"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"
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13.4.11

Tecnólogos de todo o mundo partilham casos de sucesso no Porto

Durante 2 dias, tecnólogos de todo o mundo vão estar no Porto para falar de negócios e projectos de sucesso, a convite de um evento focado na tecnologia e no empreendedorismo.

Entre os 30 oradores que vão partilhar experiências e histórias com os participantes da Switch Conference (16 e 17 de Abril, na Universidade Portucalense), estão nomes como Ji Lee, director do Laboratório Criativo da Google, pela primeira vez a Portugal, Matthias Luefkens, director do World Economic Forum para os media, e David Rowan, editor da edição inglesa da revista Wired.

A Switch Conference é um evento internacional e multidisciplinar, organizado pela Associação Inspiração Dinâmica, que pretende juntar pessoas com diferentes backgrounds e promover a partilha de conhecimento e ideias entre elas. O tema desta edição é “Embrance Change”.

A ideia de reunir numa conferência os melhores cientistas, tecnólogos, empreendedores e pensadores com o objectivo de inspirar outros a ligar o ‘interruptor’ do empreendedorismo “nasceu numa escola secundária, em Carregal do Sal, Viseu”, em 2009.

Quando começaram a pensar a Switch Conference, cuja primeira edição aconteceu em 2010, em Coimbra, “os pais da ideia” tinham 17 anos, explicou ao P24 Ricardo Sousa, curador do evento.

“Olhando, na altura, para o panorama em Portugal e no estrangeiro, notávamos uma grande diferença. Aqui, ainda não havia eventos deste género”, recordou o responsável.

No ano passado, os organizadores aperceberam-se que alguns participantes faziam uma coisa muito portuguesa: “levavam 2 amigos e ficavam a falar entre si”, quando a ideia é mesmo as pessoas “saírem do seu casulo”, pelo menos, nestes 2 dias.

Actualmente, a equipa de 12 pessoas que está por detrás da Switch e a trabalhar nesta edição desde Outubro continua a ser jovem – a maioria frequenta o Ensino Superior –, mas trabalha com um conselho consultivo de profissionais experientes. Para chegar aos cerca de 30 oradores da Switch 2011, convidaram “3 ou 4 vezes” mais pessoas.

Este fim-de-semana, são esperadas 400 pessoas na Portucalense e “milhares” a seguir a Switch pelo live feed do evento. Os coffee breaks têm 45 minutos, a pensar no convívio entre participantes e oradores.

A inscrição (em www.switchconf.com) para os 2 dias custa 60 euros, para estudantes, e 100 euros para o público em geral. No final da conferência, os inscritos que o solicitarem receberão um certificado de participação.

O evento inclui uma Startup Competition. Até quinta-feira, o júri deste concurso para “ideias de negócio ou empresas com menos de 2 anos” escolherá 10 finalistas que apresentarão o seu projecto ao mesmo painel de especialistas no sábado. Domingo, os 3 melhores apresentarão a sua ideia na conferência propriamente dita, a todos os participantes, e terão “possibilidade de estabelecer parcerias com os sponsors da Switch, encontrar investidores e ter visibilidade na imprensa”, sublinha Ricardo Sousa.

PASSATEMPO: O Porto24 está a oferecer entradas na Switch Conference 2011 com 20% de desconto. Os 10 primeiros utilizadores a enviarem um email para redaccao@porto24.pt, mencionando no assunto este passatempo, podem ir ao evento por 80 euros.

in Porto24

21.11.09

Economia DNS**: Um novo modelo de competitividade territorial

Já lhe chamaram “Nova Economia” e os economistas não gostaram!

Concordemos que dizia muito pouco sobre esta era da “revolução digital”.

A actividade económica corre hoje em bits. Os serviços desmaterializaram-se e cada um de nós contribui directamente para essa massa informativa.

O contacto passou a operar-se por mail, e isso possibilita que os trabalhadores possam desenvolver a sua actividade a partir do ponto que mais lhes convier.

