"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

31.1.06

"Lisboa" em Trancoso

Apesar de viver em Trancoso, o meu emprego é em Lisboa.
Esta distância é gerida através da utilização de dois diferentes recursos: O Comboio Intercidades e a utilização de uma VPN (rede privada virtual de comunicações através da internet).
A VPN permite-me trabalhar na rede do escritório (cuja sede é em Lisboa) apartir da minha residência em Trancoso. Tal é possivel porque existe internet de banda larga em Trancoso e desse modo, com recurso a dois routers com VPN, é possivel trabalhar à distância através de uma ligação segura (encriptada).
Por outro lado, porque a presença pessoal ainda é importante para um conjunto alargado de reuniões, desloco-me com frequência a Lisboa através do InterCidades.
Trata-se de uma viagem particularmente confortavel, onde existe café a bordo e fichas electricas para a ligação do pc portátil, permitindo que as 3h40m sejam passadas a trabalhar com um sossego e umas vistas que nenhum escritório de Lisboa terá.

Depois do exposto, pergunto: Será que ainda é obrigatório ter a familia a viver na grande cidade, sujeita a stresses citadinos e poluição, para que um membro da familia continue a trabalhar em Lisboa?

30.1.06

Temperatura hoje em Trancoso ( 20 horas )


Para a vigilância meteorológica e do clima assim como para a previsão do estado do tempo o IM dispõe de redes de observação que permitem medir as grandezas e monitorizar a evolução temporal e espacial dos principais elementos meteorológicos.Para o efeito o IM explora 162 estações meteorológicas de superfície no Continente, Açores e Madeira sendo 79 clássicas com recurso a observações instrumentais e sensoriais e 112 automáticas (EMA) com tele-transmissão de dados das quais 19 estações integram a rede urbana de estações meteorológicas automáticas (RUEMA). Uma Das Estações automáticas de recolha de dados está colocada em Trancoso.
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Fonte: Instituto de Meterologia

Festa de São Brás na povoação dos " Montes "

Realiza-se este próximo fim de semana ( 5 de Fevereiro ) no lugar designado por " Montes " concelho de Trancoso, bem perto das localidades de Venda do Cêpo, Vila Novinha, Rio de Mel e Rio de Moinhos a já tradicional festa em honra de São Brás. Entre os eventos religiosos destaque para o habitual carrocel de ovelhas à volta da Capela , e das merendas feitas pelos visitantes que envolvem o lugar.

29.1.06

G.D de Trancoso Empata com o Foz Côa

O Grupo Desportivo de Trancoso empatou este domingo com o Foz Côa a duas bolas ( 2-2). A equipa de Trancoso chegou a estar sempre em vantagem mas foi incapaz de resistir e foi igualada pela equipa de Foz Côa, resultado que em parte se aceita. O frio chegou em força o que obrigou à assistência assistir ao jogo dentro do espaço vidrado na parte superior da bancada. Mais sorte teve a equipa de futsal ao vencer a equipa do SC Sabugal por 5-2 no pavilhão de multiusos de Trancoso, jogo este que decorreu no sábado.

27.1.06

Património do Concelho de Trancoso, Galeria de fotografias

Estimulando a contínua divulgação dos lugares das freguesias e do património do concelho de Trancoso o portal Trancoso.pt.vu através deste blog vai lançar algumas galerias de fotografias de freguesias lugares monumentos e outros locais de interesse alguns escondidos e quiçá desconhecidos pela maioria das pessoas mesmo do nosso concelho. Autênticos paraísos inseridos num panorama rural coloridos pelo património construído na época que ainda não tinham sido flagelados pela desertificação. Hoje para começar este ciclo de galerias apresenta-se a galeria de fotografias sobre o lugar da Broca. Aproveito a ocasião para apresentar os melhores agradecimentos a Abel Coelho que gentilmente me cedeu as fotografias. [ galeria é retirada do estado online em 03-04-200]

Detido suspeito de furtos hoje em Trancoso

A Guarda Nacional Républicana em parceria com o Nucleo de Investigação Criminal deteve hoje um jovem indivíduo suspeito de autoria de furtos na cidade de Trancoso. Hoje o Gabinete Técnico Local foi o alvo escolhido para os ladrões. O suspeito que foi hoje detido vai ser levado à presença do Juiz no Tribunal de Turno que é o da Mêda este sábado .

G. D. De Trancoso Defronta o Foz Côa este Domingo

O Grupo Desportivo de Trancoso vai receber no Estádio Dr. Fernando Lopes a Equipa das Amendoeiras, o Foz Côa, este domingo pelas 15 horas. No dia anterior o GD Trancoso Futsal defronta o SC Sabugal pelas 18h no pavilhao Multiusos em Trancoso. Compareça e apoie o Grupo Desportivo de Trancoso !

26.1.06

A.C.R. TRANCOSO NA TAÇA NACIONAL


Juniores “B” Masculinos vão defrontrar

1º Classificado – BRAGA
1º Classificado – BRAGANÇA
1º Classificado - CAST. BRANCO
2º Classificado – COIMBRA
1º Classificado – GUARDA
1º Classificado - V. CASTELO
1º Classificado - VILA REAL

Cadetes Femininas vão defrontrar

1º Classificado – BRAGA
1º Classificado – BRAGANÇA
1º Classificado - CASTELO BRANCO
2º Classificado – COIMBRA
2º Classificado – LEIRIA
1º Classificado - VIANA CASTELO
1º Classificado - VILA REAL

25.1.06

Campeonato Distrital de Futsal - Jornada 6

No passado sábado (21/01) realizou-se mais uma jornada, na qual o G.D.Trancoso defrontou no pavilhao da E.S. de Pinhel a equipa da U.D. Pinhelenses, tendo obtido uma vitoria por 2-6, num jogo bastante "durinho", onde a equipa do Trancoso dominou grande parte do jogo. Os restantes resultados foram os seguintes:
A classificação está ordenada da seguinte forma:

No proximo sabado dia 28 de Janeiro(sábado), o G.D.Trancoso Futsal defronta o SC Sabugal pelas 18h no pavilhao Multiusos em Trancoso. Compareça e apoie a equipa!

Festa de São Sebastião na Póvoa do Concelho

Organização : Comissão de Festas de São Sebastião

23.1.06

A Cegonha de Trancoso

As cegonhas são pássaros grandes com um pescoço médio, um bico comprido, um corpo forte e umas patas compridas. A cegonha mais comum em Portugal é branca e tem a ponta das asas pretas. Elas gostam de fazer o seu ninho em locais altos: árvores, chaminés, monumentos altos ou postes eléctricos. Escolhem para viver zonas planas com muita água e pântanos onde podem encontrar a sua comida favorita: rãs e pequenos peixes. Assim há cerca de quatro anos que um casal de cegonhas brancas decidiram vir morar para a cidade de Trancoso num velho castanheiro bem perto da nova urbanização do Rio velho quase no coração da novel cidade. Animal muito fiel à sua terra e ao ninho, todos os anos por meados de Janeiro faz a longa travessia até Trancoso. Em vesperas de São João as suas crias ensaiam os primeiros voos tal como diz o ditado " Dia de São João, cegonha no chão ". Em Finais de Julho, princípios de Agosto regressa para terras mais quentes deixando a promessa de uma volta anunciada no próximo ano. Desde tempos remotos a cegonha branca foi um animal com estreitas relações com o ser humano, a cegonha sente o calor e a protecção da presença humana daí que existem uma grande quantidade de ninhos em plenas vilas e cidades.

