errado. Pelo menos em Portugal não se arranja um emprego no sector privado por se demonstrarem especiais aptidões para a função. Os filhos, os sobrinhos, os enteados, as noras, os cunhados, a prima do amigo… e por aí adiante, estão à cabeça da lista de candidatos a qualquer emprego com algum interesse.

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25.11.07

Chegou a hora dos TOCs da região!

A redução da tributação de IRC na região está a trazer muitas empresas para a Beira Interior.
Todos sabemos que a primeira intenção destes novos empresários locais é apenas beneficiar da redução da carga fiscal, não tendo no imediato outros objectivos.
No entanto, os valores praticados pelos diferentes TOCs (Técnicos Oficiais de Contas) na região chega a atingir um terço dos valores correspondentes nas áreas metropolitanas, motivo pelo qual acaba por ser o primeiro serviço que esses empresários contratam na região.
Resta-nos saber quanto mais sectores saberão aproveitar esta oportunidade.

19.11.07

A «última oportunidade» da região Centro

A Plataforma Logística também está contemplada no QREN

A região Centro é a segunda mais atrasada «do país e da Europa dos 15», alerta Alfredo Marques. O presidente da Comissão de Cooperação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) participou, na última quinta-feira, na reunião extraordinária da Assembleia Municipal da Guarda sobre o Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), que estará em vigor até 2013, e avisou que esta será a «última oportunidade» para desenvolver o Centro do país.

«Devíamos tomar este pacote de fundos estruturais e fazer dele como se fosse a última oportunidade de termos à disposição um envelope financeiro de grande volume e dar um salto decisivo para ver a nossa região a par da média nacional e, depois, da média europeia», afirmou aos deputados. Alfredo Marques lembrou ainda que a região Centro «é a segunda mais atrasada no contexto nacional e na Europa dos 15», por isso o QREN é uma oportunidade que «não pode ser desperdiçada». Nesse sentido, não poupou críticas ao aproveitamento dos fundos dos três últimos Quadros Comunitários: «O mais dramático é que nem sequer conseguimos completar algumas redes básicas, como de abastecimento de água e saneamento», sublinhou. O presidente da CCDRC revelou depois os montantes do QREN – 21 mil milhões no total –, sendo que a região Centro vai dispor de cerca de cinco mil milhões de euros durante os próximos sete anos. Dinheiro a aplicar preferencialmente em «três grandes prioridades»: a formação de recursos humanos, a competitividade e a valorização do território nacional.

Nesta sessão os deputados municipais ficaram ainda a conhecer o Plano Estratégico da Comurbeiras, a candidatar ao QREN, que contempla 550 projectos repartidos pelos 12 municípios da Comunidade Urbana das Beiras, num investimento de 900 milhões de euros. Nesse documento a Guarda incluiu um conjunto de 31 projectos relacionados com acessibilidades, turismo, saúde e património histórico e cultura, entre outros. Os destaques vão para a criação de uma clínica bio-climática, um parque de tecnologia logística, a implementação de uma rede de transportes limpos, um museu da água e um pólo de investigação da Faculdade de Medicina da Universidade da Beira Interior. Para Joaquim Valente, presidente da Câmara da Guarda, este «é um plano ambicioso, que não se esgota no QREN, que será de acção para todo o conjunto de municípios» da Comurbeiras.

Mas este Plano Estratégico não agradou a todos. Da bancada social-democrata, Ricardo Neves de Sousa acusou o município guardense de «uma total e gritante falta de estratégia», ao contrário de cidades vizinhas, como a Covilhã. Já Álvaro Estêvão, do CDS/PP, considerou «de impacto duvidoso no desenvolvimento regional» os projectos previstos no plano. No distrito da Guarda integram a Comurbeiras os concelhos de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Trancoso e Sabugal, a que se juntam a Covilhã, Penamacor e Belmonte, do distrito de Castelo Branco.


O Interior

12.10.07

Descoberto tesouro romano do século IV

Um tesouro romano do século IV d. C., com mais de 4500 moedas, foi encontrado no sítio arqueológico do Vale do Mouro, no concelho de Mêda, distrito da Guarda. Falta garantir um local adequado para guardar esta descoberta até que seja incluída num museu.
Um tesouro do século IV foi descoberto no Concelho de Mêda. Os arqueólogos que trabalham na escavação do Vale do Mouro foram brindados com mais de quatro mil moedas de cobre e bronze.

O achado aconteceu na passada quinta-feira, último dia da campanha de escavações que começaram em Julho.

O arqueólogo responsável pelas escavações, António Sá Coixão, disse à TSF que as moedas de cobre e bronze terão pertencido a um ferreiro que as escondeu com medo dos povos bárbaros que estavam a invadir o império.

O arqueólogo referiu que quem escondeu o «tesouro» executou «um alinhamento de pedras, colocou as moedas no interior de um saco de linho», deitou «uma camada de terra» e, por cima, disfarçou com uma foice, uma picareta, argolas para lareira, duas chaves, e mais terra, para as pessoas pensarem que era uma tulha de ferreiro».

Ou seja, o dono das moedas enterrou-as no local, mas depois terá morrido e já não as desenterrou, tendo elas permanecido escondidas até agora.

O arqueólogo assegura que recebeu a garantia da câmara de Mêda para construir no local do achado um museu para expor estas moedas de cobre e bronze, que até lá vão ter que passar por um processo de limpeza e conservação desconhecendo-se ainda onde vão ser armazenadas.

in TSF

2.10.07

“Vivências Sexuais dos Jovens da Beira Interior”

Um pertinente estudo da autoria de Patrícia Brancal.
Em suma, se não são tomadas iniciativas para alterar o estado de "ignorância sexual" da população juvenil da Beira Interior, não ficará a dever-se à falta de informação mas sim à falta de vontade (aliás demonstrada durante o estudo) dos decisores sobre a matéria.

