"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

14.9.06

Escolas encerram em todo o País, em Trancoso fecham 6 escolas,

"Pronuncios de uma morte anunciada"
.
Morte”, “desertificação”, “sem futuro”, são palavras de autarcas, alunos e ex-alunos das escolas do 1.º Ciclo que vão encerrar em todo o País. As populações de muitas aldeias não concordam com a medida do Governo, outras estão resignadas, mas todas concordam que é mais um passo para o fim dos meios rurais. Sem crianças e ensino, as aldeias acabarão por extinguir-se pela força do chamado ‘progresso’.
As populações afectadas estão tristes, mas resignadas, e consideram que as escolas – um símbolo do desenvolvimento do povo – vão transformar--se na “casa mortuária” de muitas aldeias. “É mais uma acha para a fogueira da desertificação que ameaça o Interior do País”.
No concelho de Trancoso encerram seis escolas entre elas, Tamanhos, Esporões, Carnicães, Guilheiro, Golfar e Feital. Segundo o autarca de Trancoso à Bandarra FM, está tudo pronto para receber os alunos nas novas escolas, tanto na rede de transportes como a nivel da alimentação o inicio do ano lectivo está pronto a decorrer na normalidade.
O concelho de Trancoso acompanha assim a tendência nacional onde nos meios rurais os alunos cada vez sao menos, excepto na escola da cidade de Trancoso e Vila Franca das Naves onde cada vez recebem mais alunos.
As câmaras municipais não vão gastar dinheiro com os alunos das escolas com menos de 20 estudantes e com taxas de aproveitamento inferiores à média nacional, que vão encerrar no âmbito do processo de reorganização da rede escolar do 1.º Ciclo do Ensino Básico.A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) assinou um protocolo com o Governo em que ficaram estabelecidas as condições em que as escolas deviam encerrar. O ME assumiu o pagamento de todas as despesas decorrentes da mudança dos alunos.António José Ganhão, vice-presidente da ANMP e responsável pela área da Educação, garantiu que “o Ministério fez um levantamento de 1500 escolas que deviam fechar”. Um número que não vai corresponder ao total de encerramentos, uma vez que “vários municípios não concordaram com o fecho das suas escolas.”O protocolo estabelece que a mudança de escola só pode acontecer caso o novo estabelecimento de ensino proporcione melhores condições aos alunos. Caso contrário, o ME fica obrigado a realizar as obras necessárias para que tal aconteça ou a nomear um professor para a escola de origem, ficando sem efeito o encerramento.A gratuitidade da alimentação e do transporte também ficou estabelecida no protocolo. “Os alunos têm de ter acesso ao refeitório sem pagarem, de forma a não prejudicarem as famílias, e o aumento dos custos não previstos com o transporte escolar será pago pela respectiva Direcção Regional de Educação”, acrescentou António José Ganhão.

Sem comentários: