A “Associação dos Amigos da Amendoeira – Promoção, Cultura e Defesa”, com sede em Freixo de Numão, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, vai celebrar protocolos de cooperação com cinco Câmaras Municipais, com o objectivo de incentivar a plantação de amendoeiras.
Joaquim Grácio, presidente da direcção da associação, disse ao Jornal A Guarda que, em breve, serão celebrados protocolos com as autarquias de Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda (Distrito da Guarda) e S. João da Pesqueira (Distrito de Viseu). Segundo o responsável, os acordos visam estabelecer uma parceria entre ambas as entidades interessadas na valorização e desenvolvimento do sector, “a fim de se facultar aos produtores, sem qualquer custo para eles, a elaboração de projectos para a plantação de amendoeiras e a correlativa prestação de serviços de apoio técnico e administrativo”.
Para Joaquim Grácio trata-se de “um apoio significativo, porque os agricultores teriam mais dificuldades em suportar os custos com a elaboração dos projectos e, revela que os Municípios também se interessam pelo sector”.
“O Município de Pinhel foi o primeiro a levar à reunião de Câmara o protocolo de cooperação com a «Associação dos Amigos da Amendoeira – Promoção, Cultura e Defesa» para desenvolver tal trabalho”, recordou, indicando que será o primeiro a celebrar o acordo.
“Seguir-se-ão os outros Municípios, muito em breve, interessados que estão em apoiar os agricultores que lhes têm proporcionado a beleza das amendoeiras para a cantarem como valor turístico mas, agora, a vêem como valor económico”, frisou.
O mesmo responsável salientou ao Jornal A Guarda que as autarquias “ao apoiarem os agricultores na produção da riqueza, estão a investir na prevenção dos incêndios, pois onde as amendoeiras forem plantadas, deixará de haver áreas para arder”. “Pode afirmar-se que investindo na produção de riqueza e, na época de incêndios que se aproxima, quando se falará tanto na necessidade de investir na prevenção, os Municípios referidos estão já a fazê-lo, ao mesmo tempo que contribuem para travar a desertificação do Interior que, a acentuar-se, dificilmente se verificará o acesso de novas gerações ao mundo rural”, considera Joaquim Grácio.
Pelas contas do dirigente da “Associação dos Amigos da Amendoeira”, actualmente em Portugal, a área de amendoal tradicional e moderno, “não ultrapassa os 20 mil hectares”. “Nos últimos 15 a 20 anos, desapareceram quatro milhões de amendoeiras por não haver organização no sector”, recordou.
Apontou ainda que a falta de apoios do Estado também contribuiu para esta situação, mas a mesma foi corrigida e “os agricultores vão receber este ano uma ajuda de 623 euros por hectare”. “Em 15 de Fevereiro passado, num seminário realizado na cidade de Mêda, o senhor Secretário de Estado da Agricultura garantiu apoio à plantação de 6 mil hectares de amendoal até 2013”, referiu. No ano passado, por iniciativa da Coamêndoa – Cooperativa Agrícola de Produtores de Frutos de Casca Rija, CRL, também sedeada em Freixo de Numão, foram plantadas 20 mil amendoeiras numa área de cerca de 70 hectares dos concelhos de Vila Nova de Foz Côa, Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, São João da Pesqueira e Penedono.
A plantação de novos amendoais nas regiões do Alto Douro, Trás-os-Montes e parte da Beira Interior, é defendida por Joaquim Grácio pelo facto de se tratar de um produto que “a par do vinho e do azeite, é um bom sustento para o rendimento dos agricultores, pois é uma boa alternativa à vinha não beneficiada”.
in A Guarda
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