Quase meio milhão de funcionários públicos deverão perder o emprego devido ao plano de redução da despesa pública que o governo britânico vai apresentar hoje, quarta-feira, no Parlamento.
O número foi captado na véspera pelas lentes dos fotógrafos nos papéis que o secretário de Estado das Finanças, Danny Alexander, lia dentro do carro.
Ampliadas as imagens, o texto diz que o governo admite que a previsão, feita em Junho pelo Gabinete de Responsabilidade pelo Orçamento, não deverá ser alterada pelo programa de medidas de austeridade.
Este valor coincide com a estimativa de um estudo recente da PricewaterhouseCoopers (PwC), que prevê um milhão de desempregados na sequência das medidas, metade dos quais no sector privado.
O governo britânico apresenta hoje, quarta-feira, em detalhe os cortes para a quase total eliminação do défice, visando poupar 83 mil milhões de libras (95 mil milhões de euros) em cinco anos.
O objectivo do ministro das Finanças, George Osborne, que apresenta as medidas no Parlamento ao fim da manhã, é fazer o défice cair rapidamente de 11% do PIB em 2009/10 para apenas 2% em 2015.
Só a saúde e cooperação internacional estão protegidas de cortes nos vários ministérios que rondam, em média, os 25%.
Na terça-feira foram confirmadas medidas em algumas áreas, como a defesa, cujo orçamento cairá 8% nos próximos quatro anos.
Ao todo deverão ser eliminados 42 mil postos de trabalho, entre militares e civis, além de abandonado o uso de barcos e aviões.
Na imprensa há rumores de que o custo da taxa de televisão será congelado por seis anos e que a BBC irá tomar a seu cargo o financiamento do Serviço Mundial de rádio, até agora pago pelo ministério dos Negócios Estrangeiros.
O "Times" avança que o direito vitalício a habitação social vai desaparecer e nem a polícia, os tribunais e postos diplomáticos serão poupados às medidas de austeridade.
Pelo contrário, revela o "Guardian", o financiamento da ciência foi protegido à última da hora devido à sua importância para o crescimento económico
O "Daily Telegraph" noticia que a segurança social vai sofrer uma queda substancial, o que implicará retirar subsídios a milhares de pessoas e exigir novos testes que provem a incapacidade para trabalhar.
Os gastos nesta área já tinham sido cortados no orçamento de emergência, em Junho, mas o governo prepara-se para reformar a forma de funcionamento dos apoios sociais.
O ministro das Finanças prometeu recentemente sanções para os burlões e acabar com o subsídio de família para os agregados com rendimentos mais altos a partir de 2013.
in JN
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