Assaltos continuam em Trancoso

Este fim de semana lamentávelmente ocorreram mais uns assaltos em pleno centro da cidade. Duas montras de duas lojas foram vandalizadas e roubadas. Uma de uma loja de Fotografia que já tinha sido assaltada anteriormente e uma loja de electrodomésticos em plena rua da corredora. As autoridades já estão a investigar estes crimes.

O castanheiro na Beira Interior

O castanheiro é uma árvore de folha caduca, que pode atingir mais de mil anos de idade. As folhas têm entre 10 e 20 centímetros, são dentadas, mais claras na parte inferior e translúcidas quando trespassadas pela luz solar. Os seus frutos são as conhecidas e apreciadas castanhas. Aos 8/10 anos, o castanheiro já dá fruto, no entanto, só depois dos 20 é que a frutificação passa a ser um fenómeno regular. A sua produção mantém-se elevada mesmo quando já em idade avançada. Até aos 50 a 60 anos de idade, o seu crescimento é bastante rápido, retardando depois até ao fim da vida. Pode atingir os 45 metros de altura e a sua copa pode chegar aos 30 a 40 metros de diâmetro. Existem dois tipos de castanheiro: o bravo e o manso, consoante a forma de regeneração e o tipo de exploração que se pretende.
A um povoamento de castanheiros mansos, vocacionados para produzir castanhas, dá-se o nome de “souto” e a um povoamento vocacionado para produzir madeira dá-se o nome de “castinçal”. Os entendidos dizem que as variedades portuguesas de castanheiro produzem as melhores castanhas que se conhecem, e são muito consideradas no comércio mundial, nomeadamente em núcleos da emigração portuguesa.
Desde o Paleolítico que o castanheiro acompanha o Homem e tem para ele uma importância crucial. As tribos pré-romanas chamavam-lhe a árvore do pão, já que o seu fruto, a castanha, era um alimento rico e um importante meio de subsistência para os exércitos em campanha. Pode-se mesmo afirmar que foi um dos mais importantes farináceos em muitas regiões, antes da chegada da batata e do milho à Europa. Era utilizada na alimentação dos Homens e dos animais, era um complemento importante na agricultura e, em muitos casos, o pão dos mais desfavorecidos. Desde tempos imemoriais que a castanha é um produto de base na alimentação dos homens e dos animais, sendo confeccionada de todas as formas possíveis crua, cozida, assada, em doces, em sopas, e como guarnição de alguns pratos. Antigamente, quando a produção do ano não era totalmente consumida, a que restava era transformada em “castanha pilada”, seca ao fumo, de forma a poder ser consumida mais tarde. Outro processo de conservar as castanhas é colocá-las em panelas vidradas bem tapadas ou em potes de barro cheios de areia. Existem variedades de castanha com maiores qualidades alimentares e maior valor comercial. É o caso das variedades Judia, Longal e Côta
O castanheiro é frequentemente atingido por pragas. Em Portugal, a situação mais grave é causada pela “doença da tinta”. Esta doença é provocada por um minúsculo fungo, que, segundo alguns autores, terá entrado em Portugal no norte do país em 1838, pelos rios Leça e Ave, alastrando depois a várias regiões. Encontrou as condições ideais para o seu desenvolvimento, tendo causado graves danos nos povoamentos do Minho e Beira Litoral. Mas a sua acção não se ficou pelo norte, alastrando-se pelo país fora até à serra de Monchique. Hoje, nestes locais, mais não existem do que pequenos núcleos sem grande significado. Foram muitas e extensas as áreas que sucumbiram ao nefasto poder da “tinta”, cujo nome se deve à cor negra que a árvore adquire por baixo da casca, quando atacada. Uma das formas de evitar esta doença é criar, em viveiro, clones que sejam resistentes à doença. É o que acontece em França e Itália. Os povoamentos conduzidos em talhadia aparentam ser menos afectados por esta praga. O “cancro do castanheiro”, provocado igualmente por um fungo, surgiu em finais do século XIX e provocou graves prejuizos em povoamentos desta espécie. A segunda espécie mais importante Castanea dentata, com uma presença muito significativa nos Estados Unidos da América, foi praticamente aniquilada por esta praga assoladora que, segundo dados de 1987, terá destruído cerca de 3,6 milhões de hectares de castanheiro americano. Segundo alguns autores, alastrou-se à Europa quando se importou material vegetativo infectado durante a Guerra de 1914/18. Os castanheiros são também frequentemente atacados por um insecto desfolhador vulgarmente conhecido por Portésia, provocando danos acentuados em diversos soutos, localizados nas regiões de Bragança e Vila Real.
Como sabem, na Beira Interior são frequentes as terras cujos nomes estão ligados ao castanheiro. No nosso distrito encontram-se localidades com denominação inerente ao castanheiro: Souto (Sabugal), Monte Soito (Guarda), Castanheira (em Trancoso, em Manteigas, na Guarda e em Gouveia), Souto Maior (Trancoso) e Soito do Bispo (Guarda), são alguns dos lugares onde o castanheiro teve um papel importante. Salientam-se os castanheiros notáveis que permanecem de pé no di
strito da Guarda. São autênticos exemplares, com dimensões inacreditáveis, como o de Guilhafonso e o da Arrifana. O primeiro, com idade estimada em 400 anos, tem uma altura de 19 metros, o que lhe permite ser considerado o maior exemplar da Europa que, em 1987, produziu meia tonelada de castanha da variedade Rebordã, conforme refere Sanches Pereira em "O Castanheiro na Beira Interior". Digno de referência é, igualmente, o "Castanheiro Velho", na Arrifana, que possui um tronco considerado o mais grosso de todos os castanheiros existentes no país, com um perímetro de 13 metros e 20 centímetros. Trata-se de uma imponente árvore que deverá ter uma idade de cerca de dois mil anos, atendendo a que o autor Taborda de Morias lhe atribuiu, em 1937, na obra "Árvores Notáveis de Portugal", 1139 anos. Embora diferentes e com dimensões normais, são também únicos os "Castanheiros Gémeos" de Famalicão da Serra, ainda no concelho da Guarda. Trata-se de duas árvores adultas, separadas na base e no cimo do tronco, mas unidas a meio, em consequência de um «processo de enxertia natural de encosto», refere Cameira Serra no seu livro.

