Numa altura em que o Governo ameaça encerrar vários serviços no interior, algumas aldeias e vilas do distrito da Guarda já começam a sentir esse esvaziamento. Desta vez foi o serviço local da Segurança Social em Vila Franca das Naves que fechou portas. Mas o director do Centro Distrital da Segurança Social da Guarda, Pires Veiga, assegura que a medida «não foi economicista» e que o posto só encerrou por prestar um «mau serviço» e ter «falta de condições». Os Serviços Locais do Centro distrital da Segurança Social prestam diversas diligências, nomeadamente o atendimento ao cidadão através dos técnicos de acção social, em todas as sedes de concelho, «com excepção de Vila Franca das Naves», destaca Pires Veiga. Nos 17 postos existentes há, no mínimo, um colaborador permanente que presta todas as informações e serviços da Segurança Social, «o que não acontecia na vila do concelho de Trancoso», esclarece o responsável. É que, enquanto os restantes funcionam semanalmente «e, se for necessário, até ao sábado e domingo, este só funcionava uma vez por mês, no dia 16», esclarece. Pires Veiga admite que possa ter sido criado em «circunstâncias especiais», mas diz desconhecer os motivos, pois já encontrou o posto a funcionar daquela «forma perfeitamente ortodoxa e diferente de todos os outros». O atendimento em Vila Franca era feito por uma colaboradora do Centro Distrital, natural daquela vila, que «recebia a informação e fazia pagamentos, mas não introduzia logo os dados nos sistemas informáticos porque as instalações não tinham equipamento», explica. Por isso, não era de estranhar que houvesse «pequenas diferenças entre o atendimento feito naquele dia e o sistema», justifica-se, acrescentando que, nalgumas ocasiões, o recibo dado ao utente teve que ser rectificado. Por outro lado, as instalações não tinham as «mínimas condições de qualidade», como comprovou o próprio, que reitera: «Não se trata de uma medida economicista». Nos últimos meses, a média dos utentes naquele posto rondava os 60, vindos das aldeias ou lugares vizinhos dos concelhos de Trancoso e Pinhel. Actualmente existem 17 postos da Segurança Social nas principais localidades do distrito, designadamente na Guarda, Freixo de Numão, Mêda, Vilar Formoso, Trancoso, Celorico da Beira, Gouveia, Manteigas, Aguiar da Beira, Pinhel, Seia, Sabugal, Almeida, Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres e Vila Nova de Tázem. «E todos vão continuar a existir», garante o director. No caso de Vila Franca das Naves, os seus habitantes vão ter que se deslocar a Trancoso ou pagar as suas contribuições nos Correios, por multibanco ou via Internet. Quem não gostou da situação foi Adelina Ferreira, presidente da Junta de Freguesia, que diz ter feito tudo para evitar este desfecho. «Até ofereci a sede da Junta para que o serviço laborasse em melhores condições e sem terem de pagar qualquer renda. Mas, mesmo assim, o posto fechou», lamenta. «É um serviço que vai fazer muita falta porque servia uma população bastante idosa que não tem acesso à Internet», sublinha.
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Fonte: Jornal o Interior
2 comentários:
Esta e todas as medidas de esvaziamento de valencias deve notar-se: "nao sao economissistas"!!!
Se o servico era mau porque nao melhora-lo em vez de fecha-lo???
Um abraco fornense.
Tá tudo doido
De vila franca a trancoso é um pulinho, afinal de contas a seg social em Trancoso tá às moscas. Acho que foi o melhor que fizerem, até parece mentira.
"Esvaziamento", andamos a tapar o sol com a peneira. O Sra. Presidente de Junta seja realista e não tão po´liticamente correcta, você sabe bem que lá no fundo é o melhor, pois não havia condições para receber as pessoas. Temos de evoluir, não podemos continuar a resistir a estas novas condicionantes.
Chuss
Ninive
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