A taxa de desemprego na Beira Interior poderá facilmente ultrapassar os 10 por cento em 2009, alertou em declarações à Agência Lusa o coordenador do Observatório de Desenvolvimento Económico e Social (ODES) da região
«As perspectivas para 2009 não são animadoras e julgo que na região vamos ter uma crise social com alguma importância», referiu Pires Manso, defendendo que o Governo deve «legislar no sentido de que empresas e associações criem programas de apoio aos mais necessitados».
«Já temos taxas de desemprego superiores à média nacional e vamos continuar a ter taxas agravadas. Facilmente ultrapassaremos os dois dígitos, senão mais», sublinhou o professor catedrático e coordenador do observatório instalado na Universidade da Beira Interior, na Covilhã.
«É de prever que a crise internacional agrave os problemas das empresas, nomeadamente dos principais empregadores na região: o sector têxtil, em especial as confecções» na Cova da Beira, «e as empresas de cablagens para automóveis», na Guarda e Castelo Branco.
O crescimento do desemprego terá como consequência «o aumento de problemas sociais», nomeadamente, «mais situações de fome e pequena criminalidade».
Pires Manso defende por isso que o Estado crie linhas de apoio financeiro para empresas, organizações e entidades locais sem fins lucrativos, «para poderem prestar ajuda social onde o Estado não consegue chegar».
«O governo vai ter que legislar no sentido de criar estímulos que possam levar as empresas e associações sem fins lucrativos a organizar programas de apoio aos mais necessitados, para combater a pobreza e flagelos sociais previsíveis».
Pires Manso sugere ainda incentivos à concessão de micro-crédito e outras medidas, como a entrega de parcelas de terreno para produção própria de produtos agrícolas.
No entanto, para aquele responsável, só haverá melhorias estruturais se o Estado canalizar grandes iniciativas empresariais para o interior do país, «tal como aconteceu com a Autoeuropa, quando foi preciso responder à crise social e económica no distrito de Setúbal».
Ao nível fiscal, «vou ao ponto de achar que seria bem-vinda isenção total de IRC para empresas que se instalassem no interior durante um período de cinco anos», concluiu.
O Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES) surgiu em 2002, após uma série de reuniões entre parceiros económicos da região, no âmbito do programa de apoio comunitário EQUAL.
Desde então tem feito recolha e tratamento de indicadores económicos e sociais que dizem respeito à região e ao país.
Lusa / SOL
Poderá esta crise ser aproveitada como oportunidade para um novo modelo de desenvolvimento económico da Beira Interior?
3 comentários:
Olá amigo,
"Poderá esta crise ser aproveitada como oportunidade para um novo modelo de desenvolvimento económico da Beira Interior?"
Não tenho dúvida, pois o actual é obsoleto.
Beijo
Maria Paula
Parabéns pelo blog.
Abusivamente ou não "roubei" dois posts e publiquei no meu "Burgo" em http://vila-do-paul.blogspot.com/.
Se eventualmente houver qq problema PF diga para poder resolver. Mais uma vez os meus parabéns e um grande 2009.
Abraço
PTT
como migrante da Cova da Beira gostava de ir para o terreno, começar a mexer e, tanto que há para fazer! A nível social ao desenvolver-se o apoio, podiamos criar postos de trabalho. Porém, como começar, ou desenvolver sem meios iniciais....só a boa vontade não chega...eu nem sequer pedia um salário!
que as musas e o engenho não nos falte.
Que 2009 arrase os futurologistas
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