Fonte: vários

Presidenciais - resultados de Trancoso

Decorreram neste domingo as eleições presidencias do nosso País. Nessas eleições simbolo do estado democratico em que vivemos foi escolhido por sufrágio um dos candidatos a Presidente da Républica que vai representar Portugal nestes próximos cinco anos. Foi eleito com 50,59% o Prof. Cavaco Silva.
Em Trancoso o Prof Cavaco Silva também ganhou com grande maioria seguindo-se Manuel Alegre, Mário Soares, Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa e por fim António Pereira. Para ver os resultados Provisórios de Trancoso numa tabela clique aqui

21.1.06

G. D. Trancoso empata na Lageosa do Mondego

O grupo Desportivo de Trancoso foi ao reduto do Lageosa do Mondego empatar a uma bolas (1-1). Com este resultado a equipa da "Cidade de Bandarra " encontra-se agora na confortável 9º posição. De salientar que a jornada de hoje se realizou no sábado devido às eleições presidenciais que se vão realizar neste domingo.

Festa de Santo Antão em Courelas - Trancoso

Realiza-se neste fim de semana na povoação contígua à cidade de Trancoso denominada por Courelas a tradicional festa de Santo Antão. A festa que durará dois dias ( 21 e 22 de Janeiro ) promete proporcionar ao visitante momentos de lazer não esquecendo as celebrações religiosas em honra do Santo Padroeiro desse lugar. Terá também lugar a arrematação de ofertas, baile e outras actividades.

Trancoso entre os melhores no exame de Matemática

Numa das recentes edições do jornal Publico foi divulgada a lista das melhores e piores nas médias dos exames de matemática a nível nacional. Guarda está entre os distritos com resultados mais baixos nos exames a Matemática. Nenhum concelho do país conseguiu registar uma média superior a 2,66 ( escala de 1 a 5 ). No distrito da Guarda a média cifra-se nos 2,19. Trancoso foi um dos concelhos a nível nacional com melhor média. ( 9º lugar)

20.1.06

Cinema em Trancoso, de 20 a 23 de Janeiro, " Chicken Little "

Chicken Little, um pequeno pinto, causa o pânico geral quando, por engano, espalha a ideia que o céu vai cair. Desde então, Chicken Little está determinado a recuperar a sua reputação. Mas, quando a sua sorte parece estar a mudar e a vida a seguir o seu rumo, um bocado de céu cai mesmo em cima da cabeça de Chicken Little. O pequeno pinto e o seu grupo de amigos, Abby Patada (a Patinha Feia), Runt (o Vira Caixote) e o Peixe (Peixe Fora d´Água), vão tentar salvar o mundo, sem deixar, desta vez, toda a cidade em pânico.
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Fonte: Publico.pt

18.1.06

Campeonato Distrital de Futsal - Jornada 5

No passado sábado (14/01) realizou-se mais uma jornada, na qual o G.D.Trancoso defrontou no pavilhao Multiusos a equipa do CDC do Pinheiro, tendo averbado a primeira derrota por 1-6, resultado desnivelado, mas que nao reflecte com exactidao o desenrolar do jogo, pois apesar de a equipa local se apresentar desfalcada de algumas unidades, por diversos motivos (apenas estavam disponiveis 7 jogadores), ao intervalo verificava-se uma igualdade no marcador a zero que transmiti-a o equilibrio a que se assistia dentro do campo. A tres minutos do fim e a perder por 1-3 o G.D.Trancoso arriscou, com a utilização de GR avançado, situação que nao correu da melhor forma. Os restantes resultados foram os seguintes:
A classificação está ordenada da seguinte forma:

A proxima jornada realiza-se no dia 21 de Janeiro(sábado), o G.D.Trancoso Futsal defronta a U.D. Os Pinhelenses pelas 19h em Pinhel.

Trancoso na BTL ( Bolsa de Turismo de Lisboa )

A Bolsa de Turismo de Lisboa que arrancou hoje para os profissionais de Turismo e que arranca amanhã a partir das 19h00 para o público em geral, conta com a presença da Câmara Municipal de Trancoso, representada no stand da Região de Turismo da Serra da Estrela, e em cooperação com a Raia Histórica. De salientar que a Bolsa de Turismo de Lisboa se realiza na FIL e está aberta até às 20h00 do dia 22 do corrente mês e representa um dos principais eventos de promoção de regiões e centros históricos.

17.1.06

Teatro Comédia " Quadros do Interior "

" Quadros do Interior " é um espectáculo de homenagem ao escritor António Alçada Baptista, escrito por José Carretas a partir de obras " Peregrinação Interior " e " Pesca à linha "
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Esta Peça está em exibição no dia 19 de Janeiro no auditório do Convento dos Frades de Trancoso pelas 21h30

16.1.06

Francisca da Conceição

Freira e Madre do Convento de Santa Clara, existente em Trancoso, esta trancosense ilustre viveu nos séculos XVII e XVIII e morreu com cheiro de santidade, como é costume dizer-se. Deixou atrás de si uma aura tão grande que, em meados do século XVIII, se publica a obra «Vida e Milagres da Madre Francisca da Conceição», de autoria do Dr. Manuel Saraiva da Costa. A sua fama era tal, que o Marquês das Minas a visitaria em 1704, quando, com os seus exércitos, passou por Trancoso.
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Fonte: Proposta de elevação de Trancoso a Cidade

Assalto a loja em Trancoso

Na passada sexta feira mesmo no centro da cidade perto do largo da Câmara Municipal, foi assaltada uma loja de fotografia e telemóveis. Os larápios partiram a montra e roubaram os equipamentos expostos nela. A policia judiciária já está a investigar o caso.

15.1.06

G. D. De Trancoso perde com o líder

O Grupo Desportivo de Trancoso visitou este domingo o reduto do líder e assumido candidato ao título o Uniao Desportiva de Seia ao qual trouxe uma derrota por 2-1. A equipa serrana continua assim destacada na liderança do campeonato distrital enquanto o Desportivo de Trancoso com objectivos diferentes encontra-se pelo meio da tabela mais concretamente em 9º lugar.

14.1.06

Capela de Nossa Senhora da Fresta

Primitivamente da invocação de Santa Maria do Sepulcro, é um edifício de estrutura românica do séc. XII ao qual foram acrescentadas no séc. XVII a fachada e a torre barrocas. O interior é de uma só nave, cujas paredes são decoradas por duas pinturas a fresco, bastante deterioradas. No fresco mais antigo, de pintura monocromática vermelha, é ainda possível vislumbrar o Anjo da Anunciação. O mais recente, provavelmente do séc. XVI, representa a adoração dos reis magos. Está classificada como Imóvel de Interesse Público por Dec. Lei n.º 33587 de 27/03/44.
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Fonte: Proposta de elevação de Trancoso a Cidade

13.1.06

Cinema Jacinto Ramos em Trancoso

Filme em exibição de 13 a 16 de Janeiro
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O filme «O Resgate dos Soldados Fantasma» recupera o drama de guerra de um grupo de guerrilheiros nas Filipinas, por altura da II Guerra Mundial. «A morte pairava sobre uns resistentes de guerra em território inimigo. As condições de sobrevivência roçavam o deplorável e a luta pela vida tornava-se cada vez mais difícil. O plano audaz de um militar de alta patente confere uma nova esperança ao desfecho da história...»

