"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

20.10.10

Meio milhão de funcionários públicos devem perder emprego no Reino Unido

Quase meio milhão de funcionários públicos deverão perder o emprego devido ao plano de redução da despesa pública que o governo britânico vai apresentar hoje, quarta-feira, no Parlamento.

O número foi captado na véspera pelas lentes dos fotógrafos nos papéis que o secretário de Estado das Finanças, Danny Alexander, lia dentro do carro.

Ampliadas as imagens, o texto diz que o governo admite que a previsão, feita em Junho pelo Gabinete de Responsabilidade pelo Orçamento, não deverá ser alterada pelo programa de medidas de austeridade.

Este valor coincide com a estimativa de um estudo recente da PricewaterhouseCoopers (PwC), que prevê um milhão de desempregados na sequência das medidas, metade dos quais no sector privado.

O governo britânico apresenta hoje, quarta-feira, em detalhe os cortes para a quase total eliminação do défice, visando poupar 83 mil milhões de libras (95 mil milhões de euros) em cinco anos.

O objectivo do ministro das Finanças, George Osborne, que apresenta as medidas no Parlamento ao fim da manhã, é fazer o défice cair rapidamente de 11% do PIB em 2009/10 para apenas 2% em 2015.

Só a saúde e cooperação internacional estão protegidas de cortes nos vários ministérios que rondam, em média, os 25%.

Na terça-feira foram confirmadas medidas em algumas áreas, como a defesa, cujo orçamento cairá 8% nos próximos quatro anos.

Ao todo deverão ser eliminados 42 mil postos de trabalho, entre militares e civis, além de abandonado o uso de barcos e aviões.

Na imprensa há rumores de que o custo da taxa de televisão será congelado por seis anos e que a BBC irá tomar a seu cargo o financiamento do Serviço Mundial de rádio, até agora pago pelo ministério dos Negócios Estrangeiros.

O "Times" avança que o direito vitalício a habitação social vai desaparecer e nem a polícia, os tribunais e postos diplomáticos serão poupados às medidas de austeridade.

Pelo contrário, revela o "Guardian", o financiamento da ciência foi protegido à última da hora devido à sua importância para o crescimento económico

O "Daily Telegraph" noticia que a segurança social vai sofrer uma queda substancial, o que implicará retirar subsídios a milhares de pessoas e exigir novos testes que provem a incapacidade para trabalhar.

Os gastos nesta área já tinham sido cortados no orçamento de emergência, em Junho, mas o governo prepara-se para reformar a forma de funcionamento dos apoios sociais.

O ministro das Finanças prometeu recentemente sanções para os burlões e acabar com o subsídio de família para os agregados com rendimentos mais altos a partir de 2013.

in JN

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