A falta de associativismo na museologia esteve hoje em destaque no primeiro dia de um debate sobre políticas museológicas em Portugal e o papel das autarquias, com alguns representantes da área a apelar à união e trabalho colectivo.
Na sessão de abertura do colóquio sobre Câmaras Municipais e Políticas Museológicas, a decorrer na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, a directora do espaço, Helena de Freitas, recordou Fernando Pernes, o primeiro director artístico da Fundação de Serralves, que morreu há uma semana, como exemplo de “amor à arte”.
“Ele foi brilhante na perceção da força e da comunidade, permitindo preparar o futuro. Por isso, em nome dele, digo que se todos nos dispusermos a um trabalho colectivo, a um trabalho em comunidade, com o apoio das autarquias locais, temos a alavanca para tornar os museus num centro poderoso de atracção turística e riqueza e, assim, todos poderemos ser mais fortes”, sustentou.
Também João Brigola, director do Instituto dos Museus e Conservação (IMC), lamentou a fraca audiência, um sinal de que “a crise do associativismo atravessa também o mundo da museologia”. “Há uma memória de colóquios em que estavam sempre com uma imensa plateia, não havia lugares para toda a gente. Isto suscita-nos um ponto de reflexão”, afirmou o responsável, expressando o desejo de que “o associativismo cultural, em específico da museologia, volte a ser aquilo que já foi um dia”.
O colóquio, que tem como objectivos identificar a problemática geral dos museus municipais, analisar o respectivo papel no desenvolvimento das comunidades locais, avaliar o contributo da Rede Portuguesa de Museus para a inovação dos museus municipais e, por fim, debater propostas para que estejam em rede, termina terça-feira com a presença do secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle.
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