A substituição dos Edifícios-Sede em endereços WEB veio decompor e desmaterializar as organizações.

Nenhum de nós saberá localizar geograficamente o Plano Tecnológico, a Nespresso ou a Brother mas o endereço web ocorre-nos instantaneamente se delas necessitarmos.

Este processo traz uma renovada competitividade aos territórios que reúnem melhores condições de vida, permitindo a estes um reposicionamento estratégico para a angariação de empreendedores e de recursos humanos qualificados. É uma realidade para o qual o marketing territorial não estava desperto devido ao foco na temática do turismo.

A atractividade de um território deve sem dúvida ser capitalizada, mas a aposta numa actividade sazonal, extremamente exigente em termos de organização do produto, tem apresentado resultados pouco entusiasmantes. Ao invés, os territórios de baixa densidade possuem o potencial ideal para competir no distinto mercado do trabalho global: Investindo em tecnologias da comunicação de excelência podem cativar novos residentes, isto é, uma aposta na sustentabilidade dos territórios.

O perfil das famílias dispostas a migrarem para territórios de baixa densidade são altamente desejáveis. Pelos hábitos de consumo, pelas dinâmicas e ritmos de desempenho profissional, pela cultura de cidadania.

A economia evolui a grande velocidade. Só há uma forma de a acompanhar, é sermos actores desta economia cada vez mais colaborativa.

A internet passa a concentrar as transacções que permitem o desenvolvimento das empresas: troca de ideias, serviços, fornecedores, clientes e pagamentos.

O posicionamento dos territórios de baixa densidade face à oportunidade de repovoamento será crucial: é possível querer mais do que turismo, é possível captar novos residentes e inverter um ciclo de despovoamento que só não afecta as grandes cidades. Este é um cenário emergente. Apenas para territórios mobilizados.


Por: Frederico Lucas *

*co-autor do projecto Novos Povoadores

** Domain Name Server

in O Interior

10.3.09

Estratégia para tempos de crise



Todos os dias somos confrontados com o encerramento de mais fábricas.
São TRABALHADORES MANUAIS que dificilmente reencontrarão lugar nesta economia do conhecimento.
Também sabemos que para além da grave crise que provoca nas economias das famílias envolvidas, o factor emocional tem um impacto igualmente pesado: Perdem o convívio com os colegas que durante várias décadas alicerçaram mutuamente.

Por outro lado, AS EMPRESAS E AS ORGANIZAÇÕES NACIONAIS desperdiçam tempo e energia à procura de documentos e processos que “nadam” no meio do oceano que são muitas vezes os seus ARQUIVOS.

Porque não transformar essas fábricas de têxteis e calçado que chegam ao fim do seu ciclo em centros de digitalização de documentos para os organismos públicos, num programa ocupacional para os seus ex trabalhadores?
Será que esses trabalhadores não ganharão uma nova e promissora actividade profissional?
Será difícil encontrar arquivistas e documentalistas para coordenarem localmente esses processos?

Será que essas organizações beneficiárias não prestarão com isso um melhor serviço à comunidade optimizando com esta iniciativa os seus recursos humanos?

12.2.09

Se não os pode vencer, junte-se a eles


Para assinalar a abertura do Ano Europeu para a Inovação e a Criatividade, Don Tapscott, o mais acérrimo defensor dos benefícios da Web 2.0, esteve em Lisboa para apresentar a geração dos “nativos digitais”. Descansem os pais que se preocupam com a navegação contínua dos filhos em mares para muitos ainda desconhecidos, mas preocupem-se gestores, educadores e profissionais do marketing. A geração net vai mudar o mundo tal como o conhecemos
“A recessão é uma oportunidade demasiado boa para se perder”. Em tradução livre, foi assim que Don Tapscott, o canadiano casado com uma portuguesa, amante de pastéis de nata e visionário da Internet, abriu a sua intervenção no âmbito da inauguração do Ano Europeu para a Inovação e a Criatividade. Para o consultor e autor, a presente crise é a altura ideal para se inovar e apurar a criatividade. Mas foi com base no seu último livro, Grown Up Digital, uma “sequela” da obra que escreveu há 10 anos – Growing Up Digital – que Tapscott centrou a sua apresentação. Para os que não conhecem o seu trabalho, poder-se-á afirmar que Don Tapscott é um “tradutor e intérprete” da geração net, aquela que muitos de nós não compreende e com a qual temos de aprender a conviver no interior das nossas casas e também já no local de trabalho.