Fica por isso, e sem reservas, a classificação de 4 valores (medíocre) para os Conselhos Directivos das escolas contactadas.

in Kaminhos

21.9.07

Guarda sem carros no Centro Histórico

No próximo sábado, 22 de Setembro, para assinalar o Dia Europeu sem Carros, a Câmara da Guarda vai proceder ao corte de trânsito, no Centro Histórico e nas ruas do centro da cidade. De acordo com a informação da autarquia “a rua Salgado Zenha vai ter dois sentidos, de forma a facilitar o tráfego automóvel nesta zona”. A zona de São Francisco, o Teatro Municipal da Guarda e a zona envolvente do cemitério, são algumas das alternativas para o estacionamento dos automóveis, nesse dia.
Recorde-se que a Câmara da Guarda é uma das cidades aderentes à Semana Europeia da Mobilidade, que teve início a 16 de Setembro, e que este ano tem como tema “venha viver connosco as ruas da nossa cidade”. A semana tem sido marcada por diversas actividades repartidas pela Galeria do Paço da Cultura, Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda, Praça Velha, Parque da Saúde e Alameda de Santo André.
A autarquia adianta que “a medida permanente a implementar neste ano será mais um trilho do projecto Rotas Natura”, tendo sido marcado um percurso pedestre urbano com o objectivo de dar a conhecer as árvores mais emblemáticas da cidade, “os nossos ‘Gigantes Verdes’ as árvores com as quais partilhamos o nosso espaço urbano e que pintam de verde as ruas da nossa cidade”.
No distrito, apenas a Guarda aderiu, em simultâneo, à Semana Europeia da Mobilidade e ao Dia Europeu sem Carros. Na listagem divulgada, Celorico da Beira aparece como município apoiante do Dia Europeu sem Carros e Manteigas como município apoiante da Semana Europeia da Mobilidade.
A Semana Europeia da Mobilidade foi lançada, em 2002, em Bruxelas. Desde então, os cidadãos europeus podem gozar de uma semana inteira de eventos de sensibilização / consciencialização sobre um tema anual relacionado com a mobilidade.
A campanha “Na Cidade sem o meu Carro!” teve início em França, em 1998. A Comissão Europeia passou a adoptá-la a partir de 2000, através da criação do “Dia Europeu sem Carros” – dia 22 de Setembro – com o objectivo de apoiar o desenvolvimento de cidades limpas, onde os transportes públicos satisfaçam as necessidades individuais dos cidadãos.
As Nações Unidas pretendem lançar o Dia Mundial sem Carros, criando um órgão de cooperação internacional, que preste serviços de consultoria sobre políticas e aspectos operacionais relativos ao planeamento do Dia sem Carros. Este órgão monitorizará os eventos e experiências do Dia e será o Centro Internacional de Intercâmbio de Informação para aprendizagem e troca de ideias.

in Jornal A Guarda

13.9.07

Mêda: Empresa inova na área gourmet

A Vinhos & Eventos é uma empresa recente, que aposta na inovação na área gourmet e tem como referência as imensas potencialidades da região do Alto Douro vinhateiro.

Armindo Janeiro tem o curso de técnico agrícola, ligado aos vinhos. Foi hoteleiro de restauração na Mêda, durante cerca de 15 anos, mas a paixão pelos vinhos e “gourmet” levaram-no a criar, há cerca de um ano, a Vinhos & Eventos, uma empresa que se pauta pela qualidade vitivinícola, associada ao que a região do Douro e o país oferecem de melhor.
Trabalhando como grossista e retalhista, a empresa tornou-se já num referencial na oferta de vinhos de qualidade (de mesa, generosos) predominando os durienses, ou não fosse a Mêda um dos concelhos que, embora parcialmente, produz o vinho fino mais tarde baptizado com o nome de Vinho do Porto.
Numa autêntica “biblioteca” de enologia, onde figuram, entre outros, o Nelus, Barca Velha, Vale Meão, Abandonado, Ramos Pinto, Mêda, Foz Côa, podem encontrar-se enchidos regionais, queijos, acessórios, compotas, licores, fumados... Assim, os amantes da “boa cozinha regional” podem usufruir das alheiras transmontanas, as moiras e morcelas, farinheiras, enchidos de Mêda, Bragança, Vinhais e Alentejo, queijos Serra da Estrela, Terrincho ou típicos do Alentejo, mas também o azeite de Longroiva e outros. Ao todo, a Vinhos & Eventos possui 300 marcas de vinho diferentes e 30 marcas de Vinho do Porto.
Armindo Janeiro orgulha-se de, enquanto empresário de restauração, ter registado a patente da “Posta dos Pobres”, um prato simples feito à base de carne de porco (do lombo) com molho de azeite, alho e vinagre e a verdura.
O empresário, nascido em Freixo de Espada à Cinta, no vizinho distrito de Bragança, pretende “instalar” na Mêda o costume do lanche no final do dia de trabalho, pelo que criou um espaço dedicado a este “evento” onde quem quiser pode apreciar um bom vinho e um óptimo acepipe a meio da tarde, em convívio com amigos e colegas. “É um uso que aos poucos vai sendo implantado, já costumado por algumas pessoas que, assim, reforçam á mesa, a sua amizade”, diz Armindo Janeiro. Acredita que “a boa mesa com qualidade em muito pode contribuir para o desenvolvimento do turismo na região do Douro e daí ter nascido uma empresa que aposta nos produtos regionais como uma mais-valia que vale a pena incentivar”.


in Diário As Beiras

26.8.07

Pinhel inaugura centro de congressos

Depois de dois anos de construção, o Centro de Congressos Desportivos e Exposições de Pinhel vai ser inaugurado amanhã, em cerimónia comemorativa do Dia do Concelho. A infra-estrutura vem, desta forma, “colmatar as lacunas sentidas no concelho em termos desportivos e culturais”, assumiu o vereador Rui Ventura. A inauguração está marcada para as 17h30, a que se segue um jogo de andebol entre duas equipa da I Divisão, Benfica e Liberty São Bernardo, de Aveiro.
Segundo o vereador, o Centro de Congressos irá receber por ano três eventos distintos tanto a nível cultural como desportivo, nomeadamente a Feira das Tradições e Actividades Económicas do concelho. Também o Festival da Canção de Pinhel passará a ser realizado naquele espaço, uma vez que o Cine-Teatro de São Luís, local que durante quatro anos acolheu o evento, “já não tem capacidade”, adianta Rui Ventura. Assim, em Novembro, a quinta edição do Festival vai estrear-se no Centro de Congressos.

DOIS ANOS DE OBRAS E DOIS MILHÕES E MEIO DE EUROS INVESTIDOS
A obra começou a ser construída há dois anos e chegou mesmo a ter a data de inauguração marcada para o Dia do Concelho, mas do ano passado. O atraso deveu-se a “problemas com a empresa responsável pelas obras”, conta o vereador, situação que obrigou a Câmara de Pinhel a tomar posse administrativa da construção.
O pavilhão tem uma área de dois mil e 400 metros quadrados e bancadas com 400 lugares sentados, sendo estas removíveis de forma a realizarem-se exposições, descreve o responsável. O espaço conta ainda com ginásio, posto médico e bar, entre outras valências. A Câmara investiu dois milhões e meio de euros na obra, que se situa na avenida principal da vila, junto ao quartel da Guarda Nacional Republicana.

