"Se pensas que és pequeno para fazer a diferença... tenta dormir num quarto fechado com um mosquito."
Provérbio africano, no editorial da revista "Recicla"

18.7.06

Inovação & Inclusão: "As TIC e o abandono do interior"

Maquete do Parque de Ciência e Tecnologia para Poznan, cidade periférica da Polónia

Tenho várias vezes referido neste espaço a importância da "descentralização do trabalho" pelo território nacional. Da análise do relatório do PNPOT o Pedro verificou na página 24 que existem na Península Ibérica 33 cidades com aproximadamente 200.000 habitantes, que podemos classificar de cidades médias.
Dessas, 31 são espanholas e duas portuguesas (Braga e Coimbra). Em contrapartida, temos 45% da população a viver entre "Lisboa e vale do Tejo" e a "Área Metropolitana do Porto", que representam 15% do território: É no mínimo estranho!

A leitura que faço destes dados é que PORTUGAL PERDE DUAS VEZES com esta distribuição demográfica:
a) Falta de qualidade social e ambiental nas grandes cidades;
b) Falta de "massa crítica"/dinamismo em 78% do território nacional onde reside 50% da população (exclusão de LVT; AMP; Braga; Coimbra)

Mas uma coisa é ser um mero trancosense a dizer, outra é ser o Presidente da Assembleia Municipal da nossa vizinha cidade de Lamego JM Ferreira de Almeida e o ex Deputado do circulo do Porto e economista Pinho Cardão.

Segue transcrição do texto de Pinho Cardão, publicado ontem no seu blogue.
"(...)Neste tempo das tecnologias de informação e comunicação, este tipo de abordagem é decisiva, mas anda esquecida dos sábios pensadores, da política e dos decisores.
Com efeito, se não é possível levar as Sedes das grandes empresas para fora dos grandes Centros de Lisboa e Porto, as TIC permitem agora criar sítios para onde regressem determinadas actividades, fixando quadros e criando uma rede de empresas subsidiárias, que fomentam o emprego e fariam desanuviar os grandes centros.
Nas Grandes Lisboa e Porto concentra-se 45% do PIB e 30% da população, valores em crescimento e significativos da desertificação do interior.
Entre as muitas razões do afluxo do PIB a Lisboa está a mudança, para esta zona, das Sedes, das Administrações, das Direcções, Serviços Centrais e Técnicos das grandes empresas, industriais e de serviços, mercê das nacionalizações, reestruturações ou concentrações efectuadas.
O problema não se resolve de forma voluntarista, com medidas isoladas ou com grandes medidas tecnocráticas exaustivamente planeadas: quando estas começarem a ser executadas, já algo mudou que impede o seu prosseguimento. Mas tem que começar a ser resolvido a partir da definição de um quadro geral de actuação, onde as novas tecnologias de comunicação podem ter o papel decisivo de fazer voltar as empresas a outras regiões.
As grandes empresas estão a retirar das suas agências todo o trabalho administrativo, designado por back office, centralizando-o em grandes unidades de tratamento, em Lisboa e também a adoptar sistemas denominados de work-flow, que consistem basicamente na transmissão electrónica de processos e dados, desde a origem até à sua decisão final.
Estas Unidades Centrais ou de assistência tanto podem estar sedeadas num Tagus Park, em Cabo Verde, como fez a PT, na Índia, como a HP, creio, ou num Tâmega Park, ou Cávado Park, se nestes forem criadas condições semelhantes.
Torna-se imperioso que o Estado aproveite esta oportunidade para articular com as empresas as condições de atracção dos novos serviços, onde mais interesse ao país e, no limite, evitar a sua ida para o exterior.
E, já agora, para harmonizar a sua própria política de deslocalização de serviços a esta nova realidade, liderando um processo em que as tecnologias de comunicação bem podem ser um decisivo veículo de criação de riqueza no interior, diminuindo o afluxo aos grandes Centros e atenuando as disparidades actuais.
Isso, sim, seria política!...
O Quarto da República, um artigo que publiquei sobre o assunto numa revista económica, há cerca de 2 anos."

A concluir posso dizer que dia após dia esta ideia é cada menos individual e mais colectiva. E neste caso, já valeu a pena todo o tempo que temos dedicado a esta temática e sentimos naturalmente um estimulo renovado para continuarmos a defender aquilo em que acreditamos: Um interior povoado, mantendo a qualidade de vida já existente!

5 comentários:

Anónimo disse...

olá frederico
é a primeira vez que entro no teu blog.
queres jantar comigo dia 20?
Um abraço
chaby

Anónimo disse...

olá frederico
eu tb quero jantar
beijo

Anónimo disse...

olá quico
já percebeste tudo?
eu faço o jantar
coisinha leve, feijoada de marisco
beijo
nicas

Frederico Lucas disse...

:-)

Não esperava estes maduros por aqui!
Não me dá jeito ir dia 20 a Lisboa.

Mas fico feliz por ti na mesma. Vou ver se arrasto a familia até Avis no fim de semana. Estão por lá?

Anónimo disse...

o chaby faz anos dia 20. só vão para avis 2ª feira, de férias
vamos lembrar-nos de ti dia 20.
beijo