Um excelente trabalho da jornalista Helena Oliveira, Portal VER.PT

9.2.09

A Era da Democratização Territorial


As áreas metropolitanas perderam há muito o seu esplendor. Foram durante décadas o epicentro de talentos de nível nacional onde residiam as oportunidades de participação profissional que gravitavam em redor dos mesmos.

Hoje, a economia do conhecimento traz consigo a democratização territorial. E os territórios rurais, outrora desconectados dessa economia, têm hoje atractivos de relevo para proporcionar o êxodo metropolitano: A qualidade ambiental, social e económica dos territórios rurbanos respondem ao novo estilo de vida dos empreendedores.

A consequência mais interessante do êxodo metropolitano será a polinização de conhecimento protagonizado pelos Novos Povoadores nos territórios de baixa densidade. As redes e a Internet trouxeram consigo a possibilidade de acesso e difusão de informação a nível global, e-learning e trabalho com equipas geograficamente distribuídas (groupware), para citar algumas possibilidades. Facilitarão deste modo a dinamização em seu redor de pequenos alvéolos sociais, com vista a respostas mais actuais à economia que estamos a construir.

O modelo de vida tradicional, onde a população metropolitana adquiria no campo/praia a segunda habitação que lhe permitia respirar, é no actual modelo a sua morada de eleição: Quebraram-se as barreiras geográficas e a falta de competitividade provocada pelos excessivos custos de produção nas áreas metropolitanas - que eram suprimidos por uma procura sucessivamente crescente de uma economia que agora sabemos sobreaquecida - tem hoje uma resposta no território interior conectado.

Por outro lado, os territórios com vontade de atrair Novos Povoadores - gente empreendedora, capaz de gerar dinâmicas de emprego e com vontade de adoptar um estilo de vida mais familiar - são chamados a posicionar-se de uma forma pró-activa, isto é, facilitar a integração dos novos residentes e das suas famílias. Essa tem sido a grande diferença no desenvolvimento dos territórios de baixa densidade. Quando os diversos actores territoriais se mobilizam em torno de um mesmo projecto - Networking Territorial - o sucesso torna-se alcançável. Os Novos Povoadores deixam de o ser, para fazerem parte de uma comunidade que luta para uma maior afirmação territorial, um acto de cidadania activa que os torna actores do desenvolvimento económico e social dessas regiões.

Será esta uma visão utópica?

Segundo um estudo da ONU, em 2015, 69% da população portuguesa viverá nas áreas metropolitanas, acentuado a ausência de qualidade de vida nesses centros populacionais.

Por seu turno, só o Município de Sintra acolhe mensalmente 1000 novas famílias de acordo com os últimos censos do INE.
Estando a sociedade globalizada assente cada vez mais numa economia sem geografia, facto que permite olhar para o território de uma forma mais inclusiva, é possível reduzir o fosso das assimetrias regionais com vantagens para os novos residentes dos territórios de baixa densidade. Assim, além do inegável incremento da qualidade de vida, promover-se-á a quebra de um ciclo de sangria demográfica.

Passar horas a fio no trânsito - que se retiram directamente ao tempo em família - não é uma inevitabilidade para ninguém.

in Criar 2009

29.10.08

Empresários declaram guerra ao aumento do salário mínimo



Dá-me náuseas agudas quando os sindicatos discutem décimas de percentagem em aumentos, uma vez que única forma para combater este momento, sem atirar trabalhadores qualificados para funções desqualificadas, passa pela formação. E essa tem de ser a questão central da concertação social.