14.8.07

Andre Sardet na Sexta Feira

Na sexta feira será o dia de André Sardet subir ao maior palco de espectáculos de verão da Beira Interior: Feira de São Bartolomeu!

9.8.07

"Quadrilha" em Trancoso


A vila medieval de Trancoso vai receber no próximo dia 13 de Agosto, SEGUNDA FEIRA, o grupo musical "Quadrilha".

"A música da Quadrilha tem base em formas simples, tão simples quanto os motivos das suas canções. No entanto, a maneira como o demonstram revela um apego à alma e está repleta de sentimentos: os homens do mar e as suas crenças, as gentes da terra e as suas lendas, as histórias contadas à lareira, as moças brejeiras, as sortes da lua, os encantos da noite. São algumas das muitas razões que levam estes amantes da música popular portuguesa a fazer a festa onde quer que sejam chamados. A Quadrilha vai fazendo histórias que reforçam a crença numa terra que tem tudo para nos dar. Umas vezes em tom de grande folia, outras na ternura e na calma de uma balada, mas sempre com o som único da banda."

Este concerto ocorrerá no âmbito da Feira de São Bartolomeu, que incluirá outros espectáculos musicais.
Programa de Espectáculos da Feira

7.8.07

Pinhel - Município cede parte das instalações a ex trabalhadoras da Rohde

O Município de Pinhel vai ceder parte das instalações da Pinhelcoop a Associações Agrícolas do concelho e a ex-trabalhadoras da fábrica de calçado Rohde. As operárias tiraram formação na área das confecções e agora pretendem criar a própria indústria, como adiantou Rui Ventura Vereador do Município de Pinhel.

Para já o Município vai ceder as instalações de uma forma gratuita. Rui Ventura espera que as ex-trabalhadoras da fábrica de calçado consigam levar a bom porto este projecto.
Rui Ventura considera que é um dever da Autarquia apoiar as ex-trabalhadoras da Rohde neste projecto.

in Rádio Elmo

5.8.07

Há coisas que são boas que pr'além disso são boas!*

Ricardo Araújo Pereira, na interpretação do papel de Presidente da Câmara de Vila Nova da Rabona, insiste que o interior possui atractivos ao nível das grandes áreas metropolitanas.



Tal não corresponde ainda à realidade.
O património humano feminino tem vindo a degradar-se no interior, vítima em grande parte da falta de empreendedorismo no sector da manutenção física e de lazer.

Esta situação torna-se ainda mais estranha quando se verifica que o homem beirão tem vindo a assumir um porte atlético, bem distinto dos exemplares femininos.



Neste sentido, julgam-se pertinentes todas as iniciativas na área da actividade física para os exemplares humanos femininos, com determinação estratégica de os equiparar ao nível do exemplares metropolitanos.



NJ: Esta crónica surge um ano depois do saudoso texto sobre a Vida Selvagem na Serra da Estrela

4.8.07

Quadro Estratégico para ’Dão, Lafões e Alto Paiva’

A Associação de Desenvolvimento Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP), entidade promotora do desenvolvimento local, em estreita parceria com as forças vivas de cada território, delinearam, no Solar do Dão, em Viseu, a estratégia para o próximo período de programação 2007-2013,...

através da elaboração de estudo adequado sobre o espaço que congrega. (Viseu, Vila Nova de Paiva, Vouzela e Oliveira de Frades). Em relação às actividades a desenvolver durante os próximos sete anos, o presidente da Associação, Guilherme Almeida, disse que ADDLAP persegue a ‘promoção e o desenvolvimento rural integrado, dinamizando e valorizando a intermunicipalidade num espírito de cooperação regional’, sem esquecer o sector social, económico e cultural do território que integra.

Referiu que ‘actualmente já são visíveis alguns efeitos do trabalho das associações de Desenvolvimento Local, contrariando, entre outras acções, o défice demográfico e a valorização dos recursos naturais, recuperação de locais históricos, etc. Foram aprovados 152 projectos, de investimento em infra-estruturas, apoio a actividades produtivas e outras acções materiais e imateriais, entre muitos outros nos diversos vectores. Na prática, geriram-se cerca de 250 projectos com um investimento na ordem dos dez milhões de euros.

‘Neste momento de transição, em que se prepara o Quadro de Referência Estratégico Nacional – QREN, nomeadamente o Programa de Desenvolvimento Rural e também a organização administrativa do território, a ADDLAP, com a colaboração a SIP, definiu um plano para a sua área de intervenção, tendo estabelecido como prioridades estratégicas o crescimento sustentado, o desenvolvimento económico e a coesão social e territorial’, adiantou António Guilherme. Deste modo, ‘com base nestas prioridades, foi desenhada uma estratégia local e um plano de acções direccionado para o desenvolvimento local sustentado e para a melhoria da qualidade de vida nas regiões’, ‘com uma nova ambição e uma maior determinação’, frisou.

A ADDLAP quer, em suma, ‘privilegiar as parcerias entre o poder local e o poder central, entre os actores do sector público e privado, juntando vontades para combater as assimetrias, evitar a desertificação, dinamizar os nossos territórios, construir um Portugal mais justo, equilibrado e desenvolvido’. A estratégia a implementar está orientada para o desenvolvimento dos recursos humanos, valorização do território, inovação e competitividade regional, projecção e valorização ambiental, desenvolvimento das cidades e sistemas urbanos.

Fernando Martins (DRAPC), abordou aspectos relacionados com a nova orientação da PAC e as prioridades estratégicas nacionais, tudo em ordem à promoção da competitividade, apoiando projectos individuais, prestando apoios à florestação e obras de regadio, em ordem a uma gestão sustentada do espaço rural. A dinamização das zonas rurais e a promoção do conhecimento e desenvolvimento de competências, também constam nos diversos subprogramas. Os desafios para o futuro são a globalização, tendo presentes os factores económicos e as tecnologias, localização geográfica, estruturas urbanas e sociais, capacidade competitiva, etc.

in Notícias de Viseu, A.Rodrigues

3.8.07

MANTEIGAS distinguido com menção honrosa

O trabalho que a Câmara de Manteigas tem vindo a desenvolver, no sensível domínio do desenvolvi- mento sustentável, teve os seus frutos com a distinção obtida em concurso nacional.