11.1.06

Francisco de Lucena

Filho de Afonso de Lucena e também natural de Trancoso, foi Secretário de Estado de D. João VI. Por razões políticas, em especial, por haver a suspeita que seu pai havia atraiçoado a Casa de Bragança, revelando segredos de D. Catarina e por ele próprio ter sido secretário de mercês, juntamente com Miguel de Vasconcelos, acabou por cair em desgraça, acusado finalmente, de cumplicidade na conjura contra o monarca. Depois de um processo duvidoso, é condenado à morte e degolado, em 28 de Abril de 1643. Julga-se de maior interesse o estudo desta figura, hábil na política e, especialmente, na diplomacia, cujo prestígio terá sido uma das causas da sua morte violenta.
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fonte: Proposta de elevação de Trancoso a Cidade

10.1.06

A Trancoso brasileira... Parte II


A pedido de "várias famílias", empreendi uma investigação para descobrir a razão de existir no Brasil um local com o nome de Trancoso. Já tinhamos visto que ali "havia mão" portuguesa, mas o porquê não se entendia. Pois bem, segundo Mariângela de Lara Moraes Daibert do Centro de Pós-graduação da Associação de Ensino de Itapetininga no seu trabalho "Trancoso, uma história de vida e educação" (2002), fonte que pode ser consultada em http://www.vozdetrancoso.com/historia.htm#colonia:

«(...)
Os jesuítas são expulsos do Brasil e de Portugal, em 1759, por Marquês de Pombal. Consegue ainda o governador, junto ao Papa, a extinção da Ordem. (Wehling & Wehling, 1994, p. 154 e Abreu, 1969, p. 203)
A Aldeia de São João, em 1759, é elevada a Vila "Nova Trancoso", por Alvará Régio de Dom José I, segundo o documento:"Aos vinte dias do mês de janeiro de 1759 anos, nesta Aldeia de São João da Capitania de Porto Seguro, onde eu tabelião adiante nomeado fui indo com o Capitão-Mor da dieta Capitania, Antônio da Costa Souza e o Ouvidor da mesma, Manuel da Cruz Pereira, e na casa sua aposentadoria, aí mandaram vir perante si todos os principais da dita aldeia e mais o povo dela ... determinar-lhes levantar Vila nesta Aldeia, fazer juízo a todos os mais oficiais da Câmara, justiça e milícia dando à nova vila o nome de Nova Trancoso ... e logo elegerão uma casa de telhas, que havia na dita Aldeia (junto à casa de morada dos Reverendos Missionários e dela por eles mandada fabricar para os seus despejos) para a casa da Câmara um Pelourinho de madeira lavrada em quatro faces, ... e que de hoje em diante não fosse intitulada com outro nome mais que com o referido, que o qual o dito Senhor lhe mandava dar." (Fontana, 1988, p.56)
(...)

No início do texto exposto, o autor fala sobre o pensamento ocorrido na época: 'nomear as novas vilas com nomes de vilas portuguesas semelhantes'. Surge uma explicação para o novo nome da 'Aldeia São João', então nomeada de 'Vila Nova Trancoso', provavelmente espelhado na Vila de mesmo nome em Portugal, situada no Distrito da Guarda, que fez fronteira com Celorico, conforme mapa encontrado no site www.cm-trancoso.pt (2002).»

Ou seja, parece que ambas as terras têm este nome porque...simplesmente...calhou! Depois da expulsão dos jesuítas renomeou-se as aldeias e todas passaram a ser Vila+Nova+(nome de uma vila de Portugal). A aldeia de São João calhou ser chamada de Nova Trancoso e assim ficou.

Fica o esclarecimento.

Cumprimentos,
Patrícia Geraldes

9.1.06

ACRT BASKET


No passado domingo a ACRT garantiu o título de campeãs de cadetes femininos do campeonato distrital da Guarda. Agora falta disputar um jogo para o culminar do campeonato, os cadetes femininos da ACRT recebe o Seia dia 22 de Janeiro um jogo para festejar a conquista do título distrital. Agora a aguardar-se o calendário para os jogos da Taça Nacional de cadetes femininos, os jogos começam a meio de Fevereiro. Saiba mais no blog da ACRT www.acrtbasket.blogspot.com .

Campeonato Distrital de Futsal - Jornada 4

No passado sábado (07/01) realizou-se mais uma jornada, na qual o G.D.Trancoso defrontou no pavilhao do Casal Cinza a equipa local, tendo obtido um empate a 3 golos, num jogo em que globalmente realizou uma boa exibição. Os resultados da jornada foram os seguintes:

A classificação está ordenada da seguinte forma:

A proxima jornada realiza-se no dia 14 de Janeiro(sábado), o G.D.Trancoso Futsal faz a sua estreia em "casa", defrontando o CDC do Pinheiro (Guarda) pelas 19h no pavilhão MultiUsos, num jogo que se espera emotivo e com algum caracter decisivo, apelando desde já á presença de muito publico, pois o apoio deste será certamente importantissímo para que seja possível alcançar o sucesso que se espera que esta equipa e esta modalidade alcançe no presente e futuro da cidade de Trancoso.

A Trancoso brasileira...