Aos "empresários" que sobrescreveram este manifesto, baseando a sua actividade em mão de obra de baixo custo, só posso manifestar as minhas condolências: As actividades desenvolvidas pela mão de obra desqualificada estarão em breve, como todas outras, a operar na China.
Em resumo, o que está mal não é um aumento de 26 euros no salário mínimo mas sim o modelo de negócio daqueles que não o conseguem suportar.

17.7.08

Empresas: Competitividade transmontana está nos nichos e não nos grandes investimentos

Bragança, 16 Jul (Lusa) - O IAPMEI apelou hoje aos empresários transmontanos para aproveitarem os apoios disponíveis para explorar as potencialidades locais como as energias renováveis, apontadas como a oportunidade do momento para as empresas desta região se tornarem competitivas.
"No momento, a oportunidade não é para grandes investimentos, mas está na exploração de nichos, pequenas iniciativas que sejam tanto ou mais úteis do que as grandes", defendeu hoje em Bragança João Neves, vogal do Conselho Directivo do IAPMEI, o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas.

O instituto disponibilizou-se para ser parceiro na definição de uma estratégia que começou hoje, em Bragança, na primeira sessão de trabalho com empresas do Alto de Trás-os-Montes, no âmbito da iniciativa "Encontros para a Competitividade".

Numa região com um fraco tecido empresarial, constituído essencialmente por pequenas empresas, João Neves entende que "no momento actual, as oportunidades residem na diversidade".

"Procurar encontrar em cada região os factores que a diferenciam das outras. Trás-os-Montes tem muitos, até tem mais do que às vezes as pessoas que aqui vivem todos os dias julgam que tem", considerou.

Segundo aquele responsável, "é possível encontrar em factores locais possibilidades que do outro lado do mundo podem ser muito valorizadas".

"Factores novos" que na opinião de João Neves têm a ver que com produtos agrícolas, nomeadamente os produtos regionais certificados, com a indústria extractiva, em que se incluem as pedreiras, ou com as energias renováveis como a eólica, entre outras.

Com uma procura cada vez maior por aquilo que é diferente, o vogal do conselho directivo do IAPMEI entende que a competitividade das empresas transmontanas "está nestes nichos, que permitem fazer a diferença e afirmação destas empresas".

João Neves afirmou também ser necessária, por parte dos empresários, iniciativa e alguns dos apoios existentes, nomeadamente uma linha de crédito de 750 milhões de euros que vai ser lançada para as pequenas e médias empresas.

Considerou, porém, que os apoios financeiros "são úteis mas não bastam".

Parcerias e cooperação são a estratégia, também defendida por Rui Vaz, o presidente da Associação Empresarial do Distrito de Bragança, o Nerba.

"Temos de nos habituar a este conceito: cooperar, senão não vamos a lado nenhum", afirmou, defendendo mais cooperação com a vizinha Espanha e parcerias nacionais.

HFI.
in RTP

7.7.08

10 de Junho: O testemunho de Fernando Ferreira



Fernando Ferreira, um empresário homenageado pelo seu desempenho na economia Australiana, foi um empresário incompetente em Portugal.
Neste vídeo explica as diferenças entre as economias e os entraves no caso português.

O que podemos mudar em Portugal para que os "Fernandos Ferreiras" revelem o seu real potencial a favor dos seus projectos e da economia portuguesa?

15.6.08

Construir o desenvolvimento

Há uns anos havia na região de Sevilha um conjunto de cerca de 140 empresas de torneiros mecânicos. Houve alguém que disse: vou orientá-los.
Falou com eles e perguntou: quem quer ter formação e passar a fabricar aquilo que eu disser que é necessário? Todos aceitaram.

Pouco a pouco as fábricas que faziam parafusos passaram a fabricar porcas com especificações rigorosas; outras que faziam torneiras, passaram a fabricar tubos também com especificações rigorosas. E todos juntos, passaram a fabricar um avião.

Hoje o Parque Aeronautico Aeropolis de Sevilha é um dos três pontos de fabricação do Consórcio EADS (vulgo Consórcio Airbus) e exactamente aquele de onde o avião sai a voar.

in TheStarTracker, José António Silva e Sousa

13.5.08

"Guru" da economia criativa diz que Portugal tem sido travado por uma "mentalidade antiquada"


O "guru" da economia criativa, Richard Florida, considerou hoje que a "mentalidade" tem sido o um travão ao desenvolvimento deste modelo em Portugal e apontou como principais constrangimentos as barreiras à tolerância e à liberdade de expressão individual.

Richard Florida esteve hoje, em Lisboa, para apresentar as suas noções sobre o desenvolvimento das cidades criativas, identificando os três T`s (Tecnologia, Talento e Tolerância) como factores determinantes para ascender ao "ranking" das mega-regiões: regiões que acolhem actividades económicas em larga escala e geram a maior percentagem de actividade económica e inovações científicas e tecnológicas, a nível mundial.

Dos 191 países do mundo, só existem 40 mega-regiões que impulsionam a economia mundial: representam um quinto da população, dois terços do rendimento económico mundial e mais de 85 por cento da inovação global.

A Grande Lisboa está em 33º lugar na lista encabeçada pela Grande Tóquio, mas poderá ir mais longe, segundo o economista norte-americano.

"A única coisa que vos está a travar é a mentalidade. Portugal tem sido aprisionado por uma mentalidade antiquada", declarou à Lusa, à margem da conferência organizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e pela Ordem dos Economistas.

Richard Florida antevê um futuro promissor para Lisboa, que já está em fase de transição e atrai classes criativas, mas salientou que é preciso valorizar mais a tolerância e a liberdade de expressão individual ("self-expression").

Entre as vantagens competitivas, indicou a cultura e a autenticidade e enalteceu o clima e a arquitectura histórica como factores de atracção numa sociedade que tende a favorecer a multi-localização.

"Há pessoas que vivem metade do ano num país e outra metade noutro. Devia ser aproveitada essa capacidade para atrair pessoas em part-time", sublinhou, acrescentando que a capacidade para falar línguas é outra vantagem competitiva.

"Hoje, toda a gente falou em inglês. Isso cria um ambiente propício para a comunicação", disse.

Richard Florida é autor do best-seller "The Rise of the Creative Class"(A ascensão da classe criativa) e lançou recentemente "Who`s Your City" (Quem é a tua cidade)onde sugere que a escolha do lugar onde vivemos pode ser uma decisão tão importante como escolher um parceiro ou um emprego.

O economista advoga o surgimento de uma classe criativa, associada a sectores com grande capacidade de inovação, e associa o desenvolvimento e êxito das cidades à sua capacidade de atrair esta classe emergente.

Tudo se passa numa sociedade em que o crescimento económico já não é sustentado pela criação de postos de trabalho, nem pelo desenvolvimento de "clusters" suportados pela indústria tradicional ou pelas tecnologias de ponta.

"Eu acreditava nestes modelos, mas comecei a repensar as causas do crescimento económico e da regeneração. Quis perceber porque se escolhem determinados locais para viver e trabalhar", contou.

O investigador defendeu que atravessamos uma transição para uma nova economia e sistema social caracterizados não pelos factores físicos de produção, mas por factores mentais.

"Na economia pós-industrial, o principal contributo são as ideias, o trabalho mental. O impulso humano para criar é a chave para a inovação económica", afirmou.

O desenvolvimento deste modelo requer, no entanto, cidades que promovam a tolerância, a diversidade, a abertura e a inclusão.


Richard Florida acredita que as características das comunidades que as tornam mais competitivas e prósperas são a capacidade de liderança tecnológica, de gerar talento e a ausência de barreiras à entrada de pessoas.

"As comunidades onde se encontram mais gays e lésbicas e mais boémios são lugares onde se concentram muitas pessoas criativas, porque são lugares onde as pessoas podem ser elas próprias, podem auto-exprimir-se", exemplificou.