O Município de Manteigas vai ser distinguido com Menção Honrosa, na categoria Urbanismo, no âmbito da candidatura apresentada ao Concurso Nacional de Boas Práticas Locais para o Desenvolvimento Sustentável – «Divulgar para Inspirar».
A candidatura da Câmara Municipal de Manteigas ficou entre os cinco primeiros lugares na categoria Urbanismo, pela implementação do «Programa Especial de Recuperação de Imóveis Degradados – PERID e Programa de Apoio à Pintura de Fachadas – PAPF», cuja Sessão Pública de Apresentação das Boas Prática Locais terá lugar no próximo dia 19 de Setembro, pelas 15H00, no auditório da Biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia no Campus da Caparica.
Os referidos Programas implementados pelo Município de Manteigas no ano de 2003, já permitiram a recuperação de 127 imóveis, num investimento total de 718.264,58 euros.
O Concurso Nacional de Boas Práticas Locais para o Desenvolvimento Sustentável – «Divulgar para Inspirar», foi instituído através do Despacho N.º 2585/2005 (2.ª Série), Diário da República N.º 24 de 03 de Fevereiro de 2005, abrangendo cinco categorias: Ambiente, Economia, Sócio – Cultural, Urbanismo e Governação Local.

2.8.07

"O iberismo pode ser uma opção interessante"

Portugal teria vantagem numa união Ibérica, como a preconizada por José Saramago?

Uma Ibéria traria mais vantagens para nós, que temos 10,5 milhões de habitantes. Mas as nossas oportunidades não valem só isso. Na aldeia global em que a cultura americana e o inglês se sobrepõem, o iberismo pode ser uma opção interessante. Teríamos vantagens em mercados como a China ou a América Latina.

Seríamos assimilados pelas autonomias regionais?

As muitas "Espanhas" que existem não estão assim tão distantes. Basta ver a Avenida da Liberdade, em Lisboa, quase toda na posse de espanhóis, ou o sector bancário. Muitos interesses específicos na nossa economia já estão na posse dos espanhóis. Mas nós também somos grandes consumidores de produtos espanhóis.

Como autarca de uma localidade de fronteira não receia que se perca a nossa identidade cultural?

Não, antes teria tendência a reforçar-se. As relações sociais entre os dois povos estão sedimentadas. Com Castilla y León temos mais afinidades do que eles com galegos ou catalães. Isso vê-se quando há um jogo entre uma equipa portuguesa e o Barcelona. Castilla está pelos portugueses. Nós somos mais atlânticos e mundiais, eles têm dificuldade em relacionar-se com outros povos. Mesmo aprender línguas é mais difícil para eles do que para nós.

A desertificação na raia não dá grande vantagem...

Lá não há cidades pequenas. É pior. Eles desenvolveram cidades médias, mas à volta o despovoamento é grande. Nós não queremos esse modelo, mas temos de criar condições para fixar população. Vamos criar um ninho de empresas, que permita a fixação de profissionais liberais. Ao contrário do que sucedia na minha geração, hoje os nossos jovens, que já conhecem o litoral, querem ficar aqui se tiverem condições de sustentabilidade.

Costuma ir a Espanha fazer compras?

Costumo ir a Espanha, mas não para fazer compras. Não é nenhuma espécie de nacionalismo, mas entendo que o IVA espanhol distorce a nossa competitividade. Em Lisboa, estes 5% de diferença no IVA não fazem muita diferença, mas aqui fazem. Em produtos como o gás, o tabaco e os produtos petrolíferos a diferença é grande e é entendível que as populações de fronteira procurem a optimização e comprem lá produtos em quantidade.

É um defensor dessa união ibérica?

Não diria tanto. Espanha é um Reino, que precisa de ter as autonomias sob a mesma Coroa Real. Nós somos uma República. Mas defendo um reforço da visão estratégica comum. Tenho 42 anos e não acredito que, na minha vida, veja uma união ibérica, mas estou convencido de que será acentuada a partilha de decisão. Trabalhando menos, eles têm mais produtividade que nós, maiores rendimentos e são dos povos com melhor qualidade de vida.

E isso deve-se a quê?

À descentralização administrativa. Os povos que a fizeram são economias de sucesso. Eles não precisam de ter um documento aprovado por três ou quatro entidades diferentes. Lá as autonomias resolvem os assuntos.

in Diário de Notícias

28.7.07

Salamanca


Nesta altura do ano, a chegada a Salamanca é penosa: 35ºC ás 14 horas locais.
O calor abafado que se faz sentir é compensado com o deslumbramento estético de uma cidade que reencontrou a harmonia arquitectónica, à custa de uma política de requalificação estética da cidade.

O encerramento dos estabelecimentos para a hora de almoço é acompanhada da correria dos trabalhadores para os jardins da cidade, onde um pic nic antecede a "siesta".
Nos "comedores", as tapitas são servidas com cerveja, num ambiente que se aproxima ao nosso final da tarde. A oferta cultural em Salamanca é bastante rica.
A importância da Ordem Dominicana na cidade, associada ao lobbie dos descobrimentos junto da Coroa Espanhola, trazem uma experiência de poder aos seus turistas, fazendo-os reviver o epicentro ibérico do conhecimento do séc. XV.

Por outro lado, a Universidade de Salamanca vem-se afirmando à várias décadas no ensino do Castelhano, sendo por isso assumida como uma incontornável referência nessa área, com óbvios benefícios para o desenvolvimento económico desta cidade média espanhola.

(continuará)

26.7.07

Agenda Cultural

O Posto de Turismo Municipal de Almeida - Portas de São Francisco acolhe as exposições de pintura a óleo do covilhanense Jaime Braz, “Colagens” da holandesa Suzanne Marijke e de escultura de Stephan Berkhemer. As mostras estão patentes até sábado.

A Galeria de Exposições Temporárias do Núcleo da Real Fábrica dos Panos, na Covilhã, expõe, até domingo, pinturas a óleo de Eugénia de Matos. A mostra intitula-se “Se podes olhar, vê, se podes ver, repara”.

A Moagem-Cidade do Engenho e das Artes (Fundão) tem patente, até domingo, a Exposição Transfert. As obras pertencem ao acervo da Colecção de Artes do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian.

“Piratas! O Mistério de Maria de la Muerte”, peça da companhia covilhanense Teatro das Beiras, apresenta-se quinta-feira no centro cívico de Castelo Branco, às 22h30. No dia seguinte, o espectáculo pode ser visto nas piscinas municipais de Mêda, às 22h00.

Os avós do concelho de Pinhel vão ser brindados com sessões de contos tradicionais portugueses. A iniciativa decorre quinta-feira, no Dia dos Avós.

O Museu da Guarda recebe de sexta-feira a domingo, o workshop “Iniciação às técnicas de gravura”. A acção realiza-se das 10h00 ao meio-dia e das 14h30 às 16h30.

“Beiras em Aguarela” é a exposição de pintura de Maria C. Ventura, que vai estar patente no Castelo de Pinhel de sexta-feira a 31 de Agosto.

in Diário XXI

25.7.07

300 Novos postos de trabalho em Pinhel



Segundo a Rádio Elmo, a empresa Baraças & Irmãos, que é detentora das antigas instalações da Rohde, angariou 2 novos investimentos industriais para Pinhel.
Nas palavras de António Baraças, começara a laborar já em Agosto uma das unidades, que empregará 70 trabalhadores e em Janeiro próximo a segunda com mais de 200 postos de trabalho.

O que fica neste momento por explicar é o tipo de indústria que se vai instalar naquele concelho, isto é, se a competitividade do mesmo depende em exclusivo do baixo custo da mão de obra, ou se pelo contrário, pretende aproveitar sinergias do tecido económico local.

21.7.07

PNSE mais pequeno


Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) está mais pequeno. A área protegida mais antiga do país perdeu 12 mil hectares de forma a ajustar os seus limites aos do sítio "Serra da Estrela", integrado na Rede Natura 2000. No entanto, a par desta desclassificação foram integrados 1300 hectares nas freguesias de Sarzedo (Covilhã) e Famalicão da Serra (Guarda).

Esta redução de área, agora de 90 mil 360 hectares, foi ratificada no último Conselho de Ministros, que aprovou o respectivo decreto regulamentar. "Estes ajustamentos, de ordem exclusivamente técnica e científica, são de modo a conferir uma maior coerência em termos de conservação da natureza e de gestão da área protegida, como a introdução de habitats importantes no parque natural e a eliminação de áreas sem interesse em termos de valores naturais", explicou o Governo. As áreas excluídas são consideradas de transição e situam-se nas zonas baixas dos concelhos de Seia e Gouveia, além de uma parcela perto de Unhais da Serra (Covilhã). A sua inclusão no PNSE já não se justifica, dada a sua "degradação e ausência de valores naturais assinaláveis".

Quem já se manifestou contra esta redução foi a Quercus e a Associação de Amigos da Serra da Estrela (ASE), por considerarem haver interesses imobiliários em jogo. Actualmente, o PNSE ocupa 101 mil 060 hectares nos concelhos da Guarda, Celorico da Beira, Covilhã, Seia, Gouveia e Manteigas

in Rádio Elmo

18.7.07

Olhar o dólmen de Carapito

A primeira “Caminhada na natureza”, promovida pela Câmara de Aguiar da Beira, decorreu domingo, com “um olhar sobre o dólmen de Carapito”.
No passado domingo, pelas 10H00, decorreu a primeira das quatro “Caminhadas na Natureza” programadas para este ano de 2007 pela Câmara Municipal de Aguiar da Beira.
Sabendo que a actividade física, praticada de uma forma regular, tem efeitos benéficos na saúde em geral, a autarquia pretende melhorar a oferta desportiva para toda a população, incentivando a população do concelho de Aguiar da Beira a adoptarem estilos de vida mais activos e, consequentemente, contribuir para o aumento das taxas de participação desportiva no concelho.
Para isso, está a promover um projecto que se intitula de “Caminhadas na Natureza” e consiste na realização de quatro percursos pedestres, abertos a toda a população com o objectivo de despertar a atenção da população para os benefícios do exercício físico, não só para o corpo mas também para a mente.
Neste último domingo, realizou–se a caminhada “Um olhar sobre o dólmen de Carapito”. O percurso pedestre iniciou–se no pelourinho de Carapito. Os caminhantes passaram por locais emblemáticos como o dólmen de Carapito, um dos maiores da Península Ibérica. Durante todo o trajecto foram ouvindo explicações e histórias dos locais emblemáticos, por Carlos Paixão.
Para todos os participantes das caminhadas que pretendam aderir existe também um concurso de fotografia. No final de todos os percursos pedestres irá realizar-se uma exposição das melhores fotografias e as vencedoras de cada caminhada vencem um fim-de--semana numa das casas de turismo do concelho de Aguiar da Beira (Casa dos Magistrados), Casa Terreiro de Santa Cruz), Casa das Camélias da Beira) e Casa Fonte da Lameira). O próximo percurso é uma Caminhada Nocturna no dia 25 Agosto.

Férias desportivas
chegaram ao fim
Entretanto, terminou na passada sexta-feira, com uma grande festa final, nas piscinas descobertas de Aguiar da Beira, as férias desportivas de 2007. Este projecto decorreu de 9 a 13 de Julho e destinou- -se a crianças dos 8 aos 16 anos do concelho de Aguiar da Beira.
Tiveram a oportunidade de praticar actividades desportivas muito divertidas, tais como: canoagem, equitação, mini-golf, rappel, slide, artes marciais, btt, râguebi, futebol, andebol, voleibol, basquetebol, ténis, natação, badmington, artes plásticas, filmes, etc.
No convívio final, fez-se a entrega dos certificados aos participantes e os pais tiveram a oportunidade de ver um vídeo das férias desportivas que mostrou todas as actividades que as crianças realizaram durante a semana.
A festa continuou com um bolo das férias desportivas e a noite prolongou-se com karaoke para todos aqueles que quiseram participar. A câmara municipal teve a colaboração de várias entidades: Escola EB2,3+S de Aguiar da Beira, Bombeiros Voluntários de Aguiar da Beira, GNR, Inatel da Guarda, Escola EB2,3 Abraveses e Centro Hípico de Rio de Loba.

in Diário As Beiras

13.7.07

Empreendimentos recebem “Chave Verde”

A Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) premiou esta semana doze empreendimentos turísticos com o galardão “Chave Verde”, um programa de educação ambiental que visa reconhecer as boas práticas ambientais e promover o turismo sustentável. Na Beira Interior, foram distinguidas as unidades hoteleiras Eurosol de Seia e Gouveia.
O programa, lançado no último ano, distinguiu hotéis, pousadas e unidades de turismo rural que demonstraram ter cumprido doze critérios: gestão ambiental, envolvimento da equipa de colaboradores, informação aos clientes, administração, ambiente interno, água, resíduos, energia, higiene e limpeza, alimentação, parques e áreas de estacionamento e actividades ao ar livre.
“Sendo o primeiro ano de lançamento desta iniciativa, é muito positivo termos validado 12 candidaturas”, referiu o presidente da ABAE, José Archer, à Agência Lusa. Segundo aquele responsável, o programa está orientado para as mudanças de comportamento, a nível da gestão, funcionamento e utilização dos empreendimentos, e salientou o facto de promover a ligação às comunidades locais.
A «Chave Verde» é um projecto de âmbito internacional que já está em funcionamento em vários países como a Dinamarca, Estónia, França, Suécia e Lituânia. Os empreendimentos «Chave Verde» são sujeitos a auditorias regulares para verificar o cumprimento dos critérios estipulados.