Depois de tantas visitas dos nossos "irmãos" brasileiros ao site de Trancoso, considerei importante também dar a conhecer um pouco da história deste paraíso localizado no Brasil e, à primeira vista, em quase nada parecido com o nosso cantinho aqui em Portugal.
Este texto talvez dê o mote para que também eles participem activamente no blog e até, quem sabe, descobrirmos mais factos em comum do que parecem existir. Afinal, se esta aldeia foi rebaptizada com este nome, algo teriam em comum, não?
A Trancoso brasileira é uma vila seiscentista localizada a a 25Km de Porto Seguro e a 740 km de Salvador, capital da Bahia, fundada por padres jesuítas portugueses em 1586 com o nome de São João Baptista dos Índios.
Em 1650 construíram a bela Igreja de São João. Isolada e desconhecida durante séculos, Trancoso foi redescoberta por jovens hippies na década de 1970 e popularizada por belos, ricos e famosos como Bruna Lombardi, Gisele Bündchen, Leonardo di Caprio, Naomi Campbell, Miguel Falabella e Elba Ramalho, entre muitos outros. A antiga aldeia de S. João dos Índios foi fundada no cimo de um promontório, mantendo-se até hoje como um dos últimos exemplares bem conservados das primeiras povoações do Brasil. Preserva o traçado típico das povoações jesuítas: a planta é rectangular – apesar de chamarem à praça Quadrado – na qual se inscrevem duas fileiras de casas coloridas e muito juntinhas, coroadas, no sentido da praia, com a igreja de São João Baptista, de costas voltadas para o mar. Os padres que construíram este harmonioso conjunto arquitectónico não viram, no entanto, a sua vida facilitada. No século XVII abandonaram o local, devido aos constantes ataques de índios que viviam no interior do Estado da Bahia. E, quando regressaram, cem anos mais tarde, foram novamente expulsos, mas desta vez por Marquês de Pombal. Em vez de lutas contra os indígenas, a segunda contenda travou-se com os governantes portugueses, na que ficou conhecida por Guerra das Missões: em meados do século XVIII, o então rei de Portugal, D. José I, assinou o Tratado de Madrid, que demarcava as novas fronteiras, em substituição do Tratado de Tordesilhas. Para que o plano fosse implementado, várias tribos teriam de ser removidas para outras regiões. Os indígenas revoltaram-se e os padres apoiaram-nos. Marquês de Pombal, com a firmeza insensível que lhe era peculiar, decidiu, então, expulsar a ordem, tanto de Portugal como do Brasil, e alterar a toponímia de todas as vilas que possuíssem nomes de santos. São João dos Índios foi rebaptizada de Trancoso e transformou-se numa aldeia praticamente deserta, pois a maioria dos moradores regressou às “roças” e limitava-se a visitar a igreja aos domingos e dias de festa. Assim permaneceu até aos anos 70. Podemos agradecer aos hippies a redescoberta Trancoso há cerca de 35 anos. Apareceram aos poucos e foram-se instalando nas casas vazias e abandonadas, em harmonia com os autóctones. Passaram a palavra e, em cerca de uma década, colocaram a vila novamente no mapa, auxiliados pela chegada, nos anos 80, da estrada de alcatrão e da electricidade. Depois disso, vieram os ricos e os famosos (o proprietário da Coca-Cola brasileira comprou casa nas redondezas, Elba Ramalho vive num casarão com vista para o mar e dizem que Gisele Bündchen também comprou um terreno a caminho da praia do Espelho, perto do local onde o presidente do Inter de Milão passa as suas férias) e também milhares de viajantes dos quatro cantos do globo, cujo número é travado apenas pelos preços aqui praticados. Depois, há mesmo quem chegue a trocar bons (mas stressados) empregos na cidade por uma nova vida, em Trancoso, abrindo lojas, pousadas ou restaurantes sofisticados. Após o boom turístico, alguns dos hippies pioneiros ficaram – a maioria transformados em homens e mulheres de negócios – outros partiram, quem sabe, em busca de outra terra prometida…

Gonçalo Fernandes Trancoso, o primeiro contista português

Pensa-se que Gonçalo Fernandes Trancoso nasceu em Trancoso na segunda década do século XVI e que morreu em 1596. Viveu em Lisboa e lá perdeu os filhos, a mulher e um neto aquando da peste em 1569.
Foi, historicamente, uma figura da literatura portuguesa e é considerado um dos primeiros contistas portugueses que juntou, uma famosa coleção de narrativas lusitanas e ibéricas que circulavam oralmente na Idade Média. A sua obra teve grande sucesso, sofrendo múltiplas reimpressões até ao século XVIII. No fim do século XX, foi assunto de vários estudos universitários importantes e de diversos artigos.
Além disso, a expressão "casos (ou contos, ou histórias) do Trancoso", quase proverbial tanto no Brasil como em Portugal, prova até que ponto o nome dele tem sido popular no decorrer dos séculos. No entanto, a obra ainda é relativamente pouco conhecida do grande público.

«Como no caso de muitos escritores do século XVI, os documentos de que dispomos sobre ele são muito poucos: algumas indicações autobiográficas dispersas pelos seus escritos, um decreto real publicado por Sousa Viterbo, e o privilégio concedido ao seu filho em 1585.
A partir dessas fontes podemos situar certas etapas da sua vida. Por exemplo:
no prólogo da primeira parte dos Contos, dirigido à Rainha viúva D. Catarina, declara: Ficando eu nesta cidade de Lisboa o ano de MDLXIX, […] a tempo que por causa da peste […] quasi todos seus moradores a despovoavam, […] perdi no terrestre naufrágio filha de XXIIII anos, que em amor e obras me era mãe, filho estudante, neto moço de coro da Sé. E para mais minha lástima perdi a mulher […].
Além disso, num passo da Regra Geral pera aprender a tirar pola mão…, ele nota (Cap. IX): Este ano de 1565, estando em Santarém com dous religiosos do convento de Tomar, […] e um menino que eu ali tinha comigo que era de dez anos e meio […]. Os críticos pensam que este menino é um neto do autor, talvez o moço de coro da Sé que morreu em 1569.
Estes dados permitem situar a data de nascimento de Trancoso com uma grande probabilidade no decênio de 1510.
Sobre a naturalidade dele não se sabe nada, embora Barbosa Machado afirme na sua Bibliotheca Lusitana que era natural de Trancoso, na Beira Alta, sem mais prova disso que o patronímico do contista.
Também não se sabe nada da sua formação: ele explica que o seu primeiro conto é um exemplo que disse um Padre da Companhia que ensinava no Colégio de Santo Antão em Lisboa. Ora os Jesuítas só chegaram a Lisboa depois de 1540, ano em que Trancoso era certamente adulto, e provavelmente casado já que ia ter um neto de uns 14 anos (?) em 1569. Portanto, deve ter ouvido o exemplum citado num sermão e não numa aula.
Também diz ser freguês de S. Pedro (Parte 1ª, conto I) e, apesar de João Palma-Ferreira ter pensado que podia tratar-se de S. Pedro de Alcântara, a maioria dos estudiosos julga que a sua freguesia era S. Pedro da Alfama, em pleno centro de Lisboa.
Trancoso dedica a sua Regra Geral pera aprender a tirar pola mão ao arcebispo de Lisboa, D. Jorge de Almeida, e os seus Contos à Rainha D. Catarina, viúva de D. João III, o que deixa supor que conhecia esses personagens, talvez por sua profissão. Além disso, algumas observações indicam que frequentava os meios religiosos (1ª parte, conto I ; parte 2ª, conto VI) e que viajou por Espanha (1ª parte, conto XVII). Também parece conhecer muito bem o funcionamento da justiça (1ª parte, conto XVI). O único documento oficial (encontrado por Sousa Viterbo e publicado em 1902) em que se alude a ele é uma carta real de 1575 em que é dado como fiador dum cidadão de Lisboa desterrado para Marrocos.
Por fim, o privilégio real da edição de 1585 dos Contos é concedido a Afonso Fernandes Trancoso «por tempo de cinco anos mais além do tempo que foi concedido a Gregório (sic) Fernandes seu pai já falecido». Como o privilégio é datado de 10 de Janeiro de 1585, pode supor-se que Gonçalo Fernandes Trancoso morreu em 1584, talvez antes: ele que escapou à peste de 1569 pode ter sido vítima da de 1579, que se prolongou por dois anos e que matou Camões… Em tal caso, ao longo da sua existência teria conhecido três reinados: o de D. Manuel I, o de D. João III e o de D. Sebastião. Deixou à posteridade dois livros muito diferentes um do outro: O primeiro, "Regra Geral pera aprender a tirar pola mão as festas mudaveis…", não pretende ser obra literária. Trata-se da exposição, acompanhada de desenhos explicativos, dum curioso método empírico destinado a conhecer a data das festas religiosas móveis, método conhecido e utilizado pelos marinheiros; o segundo livro, "Contos & Histórias de Proveito & Exemplo", é a primeira colecção conhecida deste género em português.O livro de Trancoso, na sua versão completa, apresenta-se em três partes. As edições mais antigas que chegaram até nós são a de 1575 (Lisboa: António Gonçalves), a de 1585 (Lisboa: Marcos Borges. Ver ilustrações), a de 1594 (Lisboa: António Álvares) e a de 1595 (Lisboa: Simão Lopes).