O especialista salientou que o lugar onde se vive é tão importante para a felicidade das pessoas como a realização profissional ou sentimental e destacou alguns factores que fazem a diferença como a abertura à diversidade, a qualidade dos espaços (arquitectónica, ambiental, paisagística, estética), a liderança, as oportunidades e boas condições básicas (segurança, infra-estruturas, equipamentos, etc.).

"Os lugares de qualidade estimulam a economia criativa", sintetizou.

in RTP, RCR.

13.12.07

“Temos que ser nós a resolver os nossos próprios problemas”

António Realinho é economista de formação e especialista em desenvolvimento regional, área em que se encontra doutorado. Possui ainda duas pós graduações feitas em França (Universidade de Poitier) e em Inglaterra (Universidade de Oxford). Nesta entrevista, fala-nos das vantagens e das últimas oportunidades que o Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) e o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) representam para o País e para a nossa região.

Kaminhos - Neste momento temos o PDR e o QREN já em pleno arranque. Gostaria que me explicasse o impacto que estes instrumentos irão ter para a nossa região.

António Realinho (AR) – Neste momento estão numa fase inicial estes dois grandes instrumentos de intervenção comunitária no País. Por um lado o Plano de Desenvolvimento Rural (PDR).
Este programa aparece neste período de 2007-2013 num novo contexto da política agrícola comum dado que após a reforma de 2003 houve uma mudança de modelo na União Europeia, onde o antigo modelo muito assente na maior intervenção reguladora da actividade agrícola, está a dar lugar a um novo modelo mais ligado para o mercado e para uma agricultura mais ligava ao mercado global e para os factores de competitividade que o próprio mercado tem. Daí este PDR assenta em três grandes áreas ou eixos.

Um primeiro que tem por finalidade o aumento da competitividade da agricultura e da silvicultura, a melhoria do ambiente através do apoio à gestão do espaço rural e um último eixo de promoção da qualidade de vida nas zonas rurais e da diversificação das actividades económicas.

Ka –Mas, isto não acontecia já anteriormente?

AR – Acontecia em parte. A grande diferença deste quadro é que foram definidos áreas estratégicas de intervenção e fileiras estratégicas de actuação dos apoios e das apostas que o sector agrícola tem que fazer. No anterior quadro havia uma maior regulamentação e intervenção nos apoios agrícolas. Agora, o que se pretende é diminuir o nível de apoios e vocacionar mais a agricultura para o mercado.

Ka – Qual é que será o impacto destas novas medidas na nossa agricultura?

AR – A abordagem que faço é construtiva. Entendo que este PDR tem pontos fortes que temos que ser capazes de agarrar nomeadamente nas fileiras estratégicas que passam pelo azeite e olival, aposta na fileira do vinho e da vinha, nos produtos tradicionais de qualidade e na fileira da floresta e ambiente. A outra grande aposta que temos que valorizar é a diversidade das actividades não agrícolas no espaço rural. Isto passa por vocacionar algumas explorações para o turismo em espaço rural, passa por criar condições para que algumas explorações aumentem a sua actividade nomeadamente na valorização de algumas produções tradicionais. Tem que haver aqui uma aposta clara em determinados produtos nomeadamente na fileira das agro-industrias. Tem que se apostar nos produtos de qualidade.

Ka – Quando se aposta nestas fileiras do olival, vinha, produtos tradicionais, tudo isto tem a ver com a nossa região. Esta será a ultima oportunidade para a nossa agricultura e para os agricultores?

AR – Eu entendo que é uma boa oportunidade para os nossos agricultores e nós temos aqui bons agricultores. Temos que apostar aqui em nichos de mercado onde poderemos ter vantagens competitivas.

Ka – Diga-me então em que nichos se pode apostar aqui na nossa região?