in Diário XXI

11.7.07

Atletas de Seia sagram-se campeões nacionais de Sub 23

António Rodrigues sagrou-se no fim-de-semana de 30 de Junho e 1 de Julho, no Luso, Campeão Nacional de Sub 23. O atleta senense, que representa as cores do Sporting Club de Portugal, conquistou o título nos 400 metros, com o tempo de 49,08. Em segundo lugar ficou Ricardo Garcia, do Centro de Atletismo de Seia (CAS), com 49,19.
Quem também se sagrou campeã nacional foi Andreia Jesus. A atleta da Associação Cultural e Recreativa (ACR) da Senhora do Desterro, São Romão, Seia, venceu a prova de 3.000 metros com o tempo de 10.01,55, marca que constitui novo record pessoal. No segundo lugar ficou Filomena Costa, do Sporting Clube de Braga.
Andreia Jesus participou também na prova de 1.500 metros, alcançando aí o terceiro lugar, com a marca de 4.36,30, que também constitui novo record pessoal.
Rodolfo Varela (CAS) foi segundo na prova dos 400 metros barreiras, com o tempo de 53.20. Rui Pereira (CAS) também foi segundo classificado na prova do salto com vara, onde fez a marca de 4,76. Pedro Santos (CAS) foi terceiro na prova dos 10.000 metros marcha, com 49.53.20, e Nuno Figueiredo (CAS) foi terceiro na sua série de 800 metros, com 1.55.91, tendo ficado em oitavo lugar na final. Luis Abrantes (ACR da Senhora do Desterro) foi sétimo nos 5.000 metros, com 14.57.49, e foi ainda 8º nos 3.000 metros obstásculos, com 9.44,95
Coletivamente, o CAS foi sexto em masculinos e a ACR da Senhora do Desterro 41º, tendo sido a 15ª classificada em femininos.

in Portal da Estrela

8.7.07

Saberes e Sabores da Beira Grão Vasco e Enófilos do Dao

Começa hoje e termina a 15 de Julho, no Casino Figueira, a iniciativa Saberes e Sabores da Beira Grão Vasco e os vinhos do Dão, com a presença num jantar das respectivas Confrarias e apresentando uma exposição temática.


O jantar com as Confrarias dos Saberes e Sabores da Beira Grão Vasco e dos Enófilos do Dão, decorre hoje às 20h30, no qual se poderá degustar alguns dos mais característicos pratos da região, acompanhados dos excelentes vinhos do Dão.
Rica e variada, a gastronomia tradicional desta região é um dos seus principais atractivos. Os sabores da Sopa da Beira ou do Caldo Verde, das Migas à Lagareiro, do Arroz de Carqueja, do Rancho à Moda de Viseu, da Vitela Assada à Moda de Lafões, do Bacalhau ou do Polvo Assados à Lagareiro, do Cabrito Assado, do Arroz de Lampreia, das Trutas do Paiva, do Arroz de Pato, são alguns dos pratos regionais, não esquecendo os enchidos, o Presunto, a morcela, a chouriça, e a farinheira... que fazem a delícia dos apreciadores.
As variedades de Pão: pão de mistura, de centeio, brôa de milho acompanham a refeição ou o Queijo da Serra.
Com base em receitas antigas, o doce pode ser Leite Creme ou Arroz Doce à Moda da Aldeia, Pudim de Requeijão ou de Pão, Papas de Milho, ou uma variedade de bolinhos e pastéis tradicionais "de comer e chorar por mais": Pastéis de Vouzela, Castanhas de Ovos de Viseu, Pastéis de Feijão do Patronato de Mangualde, Caçoilinhos do Vouga, Beijinhos, Cavacas...
Durante o referido período, a gastronomia da Beira Grão Vasco estará disponível na Ementa do Restaurante Bar do Casino Figueira para que todos possam provar a riqueza e variedade da gastronomia dessa região.
Acompanhará a gastronomia da Beira Grão Vasco os afamados vinhos do Dão.
A Região Demarcada do Dão, numa extensão aproximada de 376 000 hectares, desenvolve-se entre zonas profundamente montanhosas e vales com colinas e declives suaves e arredondados, com um clima frio e chuvoso no Inverno e quente e seco no Verão, condições únicas para a produção de vinhos sem igual.
Dela fazem parte, entre outros, os municípios de Aguiar da Beira, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão, Tondela e Viseu (parcialmente).
Os outros municípios da Região Demarcada do Dão fazem parte das Regiões de Turismo do Centro (Arganil, Tábua, Carregal do Sal, Mortágua e Santa Comba Dão) e da Serra da Estrela (Oliveira do Hospital, Fornos de Algodres, Gouveia, Seia e Guarda).
Os tintos são cintilantes, de cor rubi, encorpados, de aroma a sabor delicados. Envelhecem com extraordinária nobreza ganhando um bouquet esplendoroso, que os torna suaves e aveludados.
Os brancos são leves e frescos, de cor amarela-citrina, com aroma suave e sabor frutado. O Casino Figueira aposta na gastronomia da Beira Grão Vasco e nos vinhos do Dão para animar a "mesa" de 6 a 15 de Julho de 2007.

in Lergratis

6.7.07

Freixo Numão integra circuito do Parque Arqueológico


A vila de Freixo de Numão, em Foz Côa, integra, desde este mês, o circuito de visitantes do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), disse à Agência Lusa Alexandra Lima, directora daquele organismo. O projecto permite que os turistas se desloquem “a um conjunto de gravuras do PAVC e também ao sítio arqueológico do Castelo Velho e ao Museu da Casa Grande de Freixo de Numão”, referiu a directora.
Alexandra Lima frisou que esta possibilidade surgiu no âmbito de uma parceria estabelecida com a Associação Cultural, Desportiva e Recreativa (ACDR) de Freixo de Numão, presidida pelo arqueólogo António Sá Coixão.
Para o dirigente da ACDR, a colaboração com o PAVC permite “integrar Freixo de Numão no circuito do Parque Arqueológico, o que é muito útil, porque alarga-se a oferta e criam-se mais postos de trabalho”. A ACDR disponibiliza três guias que acolherão os visitantes que se desloquem ao sítio arqueológico do Castelo Velho (um sítio pré-histórico com cerca de 5 mil anos) e ao Museu da Casa Grande (arqueologia e etnografia).
Sobre o sítio do Castelo Velho, António Sá Coixão adiantou à Lusa tratar-se de um local que, no âmbito de um projecto da ACDR, "já foi recuperado e musealizado". Está equipado com posto de recepção e com um circuito de visitas "devidamente assinalado com painéis explicativos", assinalou.
Antes, o PAVC promovia visitas guiadas aos núcleos de gravuras rupestres de Canada do Inferno (Vila Nova de Foz Côa), Ribeira de Piscos (Muxagata) e Penascosa (Castelo Melhor).
O PAVC é considerado um dos mais importantes sítios de arte rupestre de todo o mundo, classificado como Património da Humanidade em 1998, onde estão identificados 28 núcleos de arte rupestre, ao longo de 17 quilómetros do rio Côa, até à confluência com o rio Douro.