A de 1575, que consta de duas partes, traz um privilégio de 20 de Abril de 1571 para a primeira parte. Isto dá a pensar que esta parte talvez tivesse sido impressa separadamente, o que parece confirmar o prólogo da 2ª parte, em que Trancoso agradece a Rainha que lhe «fez a mercê de receber a primeira parte deste tratado, e [lhe] mandou parte do que custou o papel da impressão.». Não há rasto de tal edição, mas a tradução francesa de 10 contos só da 1ª parte, realizada por François de Rosset e publicada em Paris em 1620, é mais um indício a favor da sua existência. A de 1595 é a primeira que apresenta as três partes, as outras têm apenas as duas primeiras. No entanto, o privilégio concedido a Afonso Fernandes Trancoso em 1585 valia para as três partes e não se sabe por que motivo não chegou a imprimir-se então a terceira parte. Uma explicação plausível pode ser a necessidade de modificar os textos para evitar problemas com a censura que, em 1585, proíbe a impressão dos contos X da primeira parte, VII e X da segunda parte. Ora, o conto X da segunda parte é a continuação do X da primeira, e o autor anunciava uma continuação na terceira parte.No texto mais completo de que dispomos, o livro tem 20 contos na primeira parte, 11 na segunda e 10 na terceira, ou seja 41 ao todo. Como as três partes têm aproximadamente a mesma extensão, é óbvio que os contos da 2ª e 3ª parte são em geral mais longos que os da 1ª. No prólogo da 1ª parte, Trancoso propõe uma classificação para os seus escritos, explicando que a primeira parte consta de: «contos de aventuras, histórias de proveito e exemplo, com alguns ditos de pessoas prudentes e graves».
É interessante tal divisão. Não utiliza Trancoso o vocábulo novela, comum entre os italianos, mas que aparece por primeira vez na Península Ibérica com as "Novelas Ejemplares de Cervantes" (1613). Ele limita aparentemente o uso do termo conto aos relatos de ficção, destinados antes de tudo a divertir o público. A palavra história parece designar narrações consideradas como autênticas ou pelo menos tradicionais, e como tais escolhidas pela sua exemplaridade moral ou prática. Por fim os ditos relacionam-se com um ramo da literatura aforística, que consiste em recolher frases notáveis, pela graça ou a sabedoria, proferidas por pessoas célebres, situando-as brevemente num contexto: por exemplo, no fim da sua Crónica de D. João II, Garcia de Resende reúne «ditos» do rei (cap. 184 a 201). Existem várias compilações, geralmente manuscritas, desses «ditos»: José Hermano Saraiva publicou uma delas ("Ditos portugueses dignos de memória", Lisboa: Publicações Europa-América, s. d. [1980]).
Trancoso recolhe os seus relatos de várias fontes. Talvez não tenha inventado completamente nenhum. Menéndez Pelayo chamou a atenção para numerosos paralelismos com histórias que se encontram nas obras de contistas espanhóis contemporâneos; Teófilo Braga insistiu nas fontes italianas e nas fontes folclóricas; João Palma-Ferreira e Cristina Nobre desenvolvem detalhadamente essas análises. Mas o que é extremamente interessante é ver como Trancoso utiliza as fontes, que tipo de transposições ele opera, o trabalho de reescrita que elabora, o modo como intervém na narração: tudo isto põe em relevo o seu real talento de contista. Os paralelos que se podem estabelecer com outras colecções anteriores ou contemporâneas, em particular com as «patrañas» de Timoneda, provam que o Português dá aos seus contos traços muito pessoais, seja porque utilizou tradições diferentes, seja porque as trata com grande liberdade. Bom exemplo disto é o conto XVI da 1ª parte, que contém vários elementos idênticos aos da «Patraña 6ª» de Timoneda, mas inseridos numa história diferente e com coerência e eficácia narrativa maiores; outro exemplo: o conto I da 2ª parte lembra a «Gillette de Narbonne» de Boccaccio (9ª novela do 3º dia), mas o contexto é bem português, os protagonistas não pertencem ao meio aristocrático mas ao mundo do negócio marítimo, e a mulher que acaba por seduzir o próprio marido obedece à sogra e não age por iniciativa própria. Estas observações valem essencialmente para as duas primeiras partes, já que os contos da terceira se aproximam mais dos modelos italianos.Todos os contos têm um título em duas partes, geralmente duas frases: a primeira apresenta-se como a sentença moral, ou o princípio moralizante, que vai ser demonstrado pelo relato seguinte; a segunda propõe o argumento de dito relato. Quase metade dos contos tem como cenário uma cidade, portuguesa (Lisboa, Coimbra), espanhola ou italiana, mas o cenário, nunca descrito, serve apenas de fundo às cenas em que actuam as personagens. Embora apareçam representantes de todas as classes sociais – reis, nobres, bispos e ermitãos, burgueses e camponeses –, os meios evocados com predilecção são os meios burgueses urbanos: artesãos, mercadores, gente que trabalha muito e se honra de trabalhar, mas também se diverte, que se revela muito afeiçoada à família, que se preocupa pelo futuro dos filhos, respeita as obrigações religiosas e sociais e participa dos preconceitos do tempo – por exemplo no que diz respeito aos cristãos novos. Um traço notável é a tendência do narrador de intervir no relato para expressar a sua opinião sobre o que diz ou faz tal personagem. As suas reflexões são claramente moralizantes, e até chega a interromper o relato para desenvolver, num discurso comprido e argumentado, um assunto particular, por exemplo uma diatribe contra o suicídio no conto XVI da 1ª parte. A exemplaridade anunciada no título é portanto uma componente estrutural essencial na obra, caracterizada também pela abundância de provérbios citados ou de frases proverbiais.
Em conclusão, é preciso insistir na riqueza da obra deste pioneiro do conto literário em português. Embora manifeste uma verdadeira mestria na arte de contar e se revele capaz de manejar habilmente a retórica, ele não escreve apenas para a élite. Homem da cidade numa época em que os citadinos se divertem com os relatos tradicionais que se transmitem as gerações, muitas vezes com variantes, Trancoso quer agradar a um público urbano, e reúne contos populares, histórias cheias de imaginação e fantasia, e novelas autênticas, mais realistas, em que os leitores podem reconhecer as próprias preocupações quotidianas. Para nós, os contos de Trancoso são um testemunho excepcional sobre as mentalidades da época e a cultura das classes médias.»

texto de Anne-Marie QUINT, Universidade Sorbonne Nouvelle-Paris III

PARA SABER MAIS:

Bibliografia de Gonçalo FERNANDES TRANCOSO

TRANCOSO, Gonçalo Fernandes, Contos & Histórias de Proveito & Exemplo, [1ª e 2ª partes], Lisboa: António Gonçalves, 1575. (Edição fac-similada [Único exemplar conhecido: Biblioteca Oliveira Lima, Catholic University of America, Washington, U.S.A.] com introdução de João Palma-Ferreira, Lisboa : Biblioteca Nacional, 1982).
—, Contos & Histórias de Proveito & Exemplo, [1ª e 2ª partes], Lisboa: Marcos Borges, 1585 [Três exemplares conhecidos: Biblioteca do Paço Ducal de Vila Viçosa, Biblioteca Apostolica do Vaticano, Biblioteca Nacional de Paris].
—, Contos & Histórias de Proveito & Exemplo, [1ª e 2ª partes], Lisboa: António Álvares, 1589 [Único exemplar conhecido: Biblioteca do Congresso dos E.U.A.]
—, Primeira, segunda, e terceira parte dos Contos & Historias de Proveito & Exemplo, [Lisboa]: Simão Lopes, 1595 [Único exemplar conhecido: Biblioteca Pública de Évora].
—, Regra Geral pera aprender a tirar pola mão as festas mudaveis que vem no anno, a qual ainda que he arte antiga esta per termos mui claros novamente escrita por Gonçalo Fernandez Tranquoso: & dirigida aho Illustrissimo & Reverendissimo Sñor Dom Jorge Dameida (sic) Arcebispo de Lisboa, [Lisboa]: em Casa de Francisco Correa, 1570. (Reproduzido em Boletim da Biblioteca da Universidade de Coimbra, Vol. VII, 1925, p. 141-210).
—, Histórias de Proveito e Exemplo, Antologia portuguesa organizada por Agostinho de Campos, Lisboa: Bertrand, 1921
—, Contos e Histórias de Proveito e Exemplo (Texto integral conforme à edição de Lisboa de 1624), Prefácio, leitura de texto, glossário e notas por João Palma-Ferreira, Lisboa: INCM, 1974.

Bibliografia sobre Gonçalo FERNANDES TRANCOSO
BERARDINELLI, Cleonice, «Um best-seller do século XVI», Estudos de Literatura Portuguesa, Lisboa: INCM, 1985.
BRAGA, Teófilo, Contos Tradicionais do Povo Português, Lisboa, 2ª ed. ampliada, 1914-1915 (Nova edição, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1987, 2 vol.).
DONATI, Cesarina, «Trancoso traduttore di Timoneda», Arquipélago, n° V, Revista da Universidade dos Açores, Série Ciências Humanas, Ponta Delgada, 1983, p. 65-94.
FERREIRA, João PALMA, Novelistas e Contistas Portugueses do século XVI, Lisboa: INCM, 1982.
—, Obscuros e marginados, Lisboa: INCM, 1980.MENÉNDEZ y PELAYO, Marcelino, Orígenes de la novela, Madrid: CSIC, 1943.
MIMOSO, Anabela, «Contos & Histórias de Proveito & Exemplo. Uma obra exemplar», Línguas e Literaturas, Revista da Faculdade de Letras do Porto, Vol. XV, 1998, p. 259-329.
NOBRE, Cristina, Um texto instrutivo do século XVI de Gonçalo Fernandes Trancoso, Leiria: Magno Edições, 1999.
QUINT, Anne-Marie, «Scènes de la vie urbaine dans les Contos & Histórias de Proveito & Exemplo de Gonçalo Fernandes Trancoso», Le conte et la ville, Cahiers du CREPAL n° 5, Paris: PSN, 1998, p. 101-117.
—, «François de Rosset traducteur de Trancoso», à paraître dans Hommage au Professeur Augustin Redondo, Paris: PSN, 2003.
VASCONCELOS, José LEITE de, «Um Trancosano ilustre», Revista Lusitana. Arquivo de estudos filológicos e etnológicos relativos a Portugal, vol. XXIII, Lisboa, 1920, p. 233-245.
VITERBO, SOUSA, «Materiais para o estudo da paremiografia portuguesa», Revista Lusitana, Vol. VII, Lisboa, 1902, p. 97-103.

8.1.06

G. D. De Trancoso vence derby frente ao S.C. Da Mêda

O G. D. de Trancoso venceu hoje o derby no seu estádio frente à equipa da vizinha Mêda. Começou melhor a Mêda conseguindo marcar o primeiro golo do desafio logo na primeira parte ao qual dominou em grande parte. No segundo tempo o Desportivo de Trancoso ganhou outro fulgor e apenas com dois jogadores no banco de suplentes conseguiu empatar em esforço a partida. O jogo ia aquecendo e pelo minuto 75 com o Grupo Desportivo em fase ascendente e controlando a partida marcou o dois a um numa fase que a equipa da Mêda estava um pouco perdida. No final houve alguns atritos entre o publico e um jogador da equipa da Mêda que teimava em ser o apanha bolas de serviço. O arbitro deu a módico tempo de descontos de 10 minutos e no fim do jogo o ambiente aqueceu. Os jogadores de ambas as equipas envolveram-se em tentativas mutuas de agressão o que foram dissipadas com a ajuda da GNR que ocorreu ao local. O Estádio teve uma boa assistência ou não fosse um derby e o jogo teve à altura proporcionando um bom espectáculo. O Desportivo de Trancoso começa assim o Ano Novo da melhor maneira com esta vitória.

Atitude!

Vivo em Trancoso há 6 meses e verifico que existem duas grandes diferenças entre a minha vida na Capital e aqui:

a) Brio profissional: Em Trancoso, responsabilidade da reduzida concorrência, não existe uma preocupação GENERALIZADA de fazer mais e melhor todos os dias. Esquecem-se os intervenientes que a economia é cada vez mais global e a aquisição de produtos e de serviços poderão passar cada vez mais por agentes exteriores ao concelho, distrito, país e até ao continente. Um exemplo: Chegam todos os dias a Trancoso empresas de distribuição para entregar encomendas, na sua maioria electrónica de consumo e electrodomésticos. Dá para pensar quando existem por cá diversas lojas para esses produtos.

b) Vida alheia: Numa cultura marcadamente rural e num panorama nacional cada vez mais com esse perfil, perde-se demasiado tempo a falar sobre a vida dos outros. Sejam os elementos da 1ª Companhia da TVI ou de alguns destacados trancosenses, o mote é quase sempre o mesmo. É dificil fazer entender a alguém com 60 anos que o seu futuro não passa por aí. Aos mais jovens exige-se essa capacidade.

Boa semana de trabalho.

7.1.06

Bandarra FM no próximo domingo em Aldeia Nova

A Rádio de Bandarra de Trancoso no habitual programa dedicado às freguesias do concelho de Trancoso vai estar no Domingo dia 15 de Janeiro pelas 10h00 da manhã na povoação e freguesia de Aldeia Nova em directo para todo o auditório. Neste programa aborda-se temas relacionados com a freguesia e curiosidades da mesma. Não perca... sintonize no seu rádio 92.1 Fm ou se estiver fora da região pode ouvir a Bandarra FM através do Portal Trancoso.pt.vu

6.1.06

5.1.06

Gonçalo Vasques Coutinho

Alcaide-mor de Trancoso, figura destacada da vida portuguesa do século XIV, foi o grande vencedor da Batalha de São Marcos, ocorrida a 29 de Maio de 1385, a qual constituiu um sério aviso ao rei de Castela, D. João I, nas suas pretensões ao trono português e confirmado na Batalha de Aljubarrota, onde, de facto, se esfumaram os sonhos castelhanos.

Estatisticas

Já diz o ditado estatisticas valem pelo que valem, após o final do ano é altura de balanço e de analise do site, nomeadamente nas visitas, da proveniencia delas etc. E embora pareça algo pouco evasivo ou interessante para alguns, para quem escreve aqui as estatisticas são deveras mais importantes que simples dados, sim porque não é muito estimulante escrever algo para o boneco. Felizmente não se tem passado e pouco a pouco o portal e o blog tem somado acessos cada vez mais alem das inumeras mensagens que recebe. O Portal Trancoso.pt.vu conseguiu bater um record em Dezembro de 2005. Ultrapassou as 2000 visitas unicas e as paginas visitadas no seu somatorio do mês foi além das 4000. Espera-se que este novo ano se consiga no minimo manter esta fasquia. O Blog como já foi escrito anteriormente em Novembro ultrapassou as 1000 acessos por mês.
Fonte: sitemeter contador

Concertos de Ano Novo este fim de semana

Inserido no ciclo de Concertos de Ano Novo do INATEL o orfeão da Santa Casa da Misericórdia de Gouveia vai dar um concerto este sábado dia 7 de Janeiro com Inicio pelas 21h30 na Igreja Paroquial de Vila Franca Das Naves com o apoio da Junta de Freguesia de Vila Franca e da Trancoso Eventos, EM. No dia 8, domingo terá lugar no Centro Cultural do Reboleiro mais um concerto inserido no mesmo cliclo pelas 16h00. Este terá o apoio da Junta de Freguesia do Reboleiro, a Associação Cultural e Juvenil da Ribeirinha e a Trancoso Eventos, EM

O Magriço

De seu nome completo Álvaro Gonçalves Coutinho, era filho de Gonçalo Vasques Coutinho, alcaide-mor da Vila de Trancoso e herói da Batalha de S. Marcos.
Nasceu na Vila de Trancoso, presumidamente nos meados ou terceiro quartel do século XIV.
Este cavaleiro fez parte da famosa expedição a Inglaterra, tendo acompanhado outros 11 companheiros naquela que foi imortalizada saga dos Doze de Inglaterra, referida por Camões em “Os Lusíadas”.
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Fonte: Proposta de elevação de Trancoso a Cidade

3.1.06

O Blog Medieval

Hoje o Blog Medieval , que desde o mês de Agosto de 2005 já nos apresentou mais de 150 artigos sobre Trancoso a região, opiniões, fotografias, renovou o seu aspecto gráfico, Com menos cores apresenta-se agora com um conforto visual menos carregado para o visitante, agora consegue-se ler de um modo mais leve e prático todos os artigos apresentados. Ao longo de 2006 pretende-se aumentar o nº de artigos diários, para isso conto com a Vossa Participação, Se gosta de escrever, se quer participar neste blog que conta com cerca de 1000 acessos mensais envie-me um Mail afim de lhe enviar a senha de acesso.
Gráfico de Acessos de Agosto a Dezembro de 2005
Fonte: Sitemeter.com Contador oficial deste site, consulte as estatisticas clicando no contador do blog e do site

D. Dinis e Trancoso....

Este monarca será, sem sombra de dúvida, a figura régia a privilegiar no historial de Trancoso, visto que lhe dedicou sempre especial carinho, escolhendo-a para local de seu casamento com a princesa D. Isabel de Aragão, aquela que viria a ser conhecida por Rainha Santa. Após esse extraordinário acontecimento, jamais o rei deixou de prestar a Trancoso a maior atenção, quer usando-a como centro da sua actividade política, quer preocupando-se com a sua defesa como posição chave na linha de fronteira com Castela. Em 15 de Abril de 1306, não só confirma a carta de feira dada por D. Afonso III, em 8 de Agosto de 1273, então com carácter anual mas também determina que passe a efectuar-se mensalmente e durante três dias, verificando-se, assim, a sua importância. E era tão forte a influência deste concelho junto de D. Dinis, que na contenda com Sabugal, por causa da duração dos seus certames, o monarca dá razão a Trancoso e por carta de 27 de Janeiro de 1314, são confirmados todos os privilégios da sua feira e a proibição de nenhuma outra localidade realizar a sua enquanto enquanto durasse a de Trancoso.
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Fonte: Proposta de Elevação de Trancoso a Cidade (2004)

2.1.06

Judiaria em Trancoso

Foi no reinado de D. Afonso IV que uma colónia de judeus se instalou em Trancoso.
Esta colónia teve privilégios dados por D. Pedro I e D. Fernando, confirmados por D. Duarte e renovados mais tarde por cartas de D. Afonso V e D. João II.
Bairro próprio, porém, só veio a ter a partir de 1361, em cumprimento do deliberado nas Cortes de Elvas, situado a nascente da Vila, onde hoje é possível encontrar muitas casas de rés-do-chão e 1 andar, com a sua porta larga, a do comércio, ao lado da porta estreita que dá acesso à habitação. Em muitas delas encontra-se ainda gravada na ombreira da porta uma cruz, sinal da conversão do seu proprietário ao cristianismo.
A presença da colónia judaica foi sempre um sinal de prosperidade em Trancoso.
Os livros da Chancelaria dos monarcas portugueses anteriores à extinção e proibição do judaísmo em 1497, mencionam a comuna dos judeus de Trancoso em várias ocasiões.
O monarca D. João II (1481-1498) a pedido da comunidade judaica de Trancoso autorizou a ampliação da sinagoga da Vila.
Na visitação à Beira, levada a efeito por Marcos Teixeira, abrangendo Trancoso, o Visitador, de 29 de Novembro a 8 de Dezembro de 1579, recolheu na Vila quarenta e quatro de pendências de práticas heréticas de cristãos –novos.
As referências bibliográficas a esta experiência podem ser encontradas em Herculano “Inquisição, vol. III; Lopes Correia; Elias Lipiner “Gonçalo Anes Bandarra e os Cristãos Novos”; Bivar Guerra “Inventário dos Processos da Inquisição” e vários livros das Chancelarias de D. Pedro I, D. Afonso V e D. João II; Ferro Tavares, Maria José Tavares - Os Judeus em Portugal; José Marques - “Relações de D. Afonso V e D. João II com a comuna judaica de Trancoso.

Feliz Ano Novo

Desejo a todos os visitante deste site e Tranconsenses em geral que o Ano de 2006 seja colorido pela constante concretização dos demais anseios e desejos. Que seja um ano também abrilhantado pela Paz e pela justiça, que seja um ano voltado para as causas sociais, para a igualdade de oportunidades e prospêro de saude para todos.
Nuno Santos