"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

27.6.07

Penamacor: a capital do lince


Transformar Penamacor na capital do lince é um esforço que a Câmara Municipal pretende desenvolver no sentido de aproveitar todas as potencialidades da Serra da Malcata, algo que, de acordo com Domingos Torrão, presidente da autarquia, não tem vindo a ser feito.

“Apesar do lince estar em vias de extinção, podemos fazer com que ele volte”, diz o autarca. Além da aposta no lince, Domingos Torrão pretende ainda levar a cabo a requalificação da reserva, nomeadamente a reparação dos edifícios existentes no território da Malcata, de forma a atrair visitantes e gerar a tal riqueza. Também a fauna, a flora e as minas de ouro romanas em bom estado de conservação, que existem no território, integram a estratégia de promoção da Malcata. Uma intenção que tem o apoio da governadora civil de Castelo Branco, que visitou o concelho de Penamacor, no dia 21 de Junho. “Se o lince pode aparecer no Algarve, porque não pode vir para Penamacor”, questiona Alzira Serrasqueiro. “É importante que se crie uma marca que se possa exportar e trazer visitantes para que tenhamos aqui o factor turismo, que é uma âncora”, considera. Durante a manhã, a governadora civil passou pelo parque industrial, onde visitou a Penazeites, onde, depois de 500 anos, se produziu o primeiro azeite judaico, e a Mabei, uma empresa do sector da madeira que emprega 13 pessoas. É no parque industrial que surge o primeiro “recado”: a necessidade de se “acarinhar” as pequenas e médias empresas, fundamentais para o desenvolvimento económico da região. Alzira Serrasqueiro entende que a A23 abriu os horizontes, mas é preciso procurar outros investimentos, mas para isso é necessário que existam as condições apropriadas. Depois do parque industrial, a comitiva dirigiu-se para o Lar Bárbara Tavares da Silva, onde decorreu o almoço, um espaço para o qual a autarquia tem um projecto, no sentido de instalar ali um complexo para idosos, com diversas valências. O projecto implicou a cedência de terrenos do Estada à autarquia que espera apenas a assinatura do respectivo contrato para ser oficializada. Domingos Torrão adianta que está já a desenvolver-se trabalho com parceiros públicoprivados. Alzira Serrasqueiro considera que este é um “bom exemplo da forma como a sociedade civil pode pôr mãos à obra, respondendo à pouca rapidez da Administração Pública”.

Armando Carvalho dirige Áreas Protegidas do Centro

Armando Carvalho assumiu recentemente o cargo de director do departamento de Áreas Protegidas do Centro e do Alto Alentejo, área na qual se inserem o Parque Natural da Serra da Estrela, a Serra da Malcata, que constituiu um dos pontos da visita, e o Parque Natural do Tejo Internacional. O responsável explica que o grande objectivo é dar corpo a um trabalho “mais articulado”, livre de fundamentalismos e mostrar que as áreas protegidas também são uma mais valia para o desenvolvimento. “Qualquer estratégia de desenvolvimento e actuação dentro das áreas em questão não pode esquecer as pessoas e as instituições”, até porque “o país está a mudar, porque as pessoas também mudam e hoje as pessoas têm outra formação, uma nova forma de estar e temos de contar com toda a gente”, diz. Questionado sobre a possibilidade de as áreas protegidas travarem o desenvolvimento económico, Armando Carvalho responde que “há condicionantes e responsabilidades assumidas” e é preciso analisar caso a caso, uma vez que cada área protegida tem “valores diferentes”. “O país também não é só áreas protegidas e é necessário entender que a concepção de um projecto é, desde logo, uma aspecto muito importante e existe aqui um diálogo em que gostaríamos de participar, porque logo aí podemos evitar muita coisa”, explica. No caso de uma empresa que está a projectar um parque eólico dentro da Reserva da Malcata, o director lembra que “há um compromisso do Estado em termos de produção de energias renováveis e temos de analisar e perceber se esses objectivos podem jogar com outros compromissos que existem também”, em termos ambientais. Aliás, num concelho em que as energias renováveis são uma aposta, duas palavras se cruzaram ao longo de toda a visita de Alzira Serrasqueiro: economia e ambiente. A governadora entende que é necessário manter os parques protegidos e impedir a entrada daquilo que os pode vir a destruir, como a especulação e a invasão de território, mas “com pouco fundamentalismo”, de forma a que estas áreas não se transformem em “espaços mortos, fechados e pobres, como acontece em outros sítios”. Por isso, Alzira Serrasqueiro manifesta-se satisfeita com a “abertura” mostrada por Armando Carvalho, que apesar de ser “ambientalista”, tem estado ligado ao desenvolvimento sustentado e “conhece os anseios das populações”, o que permite trabalhar de forma diferente. A governadora civil refere ainda que, na reunião que decorreu com a Protecção Civil do Concelho, em que o director esteve presente, foi notório o “interesse” e o “empenho” em cooperar na preservação da Malcata e de toda a zona verde do concelho.

in Jornal Regional

3 comentários:

Anónimo disse...

Pode nao ter a ver com o Post mas tinha que comentar.Frederico nao ficas impune.

“Porque motivo o INE não funciona em Pinhel ou em Bragança? (...)Seria um serviço que prestavamos ao país."
Belmiro.

Porque motivo o Belmiro nao faz o que apregoa, e leva o Call Center da Optimus/Novis para Trancoso ?
"Fala fala mas nao faz nada"
Julgo que conhecem a frase.

Talvez nao va porque a France Telecom nao deixa.

Al Cardoso disse...

Todas as terras querem ser capital de qualquer coisa.
Ora agora que nem linces ja ha na Serra da Malcata, Penanacor vai ser a capital desta especie felina, pois desejo-lhe muita sorte e votos de que os linces resnascam!!!

Anónimo disse...

Estes politico chamado Dr. Domingos Torrão, presidente da câmara municipal de Penamacor está a mentir. As casas dentro da Reserva da Malcata estão recuperadas,nunca houve interesse por parte da câmara do seu aproveitamento turistico. O que a câmara sempre quis, foi aproveitar as estradas da reserva para passeios de todo o terreno. Ora para quem não sabe a zona da reserva, é uma zona muito sensível, no caso do lince, qualquer pertubação no seu habitate( barulhos,movimentações de terra,destruição da floresta tradicional, etc...) pode ser fatal.Como é que um homen, que partecipa na destruição desta reserva, vêm agora dizer que quer aproveitá-la a 100% para o turismo,que quer reintroduzir o Lince, mas por outro lado quer ocupar uma boa parte dessa mesma reserva com 60 aerogeradores, que meus caros amigos metem barulho até dizer chega. Este ultimo ponto é que é o grande interesse do Dr. Torrão,encher o concelho de aerogeradores sem consultar ninguém,sem fundamentalismos como ele costuma dizer. Poderia dizer mais coisas,em breve no meu blogg(O Burro do Ti Zé)vou escrever um artigo com aquilo que eu penso sobre este assunto.