in Diário XXI

4.7.07

FCR - Apresentação da 10ª Edição da Feira das Actividades Económicas do concelho

Figueira de Castelo Rodrigo realiza de 10 a 15 de Agosto a 10ª Edição da Feira das Actividades Económicas do Concelho. Esta segunda-feira foi feita a apresentação oficial deste evento que vai contar com actuação de João Pedro Pais, André Sardet, IGNR, rmãos Verdades e uma série de actividades. João Pedro Pais foi o convidado para a apresentação desta 10ª Edição e prometeu que vai dar o seu melhor no espectáculo.
António Edmundo o autarca Figueirense adiantou os objectivos desta feira e espera que seja um verão dinâmico com muita gente a passar por Figueira de Castelo Rodrigo.
O Presidente do Município considera que o cartaz da feira é interessante, dai as expectativas serem as melhores.
Apesar de ser um programa arrojado em momentos de crise, António Edmundo considera que este não é muito caro mas sim expansivo na atitude.
Quanto á entrada no recinto da Feira vai ser gratuita, até porque o que se pretende é que as pessoas invistam na restauração e na gastronomia.
Cerca de 80.000 Mil Euros são os custos que a autarquia Figueirense irá ter com este evento que vai contar com muita animação e boa música.

in Rádio Elmo

1.7.07

Museu à noite em ambiente de tertúlia


O claustro do antigo Paço Episcopal de Pinhel acolheu a terceira conferência organizada no âmbito do Projecto Museu à Noite. O ambiente ideal para uma tertúlia em torno do património pinhelense.


“Solares e Casas Nobres – Turismo de Habitação” foi o tema escolhido para debater e, sobretudo, para tentar mostrar que é possível investir no património de forma a criar projectos sustentáveis que podem ser uma mais-valia para o concelho e para as suas gentes.
Para abordar a temática e mostrar exemplos concretos, foi convidada a Dra. Maria do Céu Sá Lima, representante da Associação de Turismo de Habitação – Solares de Portugal. Em jeito de introdução, o presidente da Câmara Municipal, António Ruas, começou por lembrar que Pinhel é, de facto, uma cidade rica em solares e casas nobres, e isso constitui, por si só, “um factor de promoção turística”.
Mas paralelamente a esta realidade existe uma outra que é o facto de muitos destes edifícios apresentarem evidentes sinais de degradação. “É urgente recuperar. É urgente intervir, sob pena de perdermos este legado cultural que são os nossos solares e as nossas casas nobres”, frisou o autarca pinhelense, acrescentando que gostaria de ver alguns destes edifícios transformados em unidades de alojamento de requinte.
Em resposta, Maria do Ceú Sá Lima referiu que este é precisamente o espírito do turismo de habitação: recuperar, gerar mais-valias e deixar património às gerações vindouras. Neste contexto, a representante da TURIHAB referiu que Turismo de Habitação ou o Turismo em Espaço Rural (TER), nas suas diferentes vertentes, devem ser vistos como um complemento de rendimentos e uma forma de travar a desertificação das aldeias, sendo para isso necessário apostar em três requisitos fundamentais: alojamento, acessibilidades e animação.
Quanto a apoios financeiros, Maria do Céu Sá Lima apontou alguns programas comunitários mas voltou a afirmar que o importante é haver vontade por parte dos proprietários e algum espírito empreendedor.
Em termos de apoio técnico, administrativo e de promoção, afirmou ainda que os potenciais interessados podem contar com a Associação de Turismo de Habitação, promotora da marca Solares de Portugal.

O projecto Museu à Noite prossegue, na última quinta-feira de cada mês, em diferentes locais da cidade. A próxima conferência está marcada para dia 26 de Julho, no Largo dos Combatentes, e terá como tema “Exploração de Água – aquedutos nos séculos XVIII e XIX”.

in Rádio Elmo

27.6.07

Penamacor: a capital do lince


Transformar Penamacor na capital do lince é um esforço que a Câmara Municipal pretende desenvolver no sentido de aproveitar todas as potencialidades da Serra da Malcata, algo que, de acordo com Domingos Torrão, presidente da autarquia, não tem vindo a ser feito.

“Apesar do lince estar em vias de extinção, podemos fazer com que ele volte”, diz o autarca. Além da aposta no lince, Domingos Torrão pretende ainda levar a cabo a requalificação da reserva, nomeadamente a reparação dos edifícios existentes no território da Malcata, de forma a atrair visitantes e gerar a tal riqueza. Também a fauna, a flora e as minas de ouro romanas em bom estado de conservação, que existem no território, integram a estratégia de promoção da Malcata. Uma intenção que tem o apoio da governadora civil de Castelo Branco, que visitou o concelho de Penamacor, no dia 21 de Junho. “Se o lince pode aparecer no Algarve, porque não pode vir para Penamacor”, questiona Alzira Serrasqueiro. “É importante que se crie uma marca que se possa exportar e trazer visitantes para que tenhamos aqui o factor turismo, que é uma âncora”, considera. Durante a manhã, a governadora civil passou pelo parque industrial, onde visitou a Penazeites, onde, depois de 500 anos, se produziu o primeiro azeite judaico, e a Mabei, uma empresa do sector da madeira que emprega 13 pessoas. É no parque industrial que surge o primeiro “recado”: a necessidade de se “acarinhar” as pequenas e médias empresas, fundamentais para o desenvolvimento económico da região. Alzira Serrasqueiro entende que a A23 abriu os horizontes, mas é preciso procurar outros investimentos, mas para isso é necessário que existam as condições apropriadas. Depois do parque industrial, a comitiva dirigiu-se para o Lar Bárbara Tavares da Silva, onde decorreu o almoço, um espaço para o qual a autarquia tem um projecto, no sentido de instalar ali um complexo para idosos, com diversas valências. O projecto implicou a cedência de terrenos do Estada à autarquia que espera apenas a assinatura do respectivo contrato para ser oficializada. Domingos Torrão adianta que está já a desenvolver-se trabalho com parceiros públicoprivados. Alzira Serrasqueiro considera que este é um “bom exemplo da forma como a sociedade civil pode pôr mãos à obra, respondendo à pouca rapidez da Administração Pública”.

