"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

13.2.13

Raia à Vista!

António Plácido Santos, conhecido empresário trancosense, manifestou indignação na sua página do Facebook com conduta da Associação Raia Histórica, entidade gestora de fundos comunitários na nossa região.

Justifica tal indignação com a insistente impossíbilidade da “Casa da Prisca” em utilizar os canais financiados por tal organismo para a distribuição dos seus produtos.

Informa no mesmo texto que irá dar conta de situações irregulares à Senhora Ministra da Agricultura e à Gestora do Proder.

Em comentário a este texto, Júlio Sarmento, Presidente do Conselho de Administração da Raia Histórica, vem contestar a acusação, lembrando que aquela instituição tem apoiado diversos projectos da família Plácido Santos, e que nesta fase de implementação da rede de lojas, não é suposto integrarem industriais da região.

José Amaral da Veiga, profissional liberal e membro da Concelhia do Partido Socialista, vem apoiar a indignação do empresário, denunciando que tem tomado conhecimento de diversas denúncias sobre as contratações de serviços daquela entidade, bem como sobre a utilização abusiva das suas viaturas.

Em resposta, o autarca Júlio Sarmento vem repudiar a atitude “daqueles que não criam um posto de trabalho” e assume aqui a propriedade de dois investimentos locais. A saber: o centro de inspecções e o hotel.
Com esta revelação, junta-se ao estimado grupo de políticos lusos com ambição tardia para os negócios.
Aproveita ainda o seu comentário para sugerir uma candidatura aos fundos europeus a outro empreendedor insatisfeito, recomendando o contacto directo, em detrimento dos serviços competentes daquela associação.

Ciclicamente, a Raia Histórica é alvo de suspeitas sobre os critérios de atribuição dos fundos comunitários.

Esta situação é insustentável. Porque coloca em causa os critérios de gestão do Proder na região e porque atenta ao bom nome dos administradores e colaboradores da instituição.

Creio que estas criticas não podem ficar sem resposta, sob pena de se considerar como verdade que existem critérios discriminatórios na utilização dinheiros europeus.

Citando o filósofo Agostinho da Silva, “Os povos serão cultos na medida em que entre eles crescer o número dos que se negam a aceitar qualquer benefício dos que podem; dos que se mantêm sempre vigilantes em defesa dos oprimidos não porque tenham este ou aquele credo político, mas por isso mesmo, porque são oprimidos e neles se quebram as leis da Humanidade e da razão; dos que se levantam, sinceros e corajosos, ante as ordens injustas, não também porque saem de um dos campos em luta, mas por serem injustas; dos que acima de tudo defendem o direito de pensar e de ser digno."

Crónica de Frederico Lucas para a Rádio Altitude

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