AR – Podemos e devemos apostar na floresta, nos produtos biológicos e produtos certificados, na fruticultura, uma área em que podemos apostar fortemente. Isto são algumas das áreas em que aqui na região podemos apostar. A área das agro-industrias, nomeadamente, do queijo e dos enchidos tradicionais certificados, é outra das áreas em que ainda podemos apostar. Outro ponto importante passa pela promoção do território. Este pode ser promovido através dos produtos tradicionais, do turismo, do património.

Vendendo e promovendo o território, estamos a promover os nossos produtos dando-lhes um bilhete de identidade muito próprio criando por sua vez um nicho de mercado muito particular que é a melhor forma de criar espaço no âmbito da concorrência global. Porque queijo de Castelo Branco, por exemplo, só há aqui.

Ka – Quer com isto dizer que a nossa grande oportunidade passa pela aposta desses nichos de mercado?

AR – O caminho aqui é este, precisamente. Temos aqui vantagens positivas para trabalhar. A outra grande área no que diz respeito ao PDR é encontrar nas zonas rurais novas actividades que sejam inovadoras. Isto pode passar pelo desenvolvimento de um modelo de turismo local, reabilitação do património existente nas zonas rurais, criação de rotas turísticas, uma aposta forte na gastronomia. E, atendendo a nossa boa localização geográfica e com a A-23, devemos e podemos captar novas competências.

Ka – Diga-me uma coisa há apoios concretos para estas apostas?

AR – os três eixos principais que estão inscritos no PDR são os grandes objectivos que estão em convergência com as orientações estratégicas da União Europeia. O Nosso PDR tecnicamente está articulado com as políticas de orientação estratégica comunitária. Do ponto de vista económico esta deve ser a ultima oportunidade. Portanto tem que haver aqui uma acção construtiva e também uma grande convergência entre todos os interesses em jogo. Hoje o mundo rural tem também aquilo que se chama a economia social que passa pelos lares e misericórdias. Para concluir.

O PDR aparece numa altura em que há uma mudança de modelo. O modelo mais intervencionista para um mais virado para a competitividade. Tudo isto se prende com a globalização da economia. Este novo modelo vai ser sustentado pelo novo PDR em tres grandes eixos que já definimos. Aqui na região, temos condições e potencialidades para aproveitar e valorizar as actividades, aproveitando ao máximo os recursos disponibilizados pelo PDR. Temos que ser criativos e saber captar estes recursos.

Ka – Como é que se vai processar toda esta disponibilização de meios? Como é que poderão ser captados os recursos disponíveis?

AR – A partir de agora os programas serão disponibilizados e depois irão estar ligados através do Ministério da Agricultura, através das direcções regionais e também das próprias associações de agricultores que terão certamente um papel muito importante em todo este processo.

Ka- Em relação ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Falou-se muito dos supostos atrasos verificados. Isto é verdade ou estamos a falar de uma falsa questão?

AR – Julgo que se trata de uma falsa questão. O QREN é um quadro para 2007-2013, para sete anos, com uma nova abordagem. Atendendo ás grandes mudanças e ao alargamento da própria União Europeia para 27 membros, isto veio também complicar de alguma forma a gestão da aprovação dos programas quadro. Julgo que está dentro dos timmings aceitáveis.

Ka– Quais são as grandes diferenças entre o anterior quadro comunitário de apoio e o QREN?

AR – A grande diferença desde logo passa pela aposta em força na questão do potencial humano, na qualificação das pessoas. E esta qualificação entendida não só na aprendizagem ao longo da vida como cidadãos mas também como interventores na vida económica e social. Esta questão do potencial humano é fundamental. A outra grande diferença tem a ver com os factores dinâmicos de competitividade que se pretendem imprimir para a economia portuguesa. E aqui há uma grande aposta na inovação e na incorporação tecnológica nas nossas produções. Aposta-se ainda na internacionalização da economia portuguesa e no enquadramento da nossa economia na economia global. Isto tudo passa por um aumento da investigação, não só nas universidades como também nas próprias empresas e também na valorização das actuais produções.