Armando Carvalho dirige Áreas Protegidas do Centro

Armando Carvalho assumiu recentemente o cargo de director do departamento de Áreas Protegidas do Centro e do Alto Alentejo, área na qual se inserem o Parque Natural da Serra da Estrela, a Serra da Malcata, que constituiu um dos pontos da visita, e o Parque Natural do Tejo Internacional. O responsável explica que o grande objectivo é dar corpo a um trabalho “mais articulado”, livre de fundamentalismos e mostrar que as áreas protegidas também são uma mais valia para o desenvolvimento. “Qualquer estratégia de desenvolvimento e actuação dentro das áreas em questão não pode esquecer as pessoas e as instituições”, até porque “o país está a mudar, porque as pessoas também mudam e hoje as pessoas têm outra formação, uma nova forma de estar e temos de contar com toda a gente”, diz. Questionado sobre a possibilidade de as áreas protegidas travarem o desenvolvimento económico, Armando Carvalho responde que “há condicionantes e responsabilidades assumidas” e é preciso analisar caso a caso, uma vez que cada área protegida tem “valores diferentes”. “O país também não é só áreas protegidas e é necessário entender que a concepção de um projecto é, desde logo, uma aspecto muito importante e existe aqui um diálogo em que gostaríamos de participar, porque logo aí podemos evitar muita coisa”, explica. No caso de uma empresa que está a projectar um parque eólico dentro da Reserva da Malcata, o director lembra que “há um compromisso do Estado em termos de produção de energias renováveis e temos de analisar e perceber se esses objectivos podem jogar com outros compromissos que existem também”, em termos ambientais. Aliás, num concelho em que as energias renováveis são uma aposta, duas palavras se cruzaram ao longo de toda a visita de Alzira Serrasqueiro: economia e ambiente. A governadora entende que é necessário manter os parques protegidos e impedir a entrada daquilo que os pode vir a destruir, como a especulação e a invasão de território, mas “com pouco fundamentalismo”, de forma a que estas áreas não se transformem em “espaços mortos, fechados e pobres, como acontece em outros sítios”. Por isso, Alzira Serrasqueiro manifesta-se satisfeita com a “abertura” mostrada por Armando Carvalho, que apesar de ser “ambientalista”, tem estado ligado ao desenvolvimento sustentado e “conhece os anseios das populações”, o que permite trabalhar de forma diferente. A governadora civil refere ainda que, na reunião que decorreu com a Protecção Civil do Concelho, em que o director esteve presente, foi notório o “interesse” e o “empenho” em cooperar na preservação da Malcata e de toda a zona verde do concelho.

in Jornal Regional

26.6.07

Alfândega da Fé: IEFP prepara cursos para projecto turístico

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Bragança está a preparar cursos específicos para responder à procura de mão-de-obra para o empreendimento turístico de 250 milhões de euros projectado para Alfândega da Fé.

O FunZone Villages - Douro, assim se chama o empreendimento turístico, promete criar 1.300 novos postos de trabalho, um número próximo do total de residentes na sede de um concelho sem mão-de-obra, sobretudo qualificada, o que indicia que haverá falta de trabalhadores.

Mas o responsável pelo núcleo distrital do IEFP de Bragança, Fernando Calado, garantiu à agência Lusa que a entidade está a preparar cursos específicos tendo o FunZone em vista e que estará apto a dar resposta às solicitações.

«Podemos dar resposta», disse à Lusa, Fernando Calado, que é responsável do IEFP nos 12 concelhos do distrito de Bragança e, também, no de Foz Côa, na Guarda.

Fernando Calado adiantou que aquele organismo já incluiu no plano de formação alguns cursos especificamente vocacionados para as necessidades deste empreendimento, nomeadamente geriatria, apoio à família, cozinha, empregado de mesa.

Segundo disse, os cursos estão já em projecto e podem avançar a qualquer momento, já que a metodologia do IEFP permite lançar cursos todos os meses ao longo do ano.

Afirmou ainda que estes cursos vão ser ministrados em todos os centros de formação da região e não apenas no de Alfândega da Fé.

O presidente da Câmara, João Carlos Figueiredo, tinha admitido, anteriormente, à Lusa, que o concelho não tem gente para dar resposta ao número de postos de trabalho necessário, apesar do desemprego e da falta de oportunidades que afectam o interior do país.

Mesmo assim, João Carlos Figueiredo está convencido de que o empreendimento dará emprego a «300 ou 400 pessoas da região».

Os restantes postos de trabalho, sobretudo os mais qualificados, terão de ser preenchidos com gente de fora.

E é aqui que o autarca vê outra oportunidade deste projecto: inverter a tendência de êxodo e despovoamento do seu concelho.

João Carlos Figueiredo acredita que o FunZone vai ajudar a povoar e a expandir, sobretudo a vila, que também não tem condições para albergar tanta gente.

Acredita ainda que impulsionará o rejuvenescimento da população numa zona envelhecida em que uma parte significativa dos 6.000 residentes são idosos.

O responsável pelo projecto, Chaby Rodrigues, disse à Lusa que pretende recrutar pessoal por toda a Europa e que condição obrigatória para trabalhar neste empreendimento será falar, pelo menos duas línguas, à cabeça o inglês.

Assegura que «as pessoas serão recrutadas por mérito próprio e pelas suas qualificações».

«Nada de cunhas», afirmou.

Lança, contudo, o repto à população local: «têm quatro anos para se qualificarem», referindo-se ao prazo previsto para a execução do projecto.

O empresário justifica o anúncio ainda numa fase precoce do projecto «exactamente para dar tempo às pessoas para se prepararem» e já fez contactos com o IEFP para disponibilizar formação adequada às necessidades.

Chaby Rodrigues promete a quem vier a ocupar os postos de trabalho ordenados acima da média nacional e muito superiores ao salário mínimo.

«Vamos pagar entre 20 a 25 mil euros/ano de ordenado médio na empresa», afirmou, um valor próximo dos 1700 euros mensais.

Segundo disse, dentro de alguns meses estarão no terreno a trabalhar 200 técnicos de várias especialidades para começarem a desenvolver o projecto, que vai entrar na fase de elaboração dos planos de pormenor e estudos de impacte ambiental e geológicos.

Nenhum dos técnicos é da região, de acordo com o empresário, que disse ter tido necessidade de recrutar especialistas em diversos países, desde a Inglaterra, Holanda à China.

Diário Digital / Lusa