Outra grande aposta passa pela criação de um clima que propicie o empreendorismo de uma forma generalizada, isto é, deixarmos o modelo em que se apoiava a industria tradicional cujo objectivo era criar postos de trabalho e ter industrias menos qualificadas com mais mão de obra intensiva e partir para outro modelo em que se aposta mais na tecnologia na inovação e na ligação efectiva entre as empresas e a universidade.
Por outro lado, pretende-se valorizar as infra-estruturas territoriais como elementos valorativos neste quadro concorrencial. Ou seja estes equipamentos existentes valorizam e aumentam a competitividade das próprias produções regionais.

Ka – Em relação às pequenas e médias empresas (PME). Há ou não uma aposta clara nestas empresas no QREN?

AR – este QREN tem uma aposta clara nas PME. Principalmente, através de um programa operacional para factores de competitividade que pretende apoiar todos os tipos de projecto em qualquer área de intervenção. O QREN assenta em três grandes agendas operacionais. A agenda operacional para o potencial humano, a agenda operacional para os factores de competitividade e a agenda operacional para a valorização do território.
Estas agendas ou melhor este formato de agenda operacional pretende criar um clima de gestão e implementação do QREN mais operacional. Vai reduzir-se muito a burocracia. Há uma grande articulação também entre as agendas. Neste momento estão já operacionais o sistema de incentivos à investigação e desenvolvimento tecnológico, o sistema de incentivos a inovação e o sistema de incentivos à qualificação e internacionalização de PME’s.

Ka – Esta era uma questão essencial, a aposta nas PME? Pela primeira vez vai haver uma aposta clara nestas empresas que são o grosso da nossa economia?

AR – Há uma aposta muito clara nessa direcção e também nas questões tecnológicas e de inovação. Isto como factores estratégicos de competitividade. Só introduzindo estes dois factores nas nossas PME’s é que temos competitividade para o mercado internacional e para a internacionalização. Com um tecido destes estamos a criar espaços para integrar novas competências, ou seja, novos quadros qualificados e uma empregabilidade sustentada.
A implementação correcta destes dois instrumentos, O PDR e o QREN, virão criar um bom ambiente para o aparecimento e novos projectos e iniciativas e consequentemente haverá uma valorização da própria região.

Ka – Quanto ao QREN também se pode dizer que este será a última grande oportunidade para o País e consequentemente para a região?

AR – Claramente. Não se deve deixar passar esta oportunidade. Temos que ser nós a resolver os nosso problemas. Temos que encontrar as soluções para os nossos problemas. Esta é a ideia central.

in Kaminhos

7.6.07

Câmara de Celorico promove queijo no México

A Câmara Municipal de Celorico da Beira, , está presente na “Alimentaria” – Exposição de bebidas e alimentos que decorre até dia 7 de Junho no México.
A participação neste evento prende-se com a estratégia do município na divulgação e comercialização do Queijo Serra da Estrela em mercado internacional.


Tendo em conta que a edição deste ano conta com 400 expositores oriundos de 28 países, este certame torna-se, “em termos do sector alimentar, na melhor plataforma mundial para a promoção dos produtos e das marcas alimentares”, sublinha uma nota de imprensa da Autarquia de Celorico da Beira.


A par da participação deste município encontram-se também presentes empresas portuguesas tais como a Unicer; Diatosta; União das Adegas Cooperativas do Dão (UDACA).

in Diário da Guarda

6.6.07

Pinhel promove vinho no mercado chinês

A AEP – Associação Empresarial de Portugal, diversas adegas e empresas portuguesas ligadas ao sector vitivinícola vão participar na Interwine 2007, um certame que vai ter lugar em Cantão – Guangzhou, de 7 a 9 de Junho.
A Adega Cooperativa de Pinhel integra esta comitiva que pretende promover os vinhos portugueses junto do mercado chinês. Com o representante da Adega Cooperativa de Pinhel seguiu também António Ruas, presidente da autarquia, que vê nesta feira de vinhos e bebidas uma excelente oportunidade de promover um dos principias recursos endógenos do concelho.

in Jornal A Guarda